Tag Archives: Envelhecimento

Entenda a hidrocefalia normobárica, causa da cirurgia de Chico Buarque

Se não for tratada, condição pode levar à paralisia

O cantor Chico Buarque precisou passar por uma cirurgia neurológica, nessa terça-feira (3), para tratar uma hidrocefalia normobárica, ou de pressão normal. A condição ocorre quando há excesso de líquor – fluido que reveste o sistema nervoso central – acumulado no cérebro, mas sem provocar aumento da pressão intracraniana. Ainda assim, a hidrocefalia pode impactar os movimentos das pernas, a cognição e a capacidade de controle urinário.

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O que são as ‘células zumbis’, que podem indicar chave para frear efeitos do envelhecimento

Elas estão espalhadas por todo o nosso corpo — do cérebro ao fígado —, e atuam liberando moléculas prejudiciais que degradam os tecidos, afetando a cognição, aumentando a fragilidade e enfraquecendo o sistema imunológico. E seu número aumenta à medida que envelhecemos.

Estamos falando das células senescentes, muitas vezes chamadas de “células zumbis”.

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‘Comer bem, dormir e fazer exercício é mais eficaz que qualquer remédio anti-idade’, diz Nobel de Química

Envelhecer e morrer, isso acontece com todos nós e também causa medo a (quase) todo mundo.

Mas por que envelhecemos e morremos? É possível retardar a velhice ou mesmo alcançar a imortalidade?

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O efeito sobre o cérebro de soneca durante o dia, segundo ciência

Encontrar um tempo para uma soneca todos os dias é bom para o nosso cérebro e ajuda a mantê-lo maior por mais tempo, dizem pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido.

A equipe mostrou que os cérebros dos indivíduos que cochilam regularmente é 15 centímetros cúbicos maiores — o que é equivalente a retardar o envelhecimento entre três e seis anos.

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Especialistas alertam para “tsunami” de doentes idosos com câncer. Encontro em Chicago reune médicos do mundo inteiro

Com o envelhecimento da população, os serviços de saúde do mundo todo serão atingidos por um “tsunami grisalho” de doentes idosos com câncer, nas próximas duas décadas, alertam oncologistas. Em Chicago, no encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, da sigla em inglês), os especialistas pediram uma ação urgente para aumentar a força de trabalho médica ao alertarem para o fato de que o mundo “não está preparado” para essa explosão.

O tsunami grisalho é uma metáfora usada para descrever o envelhecimento populacional e os impactos econômicos e de saúde associados aos mais velhos. Com o aumento da expectativa média de vida, estima-se que essa cada vez maior população idosa necessitará de cuidados específicos de saúde.

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Vitamina C, ácido hialurônico e retinol: quão eficazes são contra o envelhecimento da pele, segundo a ciência?

Quais produtos realmente melhoram a aparência da sua pele? 

Para aqueles que querem frear a ação do tempo, nem sempre foi tão fácil como é hoje.

Ao longo da história, as pessoas usaram todos os tipos de técnicas malucas para cuidar da pele e combater o envelhecimento, como tomar banho em leite de jumenta, como Cleópatra supostamente fazia, ou aplicar mercúrio diretamente na pele como os elizabetanos faziam.

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Doença pulmonar obstrutiva crônica causa o envelhecimento precoce do sistema imune, sugere estudo

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e publicada na revista Immunity & Ageing coloca a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) entre as que levam a um envelhecimento precoce do sistema imunológico. O achado pode ser um caminho para explicar o motivo de indivíduos com a doença apresentarem menor resposta a vacinas e serem mais suscetíveis a processos infecciosos, por exemplo.

Os pesquisadores concluíram que pacientes com DPOC apresentam um conjunto de alterações ligadas ao envelhecimento celular, processo chamado de imunossenescência, que afeta os linfócitos T CD4+ e CD8+, prejudicando a resposta imunológica.

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Mês do idoso: pesquisadora analisa o envelhecimento no Brasil

“Envelhecer no Brasil é muito perigoso”. Em comemoração a mais um Dia Mundial do Idoso (1º de outubro) e ao mês do Idoso, essa é a triste constatação da socióloga Dalia Romero, mestre em Demografia, doutora em Saúde Pública e chefe do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict/Fiocruz). E essa conclusão surge a partir de pesquisas e seminários com foco no envelhecimento e saúde do idoso, realizados desde há décadas.

“Cada vez mais, o envelhecimento vai chegar mais cedo no Brasil, devido à grande perda que temos em qualidade de vida em geral, que já vem de antes da pandemia”, comenta Dalia, lembrando que há dois anos, em 2019 – bem antes da chegada Covid-19, portanto – já eram sentidos os indicadores de uma perda da qualidade de vida para as pessoas idosas.

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Curta da VideoSaúde concorre na mostra competitiva VerOuvindo

Um retrato delicado, lírico, fruto de projeto de pesquisa sobre as percepções do idoso a respeito do processo de envelhecimento, o documentário A beleza do crepúsculo, que integra o acervo da VideoSaúde e o catálogo do selo Fiocruz Vídeo, foi selecionado para o 6º VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife. O evento é considerado uma das principais mostras sobre acessibilidade do Brasil e foi vencedora do Primeiro Concurso de Boas Práticas da Sociedade Civil do Mercosul em Acessibilidade Audiovisual (2018). A beleza do crepúsculo concorre na mostra competitiva do VerOuvindo, entre os dias 10 e 15 de novembro, em duas categorias: documentário com audiodescrição e documentário com tradução em Libras.

O filme retrata a vida de alguns dos moradores do Morro do Dendê, Rio de Janeiro, onde falam sobre o envelhecimento, compartilham suas perspectivas sobre vida e morte, suas saudades, alegrias e memórias. Um convite à reflexão acerca da complexidade e subjetividade do envelhecimento. Dirigido por Raíssa Cardoso e Jonas Feitosa, teve como ponto de partida a pesquisa acadêmica Percepções do idoso domiciliado sobre seu processo de envelhecimento, realizada pelo Programa de Residência de Família e Comunidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).

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98% dos idosos não conseguem atravessar a rua no tempo dos semáforos

Estudo destaca que mudanças simples garantiriam mobilidade e maior autonomia para a população de idosos em São Paulo

Em Curitiba (PR) foram implantados alguns semáforos inteligentes – Foto: Cesar Brustolin/SMCS via Fotos Públicas

Poucos metros separam uma calçada da outra. Mas, quando o sinal verde autoriza a travessia de pedestres, cruzar a rua pode se tornar uma façanha, principalmente para as pessoas com mais de 60 anos: o luminoso com o bonequinho vermelho começa a piscar antes que eles cheguem com segurança ao outro lado da calçada.

Um estudo feito na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP constatou que 97,8% dos idosos da cidade de São Paulo não conseguem caminhar a 4,3 km/h, velocidade exigida pelo padrão apresentado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-SP) para os semáforos da cidade. Na média, a velocidade alcançada pelos voluntários com mais de 60 anos que participaram do estudo foi bem menor que o exigido: apenas 2,7 km/h.

Para medir a velocidade da marcha dos 1.191 idosos que participaram do estudo foi necessária a infraestrutura do Estudo SABE – Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento, pesquisa longitudinal de múltiplas coortes sobre as condições de vida e saúde dos idosos do município de São Paulo.

Esse estudo multicêntrico teve início em 2000, quando, por iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), foram pesquisadas pessoas de 60 anos ou mais de sete grandes cidades da América Latina e do Caribe, entre elas São Paulo. Com apoio da Fapesp, o estudo foi reeditado em São Paulo em 2006 e 2010 e em 2016 teve sua quarta edição.

“A velocidade de marcha exigida para atravessar as ruas da cidade não condiz com a população idosa e não podemos desconsiderar o aumento da população idosa no município de São Paulo e no Brasil inteiro”, disse Etienne Duim, autora de artigo com resultados do estudo publicado no Journal of Transport & Health – os outros autores são José Leopoldo Ferreira Antunes e Maria Lucia Lebrão (falecida em julho de 2016).

Tempo de semáforo aberto para pedestre vai ficar maior em São Paulo – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

De acordo com dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em 2016, o porcentual de idosos na cidade de São Paulo era de 12,74%.

“O que constatamos com o estudo é que a cidade não é regulada para o idoso, mas para um indivíduo adulto que, na maioria dos casos, anda entre 4 e 6 km/h sem maiores problemas. Isso tem o efeito de fazer com que o idoso fique cada vez mais confinado em casa”, disse Antunes, professor titular da FSP e orientador do estudo.

A pesquisa tomou como base dados da CET-SP (de agosto de 2016) que regula o tempo dos semáforos a partir de um cálculo que considera a velocidade média para o pedestre como 4,3 km/h. O cálculo é feito para a travessia enquanto o sinal de pedestre está verde. O estudo não considerou o tempo do sinal vermelho piscante. Segundo a CET, não houve alteração no tempo dos semáforos após o período de realização da pesquisa. A análise bibliográfica sobre o tema, feita pelos pesquisadores, apontou que cidades têm reduzido a velocidade média de percurso para pedestres, como Valência e Barcelona, na Espanha, com os seus atuais 3,2 km/h.

Segundo Duim, um estudo realizado na Inglaterra teve resultados muito parecidos com os de São Paulo. “O estudo inglês inclusive teve peso na regulamentação do país, que aumentou o tempo dos semáforos”, disse.

Os dois estudos concluem que, para a população idosa, a caminhada tem importante relação com a saúde e com a interação social e que fatores que atrapalhem a movimentação desse público – como a dificuldade de atravessar ruas – podem indicar perda de autonomia e até mesmo de qualidade de vida do idoso.

Sem pressa

Mudanças simples garantiriam mobilidade e maior autonomia para a crescente população de idosos da capital paulista – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Duim sugere para a capital paulista mudanças parecidas com as adotadas na Inglaterra e na Espanha. Isso garantiria a autonomia e mobilidade da população idosa e, principalmente, a redução de riscos de atropelamentos.

“Aumentar 5 segundos o tempo para cada semáforo pode trazer um impacto no trânsito? Pode. Mas, pelo que vimos nos estudos realizados em outros países, essa mudança é diluída também com a adoção de outras medidas, como alteração de velocidade do trânsito e incentivo ao uso de transporte público, por exemplo”, disse.

Duim indica como alternativa interessante para São Paulo a proposta adotada em Curitiba, onde foram implantados alguns semáforos inteligentes: o idoso insere um cartão num dispositivo eletrônico para determinar que precisará de mais tempo para atravessar a rua.

“O mesmo também vale para outras pessoas com dificuldade de locomoção, como cadeirantes, grávidas e pessoas com crianças pequenas, por exemplo. É uma solução que não impacta tanto o trânsito e cria um processo interessante de inclusão social”, disse.

O artigo na íntegra está disponível no site: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214140516302250.

Maria Fernanda Ziegler / Agência Fapesp