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Enfermeiros sofrem com carga horária de trabalho extensa

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP alerta: profissionais de enfermagem que trabalham mais que 30 horas semanais têm maior chance de sofrer com estresse. Outro fator que pode estar relacionado ao estresse é a presença de dois ou mais vínculos empregatícios, detectado em 44,1% dos entrevistados. Para a pesquisadora Márcia Teles Gouveia, esse dado pode ser explicado pelo fato de que a maioria dos profissionais recebe entre um e dois salários mínimos.

A afirmação é baseada em dados estatísticos presentes na tese de doutorado Estresse e jornada laboral dos trabalhadores de enfermagem. Com 145 entrevistados, a pesquisa foi desenvolvida em duas fases. A primeira, que analisou os fatores de risco no ambiente de trabalho e os problemas de saúde dos trabalhadores, foi desenvolvida entre os meses de janeiro a abril de 2013, com 145 trabalhadores, dentre eles enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. “Depois, avaliamos os sintomas de estresse e coletamos amostras de saliva dos trabalhadores, para mensurar o cortisol, o ‘hormônio do estresse’”, conta a pesquisadora.

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Mudanças ocupacionais ajudam a explicar pobreza

A pobreza está intimamente associada ao comportamento e às variações na estrutura ocupacional, ou seja, à qualidade do posto de trabalho. É o que revela uma pesquisa realizada na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. “O estudo mostra que há a necessidade de se expandir o sistema de proteção social, que envolve programas como o Bolsa Familia”, adverte o sociólogo Ian Prates.

Ele é o autor da dissertação de mestrado Estrutura ocupacional e pobreza na região metropolitana de São Paulo, 1991-2010, apresentada em setembro de 2013, na FFLCH, com orientação da professora Nadya Araújo Guimarães. A pesquisa estabelece, a partir da análise da região metropolitana da capital paulista, uma relação entre o contexto da pobreza e da hierarquia de ocupação de postos de trabalho. Para realizar a seu estudo, Prates fez uso de dados censitários, além de leituras teóricas sobre as temáticas da estratificação social, do mercado de trabalho, da pobreza e do sistema de proteção social.

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