Dores no corpo, febre, náusea, vômito, cansaço e dor de cabeça. Estas manifestações, muito comuns no quadro clínico de dengue e de outras viroses de grande circulação no Brasil, também podem estar associadas a uma doença ainda pouco conhecida no país: a febre Q. Causada pela bactéria Coxiella burnetii, a doença é transmitida ao homem pela inalação de partículas contaminadas do ar ou pelo contato com o leite, fezes, urina, muco vaginal ou sêmen de gado, ovelhas, cabras e outros mamíferos domésticos, incluindo cães e gatos, quando infectados, o que associa sua ocorrência sobretudo a ambientes com características rurais.
A ausência de dados epidemiológicos sobre o agravo e a possibilidade de seus sintomas serem confundidos com diversas outras doenças acenderam o alerta para os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Conduzido por Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, e Maria Angélica Mares-Guia, que concluiu o doutorado em Medicina Tropical no Instituto, um estudo publicado na American Journal of Tropical Medicine and Hygiene observou a presença de C. burnetii em nove pacientes durante um surto da doença em Itaboraí, município do Rio de Janeiro que possui atividades econômicas relacionadas à agricultura e à pecuária. Foi lá que o Laboratório detectou, em 2008, o primeiro caso confirmado por meio de analise molecular no país. Além do Rio de Janeiro, casos de febre Q já foram confirmados em Minas Gerais e São Paulo.
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