Melhoria no financiamento, regionalização e formação dos profissionais de saúde voltada para as necessidades da população são algumas das ações que aproximariam a realidade prática do Sistema Único de Saúde (SUS) do ideal formulado a partir da Constituição de 1988. A conclusão é da pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Luciana Dias de Lima, que participou do bate-papo entre autores e jovens do ensino médio organizado pela Editora Fiocruz durante as comemorações da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2013.
Em meio à exposição do Museu da Vida sobre os 25 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), Luciana explicou aos jovens a importância de se ter uma política de saúde com foco na universalidade. A pesquisadora, que é médica sanitarista com mestrado e doutorado em saúde coletiva e uma das organizadoras do livro Políticas de Saúde no Brasil: continuidades e mudanças, também concedeu entrevista ao Portal Fiocruz, comentando o tema.
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Será que os governos estão de fato escutando as milhões de pessoas que têm ocupado as ruas do país gritando por serviços públicos de qualidade? Lígia Bahia, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que as políticas governamentais têm ouvido as vozes erradas – e que isso tem consolidado uma estratégia de inclusão pelo consumo, que leva à desistência do SUS: “A privatização da saúde no Brasil e sua origem e continuidade devem-se, sobretudo, a iniciativas empreendedoras e à intervenção estatal e não à escolha individual. Não são os indivíduos nem a sociedade (muitas vezes encarada como um punhado de gente dentro de algum lugar) que decidem privatizar a saúde”.
A análise de Lígia abre a reportagem “Saúde: a voz das ruas e a voz do mercado”, que ilustra a capa da Revista Poli do bimestre julho/agosto. A matéria lança luz a pesquisas recentes, como aquela efetuada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) que aponta: o gasto tributário do Estado com a Saúde mais do que dobrou de 2003 a 2011. E o valor que as empresas abatem por oferecer assistência médica, odontológica ou farmacêutica aos funcionários, teria ficado em quase R$ 3 bilhões em 2011.
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O Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), abre processo seletivo de projetos que se alinhem às prerrogativas do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET/Saúde Redes de Atenção à Saúde – 2013/2015. As inscrições e as propostas deverão ser enviadas pelo endereço eletrônico do FormSUS até 15/4/2013.
Podem se inscrever Instituições de Ensino Superior (IES) para, em conjunto com Secretarias Municipais e/ou Estaduais de Saúde, elaborarem projetos que articulem com a promoção da integração ensino-serviço-comunidade e a educação pelo trabalho, por meio de grupos de aprendizagem tutorial, no âmbito do desenvolvimento das redes de atenção à saúde.
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