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Fiocruz Rondônia monitora arboviroses na fronteira com a Bolívia

Pesquisadores da Fiocruz Rondônia estiveram no município de Nova Mamoré e no distrito de Nova Dimensão (que pertence ao município) realizando ações de rastreamento e caracterização epidemiológica e molecular de arbovírus e vírus respiratórios. A ação ocorreu entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025 e foi coordenada pelo Laboratório de Virologia Molecular (LVM). O município de Nova Mamoré fica na área de fronteira com a Bolívia, distante cerca de 280 km da capital Porto Velho. 

De acordo com a pesquisadora em Saúde Pública Deusilene Vieira, chefe do laboratório, foram realizadas coletas de amostras biológicas de pacientes, com ênfase no diagnóstico de arbovírus responsáveis por transmitir doenças como a dengue (Denv), zika (ZIKV), chikungunya (CHIKV), febre Mayaro (Mayv) e oropouche (Orov). Os trabalhos também estiveram voltados à detecção molecular de malária e vírus respiratórios, incluindo Sars-CoV-2, metapneumovírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), adenovírus humano, rinovírus humano, influenza A e B. 

Trata-se de um esforço em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Mamoré, que contribui para a ampliação das estratégias de vigilância na região e o fortalecimento das ações de saúde e pesquisa. Deusilene Vieira considerou a relevância dos trabalhos no contexto de Saúde Pública na região amazônica, “tendo em vista que as ações de vigilância aliadas à pesquisa são fundamentais para determinar as políticas públicas de saúde e a Fiocruz Rondônia tem se mostrado atuante e pioneira nesses casos”. 

Além de Nova Dimensão, os distritos de Jacinópolis, Araras e Marechal Rondon também estão vinculados ao município de Nova Momoré. Osman do Carmo Brasil, enfermeiro do Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Nova Mamoré, salienta que as equipes de saúde têm feito registros de doenças respiratórias e que contam com o apoio de uma unidade sentinela, apta a realizar coletas através de testes moleculares (RT-PCR) para Covid-19 e testes rápidos, contando com uma médica, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem. Segundo ele, as amostras coletadas são encaminhadas ao Laboratório de Fronteira (Lafron), localizado em Guajará-Mirim, e que funciona como um braço do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). 

“Devido às distâncias em relação à capital do Estado, essa parceria com a Fiocruz Rondônia nos permite verificar quais são os vírus circulantes na região, para que o município possa realizar políticas públicas de profilaxia, mitigação e prevenção dos casos encontrados”, destacou Osman.  

Resultados

Durante a ação, foram coletadas 84 amostras biológicas, das quais 734 análises moleculares foram conduzidas. Os resultados indicaram um caso positivo para dengue (Denv-1) e 15 casos positivos para vírus respiratórios, sendo 53% (8/15) para Sars-CoV-2 e 47% (7/15) para influenza B. Não houve casos positivos para malária.

Para o secretário municipal de Saúde de Nova Mamoré, Arildo Moreira, o rastreamento de doenças, especialmente em períodos de chuva, é fundamental para proteger a saúde da comunidade e garantir que todos tenham acesso a diagnóstico e tratamento adequados. 

“A Secretaria é responsável por mobilizar a comunidade, divulgar a importância do rastreamento e garantir que os pacientes com sintomas sejam encaminhados para os exames e tratamento necessários. É importante que a colaboração continue a promover a pesquisa, a inovação e a formação de profissionais, para que a população tenha acesso a serviços de saúde de qualidade e possa viver com mais saúde e segurança” finalizou o secretário.

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Saúde intensifica campanha e alerta sobre sintomas de arboviroses

Primeiras semanas de 2025 registram 11 mortes por dengue

Com mais de 93 mil casos prováveis de dengue, além de 11 mortes confirmadas e 104 em investigação perla doença apenas nas primeiras semanas de 2025, o Ministério da Saúde intensificou a campanha de conscientização e combate a arboviroses. O trabalho será intensificado sobretudo em estados com tendência de aumento de casos não apenas de dengue, mas também de Zika e chikungunya.

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Seminário virtual marca o lançamento da Rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem

Nos próximos dias, será lançada a Rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem, uma das sub-redes do GO FAIR Brasil Saúde, iniciativa liderada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict). A proposta da rede é atuar pelo fortalecimento e disseminação dos princípios FAIR na informação em saúde no campo da enfermagem, de forma articulada e colaborativa com os seus membros, seguindo as orientações estabelecidas pela Rede GO FAIR Brasil Saúde.

A sigla vem dos termos, em inglês, Findable, Accessible, Interoperable, Reusable; em português: Encontráveis, Acessíveis, Interoperáveis e Reutilizáveis. A rede GO FAIR Brasil Saúde Enfermagem está sob a coordenação do Programa de Pós-graduação em Saúde e Tecnologia no Espaço Hospitalar (PPGSTEH) em gestão colegiada com a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, o Programa de Pós-graduação em Enfermagem e Biociências (PPGENFBIO) e o Programa de Pós-graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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Montagem via Reprodução Facebook

Levantamento aponta os desafios da enfermagem no Brasil

O estudo “Fotografia da Enfermagem no Brasil” integra o relatório “Estado da Enfermagem no Mundo” e foi desenvolvido por pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. 

Relatório destaca necessidades que vão desde a melhoria da formação até a ampliação das competências dos enfermeiros.

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Mestrado profissional em enfermagem abrirá 180 novas vagas

O acordo firmado entre a CAPES e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para fomentar o mestrado profissional deverá abrir 180 vagas em edital previsto para o segundo semestre deste ano. A parceria tem o objetivo de beneficiar 500 estudantes ao longo de cinco anos. O primeiro processo seletivo, de 2016, selecionou 140 alunos. O assunto foi destaque na manhã desta terça-feira (25), durante a abertura do I Encontro Nacional dos Pesquisadores dos Mestrados Profissionais de Enfermagem.

O evento, organizado na sede da CAPES, em Brasília, teve em sua abertura uma apresentação de Sônia Báo, presidente em exercício e diretora de Avaliação da Coordenação, que falou sobre a situação dos mestrados profissionais de enfermagem no atual contexto da pós-graduação nacional. Estiveram presentes ainda Zena Martins, diretora de Programas e Bolsas no País, Cristina Parada, coordenadora da área de Enfermagem da Coordenação, e Manoel Carlos Neri, presidente do Cofen.

Em seu discurso, Báo destacou a necessidade de se repensar a avaliação da pós-graduação no Brasil, aplicando um modelo multidimensional similar ao utilizado na Europa. A diretora ressaltou, ainda, que os pesquisadores de cursos profissionais devem trazer resultados práticos às suas áreas de atuação. “Tem que ser algo diferente, não pode ser mais do mesmo. A pessoa que está sendo formada vai ter que aparecer no ambiente de trabalho dela e realmente fazer a diferença”, ponderou.

O encontro também contou com apresentações de Joel Rolim Mancia, coordenador da Comissão de Pós-Graduação do Cofen, e Karla Carneiro Rolim, coordenadora do mestrado profissional em Tecnologia em Inovação em Enfermagem, da Universidade de Fortaleza (Unifor). Mancia fez uma síntese das visitas feitas a 16 programas de mestrado profissional e Rolim falou sobre o processo de internacionalização do mestrado profissional na instituição.

Enfermeiros sofrem com carga horária de trabalho extensa

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP alerta: profissionais de enfermagem que trabalham mais que 30 horas semanais têm maior chance de sofrer com estresse. Outro fator que pode estar relacionado ao estresse é a presença de dois ou mais vínculos empregatícios, detectado em 44,1% dos entrevistados. Para a pesquisadora Márcia Teles Gouveia, esse dado pode ser explicado pelo fato de que a maioria dos profissionais recebe entre um e dois salários mínimos.

A afirmação é baseada em dados estatísticos presentes na tese de doutorado Estresse e jornada laboral dos trabalhadores de enfermagem. Com 145 entrevistados, a pesquisa foi desenvolvida em duas fases. A primeira, que analisou os fatores de risco no ambiente de trabalho e os problemas de saúde dos trabalhadores, foi desenvolvida entre os meses de janeiro a abril de 2013, com 145 trabalhadores, dentre eles enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. “Depois, avaliamos os sintomas de estresse e coletamos amostras de saliva dos trabalhadores, para mensurar o cortisol, o ‘hormônio do estresse’”, conta a pesquisadora.

Expostos a riscos ocupacionais biológicos, químicos, físicos e mecânicos do ambiente hospitalar, esses profissionais da saúde são responsáveis pelo cuidado direto do paciente. “Com isso, eles convivem com processos de dor, morte, sofrimento e limitações técnicas e materiais”, lembra Márcia.

Perfil
Realizado no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Estado do Piauí, o estudo traz o perfil dos profissionais da enfermagem. Apesar de a pesquisa ser regional, Márcia diz que dados como sexo, idade e categoria profissional são semelhantes aos dos demais estados do País. O sexo feminino predomina, assim como a formação técnica. A idade média é de 44,4 anos e apenas 13,1% mencionaram trabalhar na central de materiais esterilizados. Já referente à carga horária, a maioria (69,7%) realiza 30 horas semanais ou menos.

Os problemas de saúde mais comuns entre esses trabalhadores são varizes (56,5%), lombalgias (46,9%), estresse ou depressão (41,4%) e lesões por acidentes (32,4%). “Alguns entrevistados apresentaram sintomas de estresse, mas a maioria ainda está em fase de resistência e alerta”, conta a enfermeira. Fatores de risco no ambiente de trabalho também foram analisados e, segundo Márcia, as chances de contrair infecções ou doenças é de 77,2%. Lesões por material cortante e risco de sobrecarga no trabalho também foram contabilizados, representando 55,9% e 53,8%.

Impacto negativo
“O estresse excessivo tem consequências diretas na qualidade de vida dos trabalhadores, podendo influenciar de forma intensa no bem estar físico e gerar problemas de ajustamento social, familiar, de saúde e profissional”, ressalta a pesquisadora, que afirma que é necessário evitar que o estresse chegue a níveis elevados.

Conhecer os sintomas, bem como os agentes causadores da irritação são os primeiros passos que devem ser dados por esses profissionais. A enfermeira indica que ser paciente e otimista minimiza os impactos dos agentes estressores. “Eles precisam tentar melhorar a qualidade de vida e manter o equilíbrio para ter uma vida saudável.”

Cuidados da enfermagem protegem direitos da criança

Quando se trata do atendimento a crianças, o papel do enfermeiro pode ir além dos cuidados que envolvem a assistência prestada nos serviços de saúde. Por estarem próximos, especialmente quando atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF), estes profissionais também podem ajudar a identificar situações de risco e vulnerabilidade dos menores, protegendo-os e garantindo seus direitos.

Esta contribuição aos direitos da criança foi identificada em uma pesquisa desenvolvida na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. Com o tema Em defesa da saúde da criança: o cuidado de enfermagem e o direito à saúde no contexto da atenção primária, o estudo recebeu em 2013 duas menções honrosas – a primeira no evento Conferências USP, realizado em agosto, e a segunda, em outubro, quando recebeu o Prêmio Capes Tese 2013 da área de enfermagem.

O trabalho da pesquisadora Raquel Dully Andrade foi orientado pela professora Débora Falleiros de Mello e buscou compreender as experiências de enfermeiros que atuam em Unidades de Saúde da Família. As pesquisadoras avaliaram os achados sob a perspectiva do cuidado e da defesa do direito à saúde da criança. Para isso, realizaram entrevistas com 14 enfermeiros que atuam na Estratégia de Saúde da Família no município de Passos, em Minas Gerais.

Os resultados foram agrupados nos temas: a puericultura como momento de defesa; a visita domiciliar como parte das ações no contexto de defesa; parcerias positivadas e não positivadas; e componentes da competência do enfermeiro no processo de defesa da criança.

Os enfermeiros retrataram várias experiências de defesa da saúde da criança; entre elas, aquelas em que identificam situações vulneráveis ou de privação, uso de álcool e drogas pelos pais e ou familiares, comunicação entre os profissionais e os serviços e interação e envolvimento com a criança e sua família.

Segundo Raquel, esses profissionais vivem situações que os fazem conhecedores de condições pertinentes à defesa dos direitos das crianças. “Eles também ocupam um espaço de proximidade que permite a identificação de demandas, necessidades e ou violações, compondo uma posição de grande responsabilidade em relação ao bem-estar infantil”, comenta.

Além disso, quando os pais não assumem seu papel de proteção e cuidado, tornando-se algumas vezes os violadores dos direitos da criança, outros membros familiares, a comunidade e os profissionais tornam-se especialmente importantes para a defesa e garantia dos direitos infantis.

Assim, explica a pesquisadora, “compreender como profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), em especial os enfermeiros, pode ajudar a identificar situações de vulnerabilidade, contribuindo para preservação dos direitos de crianças e assegurando seu bem-estar, e pode ser decisivo para proteção da saúde infantil.”