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Dia D contra dengue promove ações de conscientização em todo o Brasil

Atividades de prevenção serão feitas em todo o país no próximo sábado

O governo federal vai promover o Dia D de mobilização de ações de prevenção contra a dengue no próximo sábado (14). Em 2024, foram contabilizados, até agora, mais de 6,7 milhões de casos e 5.950 mortes por causa da doença. O sistema de saúde investiga se outros 1.091 óbitos tiveram a doença como causa. Para se ter uma ideia, no ano passado, foram 1.179 mortes pelo vírus, um número cinco vezes menor.   

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Dengue: Anvisa vai priorizar registro de dispositivos para diagnóstico. Objetivo é permitir resposta mais rápida no controle da epidemia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai priorizar, em caráter de urgência, todos os pedidos de registro de dispositivos destinados ao diagnóstico da dengue. A decisão foi tomada durante reunião da diretoria colegiada.

“O objetivo é ampliar o fornecimento de meios eficazes para o diagnóstico precoce da doença, permitindo uma resposta mais rápida no controle da epidemia”, destacou a Anvisa em nota.

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Rio recebe primeiro lote de vacinas contra a dengue. São 231.928 doses para adolescentes entre 10 e 14 anos

O primeiro lote das vacinas contra a dengue será entregue ao estado do Rio pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (22). São 231.928 doses que serão enviadas à Central Geral de Armazenamento da Saúde RJ. O público alvo são adolescentes entre 10 e 14 anos, da Região Metropolitana I, que inclui a capital e municípios da Baixada Fluminense.

Ontem (21), o governo do estado decretou epidemia de dengue no território fluminense. A medida foi tomada devido ao crescimento do número de casos da doença. Até o momento, foram feitas 49.405 notificações, cerca de 308 casos por 100 mil habitantes, com quatro óbitos (dois na capital, um em Itatiaia e um em Mangaratiba).

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Pílula de prevenção do HIV é vitória contra epidemia no SUS

Após anos de debate, Ministério da Saúde adota medicamento pré-exposição ao vírus para grupos de risco

Para o professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Esper Kallás, a política adotada pelo SUS é uma importante medida para os grupos mais vulneráveis ao HIV. Ele explica que a profilaxia pré-exposição foi direcionada para mulheres com parceiros soropositivos em áreas sem acesso à saúde. O sucesso dos estudos levou à expansão das medidas aos grupos de homens homossexuais e mulheres transgêneros.

Foto: Divulgação/ONU

A partir disso, houve uma mobilização para tornar a profilaxia pré-exposição uma política pública, adotada na última quarta-feira. O professor explica que essa ação é eficaz, mas é tomada em conjunto com outras medidas de prevenção  da Aids-HIV. Além disso, Kallás esclarece dúvidas a respeito do tratamento das doenças sexualmente transmissíveis.

Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular.

Mães e bebês são recrutados para pesquisa sobre zika em PE

Passado mais de um ano de epidemia de bebês nascidos com microcefalia e outras doenças congênitas causadas pela zika, ainda há muitas perguntas a serem respondidas para que se possa explicar a relação entre o vírus zika e a síndrome congênita que ele provoca e sobre futuro dessas crianças. Na busca por esclarecimentos, o Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (Merg), formado por pesquisadores da Fiocruz Pernambuco, universidades Federal e estadual de Pernambuco e outras instituições, estão convocando mães que tiveram manchas avermelhadas pelo corpo durante a gestação e seus filhos, inclusive aqueles que nasceram aparentemente saudáveis, a participarem de um estudo. O objetivo da pesquisa é identificar se essas crianças desenvolveram tardiamente ou virão a desenvolver agravos relacionados à síndrome congênita do zika. Para isso, os bebês são submetidos a exames clínicos para detecção de sintomas, como calcificação no crânio, problemas visuais ou auditivos.

O primeiro contato com essas mães é feito por meio do número de telefone fornecido por ela quando procurou uma unidade de saúde com manchas pelo corpo. Aceitando participar, elas são entrevistadas, em seus domicílios, dando informações sobre histórico da gravidez, uso de medicação, de bebidas alcoólicas e condições socioeconômicas e têm sangue coletado para confirmar se tiveram ou não zika. Já as crianças são encaminhadas para consulta com pediatra para fazer ultrassom e terem sangue coletado. Tudo com hora marcada. Também são agendadas consultas com neurologista, otorrino e oftalmologista. As crianças que entrarem no estudo serão acompanhadas por quatro anos.

De fevereiro de 2016 a fevereiro deste ano, cerca de 600 mães/gestantes foram contatadas para fazer parte da pesquisa. No entanto, apenas metade dos bebês nascidos dessas mulheres foram examinados pelas equipes multidisciplinares de saúde. A microcefalia é o agravo mais grave entre bebês nascidos de mães que tiveram zika na gestação, mas não é o único problema de saúde apresentado por essas crianças. Há registros de casos de epilepsia, deficiências auditivas e visuais, e atraso no desenvolvimento psicomotor, entre outras questões.

“Há crianças que nascem aparentemente normais mas não se sabe se elas vão apresentar algum problema no futuro. Trazer as crianças para serem vistas por especialistas que estão na pesquisa permitirá uma intervenção mais precoce, caso seja detectado algum sintoma antes não percebido. Além disso, gera conhecimento que será importante para orientação das futuras grávidas”, destaca o coordenador da pesquisa, o professor da UPE Ricardo Ximenes, que faz parte do Merg.

O alvo da pesquisa tem sido as mães notificadas pela Secretaria Estadual de Saúde, porém mulheres que apresentaram manchas vermelhas na gestação, mas não procuraram ajuda médica nesse período, e seus filhos também podem participar do estudo. Para isso, é preciso entrar em contato com a equipe da pesquisa pelos números (81) 2123-7846 e 9.9750-0158.

Pesquisa investiga epidemia midiática de febre amarela

Pesquisadora investiga epidemia discursiva durante cobertura midiática de epizootia de febre amarela no verão de 2008

Apesar do caso parecer dentro da normalidade, dissertação diz que “houve uma epidemia midiática com impactos muito importantes” – Arte: jornal.usp.br

Entre dezembro de 2007 e abril de 2008, o Ministério da Saúde divulgou, por meio de boletim publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, ter recebido 70 notificações de casos suspeitos de febre amarela. Com apenas 40 confirmações, o que se registrou como uma epidemia na época foi, de acordo com a pesquisadora Cláudia Malinverni, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, um fato social produzido a partir de uma incisiva cobertura jornalística.

Em sua dissertação de mestrado, Cláudia analisou um total de 118 matérias do jornal Folha de S. Paulo, circunscritas à cobertura midiática da febre amarela, que foram produzidas em 42 edições seguidas. Ao identificar uma “epidemia discursiva” da versão urbana da doença, a pesquisadora decidiu se aprofundar na cobertura da imprensa em sua tese de doutorado. “Como eu trabalho com a perspectiva de que discurso produz fato social, eu concluí na dissertação que houve uma epidemia midiática com impactos muito importantes”, afirma ao pontuar também que, em pouco mais de 40 dias, foi aplicado quase que o total de doses de vacinas que são distribuídas para os Estados no total de um ano.

Jornalista por formação, com passagens pela Assessoria de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes e depois pela Assessoria da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Cláudia se norteou pelos argumentos da autoridade sanitária na época, que afirmava que a chamada epizootia — conceito utilizado para qualificar uma enfermidade contagiosa que ataca um número inusitado de animais e que se propaga com rapidez — estava dentro da normalidade epidemiológica.

Epizootia vs. Epidemia

Foto: James Gathany via Wikimedia Commons

Foi a partir de um chamado “evento sentinela”, a morte de macacos no parque urbano de Brasília no final de 2007, que a epizootia foi identificada por meio de uma nota técnica da Secretaria Nacional de Saúde. Desde 2004, toda a região Centro-Oeste, explica Cláudia, passou a ser considerada uma região de transição da febre amarela. Ainda assim, o salto de uma epizootia notificada da versão silvestre da doença para a versão urbana foi tomado em janeiro, a partir da morte de uma vítima do vírus que esteve na região.

“Febre amarela é uma doença só, mas a silvestre e a urbana são diferentes. É a mesma doença, mas com uma epidemiologia diferente”, revela.

A partir daí, de acordo com sua análise, o noticiário deslocou discursivamente o evento de sua forma silvestre, espacialmente restrita e de gravidade limitada, para a urbana, de caráter epidêmico e potencialmente mais grave.

“Eu estava na Coordenadoria de Controle de Doenças na secretaria quando aconteceu a epizootia de febre amarela no verão de 2007 a 2008 e eu percebi que havia algo errado naquela cobertura”, relembra a jornalista. Em dezembro de 2007, “a Folha de S. Paulo deu uma nota sobre morte dos macacos. Depois uma segunda nota sobre pessoa com suspeita. E em janeiro começou o agendamento da febre amarela no jornal”, elenca ela. Somente naquele mês, reuniu um total de 75% do total de matérias publicadas sobre a chamada epidemia, até a primeira morte vacinal no final do mês.

Na época, a cobertura midiática impactou o sistema nacional de imunização e, para autoridades em Saúde, expôs a riscos desnecessários pessoas que se vacinaram contra a febre amarela incentivadas pelo discurso jornalístico e contrariando as recomendações do Ministério da Saúde, o que levou a quatro mortes por vírus vacinal. “A vacina da febre amarela é perigosa. Alguns países fazem uma relação custo- benefício e não recomendam”, aponta Cláudia.

“Discurso produz fatos”

“O discurso produz fatos. E um dos discursos poderosos é o discurso da mídia” – Arte: jornal.usp.br

Na tese de doutorado, “queria entender como aquela cobertura tinha produzido uma epidemia de febre amarela urbana”, explica ela. Trabalhando a partir de um aporte metodológico chamado Práticas Discursivas e Produção de Sentidos no Cotidiano, que coloca a linguagem no centro da produção de sentido, a especialista defende que, conforme essa visão, o mundo só existe a partir da linguagem que estabelece relações e fatos. “O discurso produz fatos. E um dos discursos poderosos é o discurso da mídia”, esclarece.

Buscando compreender o processo de produção dessa epidemia midiática e alguns de seus desdobramentos no cotidiano dos atores envolvidos no fenômeno, Cláudia entrevistou 14 pessoas de diferentes comunidades linguísticas, que dividiu em grupos: gestores; profissionais de saúde; assessores de imprensa; jornalistas da imprensa generalista; e usuários vacinados. A análise foi feita sob quatro eixos temáticos: o processo de produção da narrativa, o uso de repertórios de risco, a fabulação da vacina e a tradução do conhecimento técnico-científico.

Dando atenção especial aos profissionais da imprensa, Cláudia selecionou quatro jornalistas que haviam trabalhado em jornais de grande circulação na cobertura da epizootia da febre amarela. “Conversando com essas diferentes comunidades ficou claro que o agendamento da febre amarela pelos jornais tinha um recorte ideológico contra o governo federal vigente”, relata ela.

Do ponto de vista dos jornalistas, a especialista identificou elementos comuns ao chamado ethosjornalístico. A justificativa para a cobertura exacerbada veio a partir da identificação dos próprios processos e condições de produção da notícia em um grande jornal. “Pressionados pelo tempo, pela rotina, pela ideologia do veículo…”, enumera Cláudia.

Aliando a cobertura enviesada com a falta de preparo das autoridades públicas e o desarmamento conceitual do público que consumia as numerosas notícias sobre a dita epidemia, Cláudia enxerga um despreparo sistêmico no que se refere à cobertura de saúde no País.

“A ‘epidemia’ de febre amarela deixou claro que o modelo de comunicação pública no Brasil é instrumental”, discorre ela. “Eles (o Ministério da Saúde) cometeram todos os erros do ponto de vista de comunicação de risco de saúde. Demoraram para nomear um único porta-voz no Ministério da Saúde, por exemplo”.

“A comunicação pública no Brasil é feita para blindar gestores de plantão. Ela é reativa, não dá voz a outros atores no sistema público de saúde. O usuário não tem voz, o profissional de saúde não tem voz”, defende a pesquisadora.

Tempestade midiática

No que se traduziu como uma “tempestade perfeita” de despreparo e irresponsabilidade midiática, a ‘epidemia’ de febre amarela foi, para a jornalista, resultado do newsmaking — teoria que pressupõe que as notícias são como são porque a rotina industrial de produção assim as determina —, fortemente influenciada pela ideologia, já que os jornais eram majoritariamente de oposição ao governo federal e pela ideologia do profissionalismo.

Conforme Cláudia, o problema maior tem a ver com o modelo oligopolista de comunicação brasileira. A saúde coletiva, em sua visão, é constantemente desqualificada na imprensa. “Obviamente, a epidemia midiática de febre amarela é um caso extremo, mas ele é muito exemplar do tipo de produção discursiva que se tem na relação da comunicação pública com a comunicação privada”, afirma, ao defender que é preciso discutir outro modelo de comunicação pública de saúde.

Para a especialista, “temos que tirar de perspectiva essa visão romântica de que o jornalismo é um parceiro desinteressado das questões da saúde”. Dentre suas diversas conclusões, ela defende que “a imprensa não está a serviço da saúde”.

A tese de doutorado Epidemia midiática de febre amarela: Desdobramentos e aprendizados de uma crise de comunicação na saúde pública brasileira, orientada por Angela Maria Belloni Cuenca, do Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP, pode ser acessada neste link.

Mais informações: email claudia.malinverni@usp.br, com Cláudia Malinverni

Número de turistas contaminados por dengue durante Olimpíadas será baixo, diz estudo

Em 2014, antes do início da Copa do Mundo no Brasil, havia um temor de que muitos entre os 600 mil turistas estrangeiros aguardados para o maior evento futebolístico do planeta pudessem contrair dengue. Seriam centenas ou mesmo milhares, de acordo com algumas previsões.

Tal temor não era infundado uma vez que há dois anos, como hoje, a infestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, já estava espalhada pelo país. Mas, em maio de 2014, um mês antes do início do campeonato mundial, um estudo epidemiológico surpreendeu ao se contrapor àquele panorama de maus presságios, indicando que a total de infecções por dengue entre os turistas na Copa seria mínimo. E a previsão se mostrou correta.

Resultado do emprego de métodos sofisticados de modelagem matemática, o artigo “Risk of symptomatic dengue for foreign visitors to the 2014 FIFA World Cup in Brazil”, do professor Eduardo Massad e colaboradores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), estimava que o número total de casos de dengue notificados entre turistas estaria entre três e 59.

“Sabe quantos casos foram?”, pergunta Massad com um sorriso. “Apenas três: dois de turistas dos Estados Unidos e um do Japão. Acertamos na mínima.”

Em 2016, a três meses do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a mesma equipe voltou a utilizar seus modelos matemáticos para calcular o risco de infecção por dengue entre os cerca de 400 mil visitantes internacionais esperados – segundo estima o Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur). Os dados utilizados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

A exemplo do que ocorreu na Copa, os cálculos da equipe de epidemiologistas apontam para um número muito baixo de infecções por dengue entre os turistas estrangeiros nas Olimpíadas, explica o doutorando Raphael Ximenes, líder da nova pesquisa, e orientando do professor Massad.

Os resultados foram publicados em novo artigo, “The risk of dengue for non-immune foreign visitors to the 2016 summer olympic games in Rio de Janeiro, Brazil”, na revista BMC Infectious Diseases, em estudo apoiado pela FAPESP.

O pior cenário

Caso a epidemia de dengue em 2016 siga o mesmo padrão verificado em agosto de 2007 – mês com maior total de casos desde o início da epidemia no Brasil –, a modelagem matemática estima que haverá, entre os 400 mil turistas estrangeiros aguardados, apenas 23 casos sintomáticos. São aqueles casos em que se registra febre e demais sintomas e que podem vir (ou não) a resultar em internações hospitalares.

Já com relação aos casos assintomáticos – em que, picados pelo Aedes, os turistas contrairão o vírus da dengue, mas não desenvolverão sintomas nem ficarão doentes –, o número de casos esperados é de 206.

A epidemia anual de dengue no Brasil costuma ocorrer nos meses chuvosos, quando aumenta a proliferação do mosquito. Atinge seu ápice geralmente em abril e declina a partir de maio, graças à progressiva redução do índice pluviométrico e à consequente aproximação da estiagem de inverno. Quando se instala o tempo seco e frio, a multiplicação do mosquito é interrompida e o total de infecções por dengue desaba.

Em 2007 não foi assim. Por conta de um inverno com temperaturas mínimas particularmente altas, a proliferação do mosquito não cessou por completo. O resultado é que não ocorreu uma pausa entre a epidemia de dengue do início de 2007 e aquela que iniciaria no período chuvoso de 2008. Os casos de dengue em agosto de 2007 foram elevados por conta disso.

Perspectivas para 2016

Mas 2007 foi a exceção à regra. Caso o inverno de 2016 seja frio como foram os de outros anos desde 2002, a proliferação doAedes deverá cessar. Nessas condições, qual é a estimativa de casos sintomáticos de dengue entre os turistas dos jogos Olímpicos? Zero. Isso mesmo, pelo menos é o que indicam os cálculos da equipe. Já entre os casos assintomáticos pode-se esperar até duas ocorrências.

“A dengue não vai acabar nem será resolvida enquanto não existir uma vacina eficiente”, disse Massad. Segundo o pesquisador, na falta de uma vacina, só resta combater o mosquito Aedes, outra tarefa muito difícil.

“Trabalhei em Cingapura, onde a epidemia de dengue existe desde 1974. Apesar dos esforços do governo e da sociedade, os números da doença no país só aumentam ano a ano. As estatísticas da epidemia acompanham o aumento na quantidade de mosquitos, que está diretamente associado ao aumento da população. Dengue é um problema urbano. Aedes é como rato e barata. Onde tiver gente, vai ter Aedes e vai ter dengue”, disse Massad.

Lastreada pela experiência com os estudos sobre a dengue, a equipe da FMUSP trata agora de tentar estimar o risco de infecção dos turistas pelo vírus Zika. É um cálculo bem mais complicado e impreciso, pois a notificação dos casos de Zika no Brasil só se tornou compulsória em janeiro de 2016.

“Não conseguimos fazer uma previsão de risco sem conhecer o passado da doença. Felizmente, no caso da dengue, o banco de dados do Sinan é um dos mais completos do mundo”, disse Ximenes.

O artigo “The risk of dengue for non-immune foreign visitors to the 2016 summer olympic games in Rio de Janeiro, Brazil” (doi: 10.1186/s12879-016-1517-z), de Raphael Ximenes, Marcos Amaku, Luis Fernandez Lopez, Francisco Antonio Bezerra Coutinho, Marcelo Nascimento Burattini, David Greenhalgh, Annelies Wilder-Smith, Claudio José Struchiner e Eduardo Massad, publicado naBMC Infectious Diseases, pode ser lido em http://bmcinfectdis.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12879-016-1517-z.