O Dia Mundial da Doença de Chagas, lembrado nesta sexta-feira (14/4), tem como objetivo aumentar a conscientização sobre essa doença negligenciada que, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) de 2022, atinge entre 1,9 milhão a 4,6 milhões de brasileiros. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), que fornece ao MS um teste para diagnóstico da doença de Chagas por reação de imunofluorescência indireta (RIFI), vem trabalhando no desenvolvimento de novas alternativas, principalmente na utilização da plataforma de teste rápido, a imunocromatografia de fluxo lateral, e acesso a novos antígenos como uma resposta aos esforços no combate à enfermidade. O vice-diretor de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos, Antonio Ferreira, explica que um teste está registrado e dois novos testes estão em fase avançada de desenvolvimento pela unidade.
“Neste momento, estamos em fase final dos preparativos para disponibilizar os primeiros lotes de kits de teste rápido (TR Chagas – Bio-Manguinhos), fruto de uma parceria com o Instituto Molecular do Paraná (IBMP). Ainda nesta plataforma de diagnóstico estamos em etapa avançada de um segundo kit, com nova estratégia, por meio de colaboração com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) para a utilização de uma proteína obtida por uma nova técnica de engenharia recombinante”, destaca Ferreira.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu (20/6) o registro do Kit NAT Chagas, primeiro kit para diagnóstico molecular da doença de Chagas – baseado na detecção do material genético do parasito – aprovado no Brasil. O produto é fruto de anos de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz.
O Kit NAT Chagas reúne todos os compostos necessários para a identificação do DNA do Trypanosoma cruzi, parasito causador da doença de Chagas. Nos testes realizados, o produto apresentou alta sensibilidade, sendo capaz de detectar a presença de material genético equivalente a apenas um décimo do DNA do parasito na amostra. O desempenho foi o mesmo da análise molecular realizada em centros de referência.
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Celebrado no último domingo (30/1), o Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas chama atenção para infecções que atingem mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, mas recebem pouca atenção e investimento. Essas enfermidades afetam principalmente pessoas pobres, agravos como doença de Chagas, dengue, leishmaniose, hanseníase, esquistossomose e verminoses, levando à morte ou causando grandes prejuízo à saúde, com a piora das condições de vida das pessoas, pois dificultam a permanência na escola e no mercado de trabalho.
Entre as diversas faces da negligência, que inclui a falta de acesso às medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento disponíveis, está o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento de terapias seguras e eficazes. É neste contexto que o Projeto Selênio, liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), comemora mais um passo em busca de uma nova terapia para os problemas de coração causados pela doença de Chagas crônica.
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Informações são inéditas e devem ajudar no combate a doenças negligenciadas como as leishmanioses e o mal de Chagas
Cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com a colaboração da professora Catherine Drennan,do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos EUA, desvendaram a estrutura atômica de uma enzima vital para parasitas causadores de graves doenças como as leishmanioses e as doenças de Chagas e do sono. O feito é inédito e de extrema importância para o controle de doenças negligenciadas que colocam em risco a saúde de 350 milhões de pessoas em todo o mundo.
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