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Dengue: um ano após início da imunização, procura por vacina é baixa

Das mais de 6,3 milhões de doses distribuídas, 3,2 foram aplicadas

Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a procura pelo imunizante no país está bem abaixo do esperado. De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, 6.370.966 doses foram distribuídas. A Rede Nacional de Dados em Saúde, entretanto, indica que apenas 3.205.625 foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo-alvo definido pela pasta.

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Ministra da Saúde aponta prioridades do governo durante presidência do G20

Em seminário realizado pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, pontuou as prioridades do governo no setor durante a presidência do Brasil do G20, iniciada no dia 1º deste mês. Entre os eixos temáticos do grupo de trabalho e as prioridades destacadas pela ministra, estão equidade em saúde, preparação para pandemias e sistemas de saúde resilientes. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, também participou do webinário e compactuou com a mensagem da ministra e seus objetivos, reforçando que pretende continuar trabalhando com o governo brasileiro e a Fundação em prol de um mundo mais saudável e sustentável.

É possível assistir aos encontros com tradução para o português, inglês e espanhol (imagem: Divulgação)

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, participou do primeiro bloco do webinário, deu as boas-vindas aos colegas e afirmou que a Fiocruz está “integralmente envolvida, dedicada e alinhada com o governo brasileiro, colocando toda sua capacidade institucional a favor de uma boa participação do Brasil (na presidência do G20) e a favor de bons resultados para o mundo; que tenhamos um mundo mais equilibrado, justo e com menos desigualdades”.

Ao iniciar sua fala, a ministra Nísia Trindade Lima disse que a saúde é essencial para que se construa um planeta mais justo e sustentável e para que se pense o papel do combate à fome, à pobreza e à desigualdade em função da melhoria das condições de vida das populações. “A equidade é uma prioridade transversal a todas as outras; mais do que uma prioridade, é um princípio”, afirmou ela sobre o projeto do governo na presidência do G20. “A ideia é garantir uma vida saudável, reduzindo as barreiras de acesso aos serviços de saúde, com respeito às diversidades, modos de vida dos povos e populações, garantir igualdade de oportunidades, abordar os vazios assistenciais e promover o direito das populações mais vulneráveis”.

A ministra destacou a necessidade do fortalecimento dos sistemas de saúde para dar conta dos desafios atuais de saúde global, intensificados pelas mudanças climáticas. Ela afirmou que o tema da presidência brasileira do G20 para o Grupo de Trabalho de Saúde será sistemas de saúde resilientes; dentre os resultados esperados, há o objetivo amplo de fortalecer os sistemas nacionais de saúde, a atenção primária e valorização dos profissionais de saúde.

Eixos temáticos

Segundo Nísia Trindade Lima, as prioridades do GT de Saúde do G20 são: o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável, com foco no objetivo 3 (saúde e bem-estar), fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde para maior inclusão e a busca pela equidade em saúde. Tais eixos temáticos orientam as quatro prioridades: equidade em saúde, prevenção, preparação e resposta a pandemias, com foco na produção local e regional de medicamentos, vacinas e insumos estratégicos, saúde digital para a expansão da telessaúde, integração e análise de dados dos sistemas nacionais de saúde; e mudanças climáticas e saúde.

A ministra destacou a Fiocruz e suas capacidades como importantes para colaborar com o projeto do governo, citando, por exemplo, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz), que “além de diversas contribuições, nos permite trabalhar com a questão do clima e saúde a partir do tema de dados”.

Preparação para pandemias 

Em sequência à fala da ministra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou o ponto sobre preparação e resposta a pandemias, destacando que é preciso aprender as lições da crise de Covid-19. Adhanom lembrou ainda as negociações para um acordo pandêmico e afirmou que espera sejam concluídas a tempo da próxima Assembleia Mundial de Saúde, em maio. Ele acredita que o Brasil pode ter papel fundamental nessas negociações. “Tenho confiança na sua liderança (referindo-se à ministra) e na do presidente do Brasil”, disse.

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom ressaltou que é preciso aprender as lições da crise de Covid-19 (imagem: Divulgação)

Adhanom se referiu ao trabalho da Fiocruz: “A pandemia nos mostrou que a produção de vacinas e insumos está concentrada em poucas mãos. A produção é fundamental para que tenhamos uma resposta mais efetiva para pandemias futuras, através de instituições como a Fiocruz, com ampla experiência no desenvolvimento e produção para compartilhar com o mundo. Espero trabalhar com vocês durante a presidência do Brasil no G20 e muito além disso”.

O diretor-geral da OMS afirmou ter muito orgulho das parcerias já existentes com a Fundação, como com Bio-Manguinhos. Ele destacou que o Brasil é um parceiro fundamental no programa de transferência de tecnologia, além das vacinas contra a Covid-19. Adhanom também comentou a meta de equidade em saúde do projeto brasileiro, salientando que a redução das desigualdades é fundamental para o progresso em prol de um mundo sustentável.

COP 28 e mensagem do Papa

O seminário especial de fim de ano do Cris/Fiocruz se dividiu em duas partes. Se a primeira tratou sobre o G20, o desta quinta-feira (14/12) abordou a Saúde na COP 28 e o ineditismo do tema ter tido um dia voltado para ele na cúpula. A abertura do webinário, o último do ano, contou com a leitura de uma carta enviada pelo Papa Francisco através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. Na mensagem, o pontífice saudou os participantes do webinário, “fazendo votos de que o encontro possa gerar ações concretas em favor da preservação do meio ambiente e a conscientização de que o cuidado com toda a criação tem impacto direto sobre a qualidade de vida e a saúde humana”.

Coordenador do Cris/Fiocruz, Paulo Buss mediou o webinário e agradeceu aos painelistas pela “honra” de participarem do seminário “de suma importância”, destacando a fala da ministra como “líder da saúde pública brasileira” e do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, como “um líder que tem orientado todas as perspectivas de saúde em um mundo tão conturbado”.

Os webinários de quarta e quinta-feira tiveram discussões mais amplas – sobre a saúde no G20 e a saúde na COP 28 – com a participação de representantes de instituições do governo, da sociedade civil e da Fundação. É possível assistir aos encontros com tradução para o português, inglês e espanhol.

Ministra da Saúde defende na ONU equidade no setor e cultura da paz. Nísia Trindade diz que desigualdade faz mal à saúde

Ao participar da 76ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, a ministra Nísia Trindade disse nesta segunda-feira (22) que “o Brasil está de volta”, o que, segundo ela, significa a retomada da defesa da equidade em saúde, da cultura da paz e do multilateralismo, “fundamentais neste tempo”.

Em seu discurso, Nísia lembrou os 6 milhões de mortos pela pandemia de covid-19 em todo o planeta, sendo 700 mil apenas no Brasil, “com grave impacto nos sistemas de saúde, na saúde mental e na economia”. “Precisaremos de sistemas nacionais de saúde mais preparados para as emergências que virão”.

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Trajetórias Negras na Fiocruz chega a sua sétima edição

Em celebração ao Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, a Fiocruz, por meio de seu Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, promove no dia 23, das 10h às 12h, o evento Trajetórias Negras na Fiocruz. O encontro on-line, que terá transmissão pela VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, tem como objetivo reunir trabalhadoras e trabalhadores negros da instituição para compartilharem vivências profissionais e pessoais, refletindo ao mesmo tempo sobre o racismo estrutural e as desigualdades raciais enfrentadas cotidianamente.

A sétima edição da roda de conversa, terceira virtual, contará com a participação da coordenadora para Cooperação Internacional no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Flávia Paixão, e do coordenador de recrutamento e retenção do Laboratório de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Toni Araújo. A mediação será realizada pela assessora de Inovação Tecnológica do INI/Fiocruz, Mirian Cohen.

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Campanha busca garantir saúde para população de rua

Objetivo é assegurar o acesso das pessoas que vivem na rua aos serviços de saúde, combatendo o preconceito na sociedade e entre os profissionais

Para vencer o preconceito da sociedade e dos profissionais de saúde e conscientizar a população em situação de rua dos seus direitos, foi lançada nesta quarta-feira (19) a campanha Políticas de Equidade. Para Tratar Bem de Todos. Saúde da População em Situação de Rua. O lançamento foi feito pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, no dia que marca os 10 anos do assassinato de sete pessoas que dormiam na Praça da Sé, em São Paulo, numa ação violenta que deixou outros oito feridos.

“Também é assassinato quando temos o acesso à saúde negado. Para algumas pessoas, essa pode ser mais uma campanha, mas para a gente é a diferença entre a vida e a morte. Esta campanha é um divisor de águas e a dívida do estado conosco começa a diminuir”, declarou coordenadora Nacional Movimento População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira dos Santos.

Atualmente, existem no País 50 mil adultos e 24 mil crianças e adolescentes vivendo na rua. Eles foram levados a essa situação pelo alcoolismo, drogas, desemprego e conflitos familiares. Os dados são da Pesquisa Nacional Sobre a População em Situação de Rua (2008), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). A pesquisa revelou também que 18,4% dos entrevistados já foram impedidos de receber atendimento na rede de saúde.

Para Arthur Chioro , é preciso vencer o preconceito e disseminar na sociedade de que é um direito de todos e, entre os profissionais de saúde, a necessidade de tratar com dignidade a todos. “É uma luta por direitos, não só direito à saúde. Como vimos na campanha, somos diferentes, não podemos ser desiguais. É um direito da população de rua, é uma obrigação e um dever do estado”, lembrou Chioro.

A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A secretária nacional de Assistência Social do MDS, Ieda de Castro, destacou o fato da Saúde ter sido escolhida para abrir este caminho para a inclusão dessas pessoas e que se soma ao trabalho desenvolvido pelo MDS. “Quebrar estigmas, preconceitos, reconhecer as diversidades e trabalhar para a cultura da paz. É uma tarefa grandiosa, mas é de todos nós”, disse.

Campanha

Serão distribuídos 100 mil cartazes para unidades de saúde de municípios com população em situação de rua e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população. O objetivo é valorizar a saúde como um direito e ressaltar que as pessoas em situação de rua têm direito de ser atendidas nos serviços de saúde, independentemente das roupas, das condições de higiene, do uso de álcool e drogas ou da falta de documentação e comprovante de endereço.

A campanha contará, ainda, com materiais informativos, como 60 mil folders que serão distribuídos para profissionais de saúde e movimentos sociais. Também serão veiculadas nas redes sociais mensagens de sensibilização e informações sobre as necessidades de saúde e os direitos da população em situação de rua. Para se aproximar da população, as pessoas que ilustram as peças publicitárias (David, Thiago e Mary) estão realmente em situação de rua.

“Esta não é uma ação isolada, uma campanha fortuita. É a consolidação de um compromisso histórico. Nós não temos só a campanha, mas um conjunto de políticas desenvolvidas para poder cuidar da população de rua”, garantiu o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Consultório na Rua e outras ações

Entre as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde para essa população, o ministro Arthur Chioro destacou o Consultório na Rua. Criado em 2011, é uma modalidade de equipes de atenção básica que realizam busca ativa e qualificada de pessoas que vivem nas ruas. Atualmente, há 144 equipes de Consultórios na Rua, localizadas em 83 municípios, um crescimento de 80% em relação a 2012, quando havia 80 equipes.

O ministro lembrou que o Consultório na Rua tem que ser visto como mais um meio de atendimento da população e não o único. Eles devem ser atendidos em todos os servidos, nas Unidades Básicas de Saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento, pelo Samu, pelos hospitais de emergência e pelas Santas Casas.

As equipes do Consultório na Rua são formadas por, no mínimo, quatro profissionais e podem ser compostas por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, médicos, agentes sociais, técnicos ou auxiliares de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional/professor de educação física ou profissional com formação em arte e educação.

As principais causas de internação das pessoas em situação de rua atendidas pelas equipes do programa têm relação com o uso de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas), problemas respiratórios e causas externas (acidentes e violência). As equipes de Consultórios na Rua podem também dar início ao pré-natal e vincular a gestante a uma UBS para que faça os exames e procedimentos necessários.

Outra ação importante foi a aprovação, em 2013, de um plano operativo que orienta os governos federal, estadual e municipal na implantação de estratégias e ações voltadas a essa população, como a criação de comitês técnicos e consultivos com a participação de representantes do movimento social e ações de promoção e vigilância em saúde. Além disso, em 2011, foi aprovada a Portaria nº 940, que dispensa a obrigatoriedade de apresentação de endereço de domicílio para aquisição do cartão SUS por pessoas vivendo nas ruas.

Fonte:

Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde.

Brasília recebe Seminário de Boas Práticas no Controle da Tuberculose

O II Seminário de Boas Práticas no Controle da Tuberculose e Enfrentamento das Vulnerabilidades e Coinfecções junto a População em Situação de Rua ocorrerá pela segunda vez em Brasília, nesta quarta (18) e quinta-feira (19). O evento tem o objetivo de discutir ações de saúde para a população em situação de rua, tratando de fatores relacionados à saúde e também à assistência social.

De acordo com o Coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose no Ministério da Saúde, o médico Draurio Barreira, o seminário será importante para que sejam trabalhadas estratégias de enfretamento da tuberculose em populações mais vulneráveis. “Pessoas em situação de rua, pessoas privadas da sua liberdade, pessoas com HIV e a população indígena têm mais chances de serem infectadas com tuberculose”, explica.

Ainda segundo o coordenador, mais do que qualquer outra doença e agravo na saúde, a tuberculose prevalece nessa população. O seminário será importante para dar visibilidade para a população em situação de rua e divulgar aos gestores as políticas de saúde e assistência social para essa população. Para ele, o seminário terá articulação em diversos setores, como saúde, assistência social, direitos humanos, saúde mental e atenção básica. “Será um meio de articular as práticas e ações voltadas para a população. Esses profissionais de diversos setores estarão em contato e trocarão experiências”, completa Barreira.

O seminário contará com a presença de Coordenadores dos Programas de Tuberculose, Aids, Hepatites, Atenção Básica, Assistência Social, representantes dos Conselhos de estado e capital de saúde e do Movimento Nacional de População em Situação de Rua. Estarão presentes participantes de vários estados, como Ceará, Pernambuco, Goiás, Amapá, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.