Um projeto envolvendo cientistas do Brasil e de outros países vai pesquisar como as mudanças climáticas podem alterar a incidência de doenças transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti. Com o nome Harmonize, a pesquisa foi lançada na quarta-feira (1º/6) e tem dentre seus participantes o Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Juntas, as diferentes instituições envolvidas vão poder integrar melhor os dados e as tecnologias de que dispõem, permitindo que os cientistas analisem os impactos das intensas mudanças climáticas na propagação de doenças.
Pesquisador do Icict/Fiocruz, Christovam Barcellos é um dos coordenadores no Brasil e conta que a expectativa do projeto é, inicialmente, compreender os novos padrões de transmissão da dengue. “Além dos dados que já temos sobre saúde, com a parceria de outros institutos e centros de pesquisa, poderemos contar com dados de satélites internacionais e informações ambientais, o que nos mostrará um cenário mais próximo à realidade atual e permitirá identificar tendências dessas doenças. O comportamento da dengue atualmente no país está muito fora do padrão. A doença saiu das áreas litorâneas e úmidas e agora vem atingindo principalmente o Cerrado, que já é uma região muito afetada pelo desmatamento e as mudanças climáticas”, aponta.
Leia MaisNovo chip para detectar vírus da dengue é desenvolvido
Estatísticas epidemiológicas de doenças transmitidas por mosquitos impressionam. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2016 foram notificados cerca de 1,5 milhão de casos de dengue, 272 mil de febre chikungunya e 215 mil de febre Zika. Em 2015, foram 143 mil casos de malária.
Estratégias de combate a essas epidemias incluem prevenção – por meio do combate às diversas espécies de mosquitos transmissores –, desenvolvimento de vacinas, vigilância epidemiológica com rápido diagnóstico dos doentes e tratamento clínico e ambulatorial.
Leia Mais