Tag Archives: Doação de sangue

Hemocentro alerta sobre redução da oferta de sangue nesta época do ano

Instituições lembram Dia Nacional do Doador, comemorado hoje

Hemocentros de todo o país lembram, nesta segunda-feira (25), o Dia Nacional do Doador do Sangue. A data foi instituída há 60 anos em homenagem à Associação Brasileira de Doadores Voluntários de Sangue.

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Diagnóstico de dengue e imunização exigem cautelas na doação de sangue. Alerta é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Pessoas que tiveram dengue ou que tomaram a vacina contra a doença devem aguardar prazos específicos para poder doar sangue. As orientações sobre triagem de candidatos voltadas a serviços de hemoterapia constam em nota técnica publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde.

Em nota, a Anvisa informou que evidências científicas demonstram que há risco de transmissão da dengue por transfusão sanguínea. Quando uma pessoa recebe sangue contaminado com o vírus, há uma probabilidade de 38% de que ela seja infectada e desenvolva a doença após a transfusão.

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App que incentiva doação de sangue já pode ser baixado. Plataforma é gratuita e visa valorizar doação voluntária

O aplicativo Hemovida, que tem como proposta valorizar a doação voluntária de sangue e facilitar a captação de doadores, está disponível para download a partir desta segunda-feira (27). A plataforma está integrada ao ConecteSUS e permite localizar a rede de saúde mais próxima e baixar a carteira do doador, onde consta o tipo sanguíneo e a data da última doação.

Em nota, o Ministério da Saúde destacou que a plataforma é gratuita e tem potencial para se tornar uma ponte entre os hemocentros da rede pública e possíveis doadores. “O aplicativo desempenha importante papel na disseminação de informações sobre a doação de sangue e campanhas em andamento”, avaliou a pasta.

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Campanha de incentivo à doação de sangue marca Dia Mundial do Doador. Lema este ano é Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida

Railana Dias da Cruz tem 28 anos e é moradora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Nessa terça-feira (13), ela fez sua terceira doação no Hemorio, instituto que coordena a rede pública de sangue do estado do Rio de Janeiro. Railana pretende se tornar uma doadora regular. A primeira vez foi em 2020 e a segunda, em 2021. “Eu acho uma ação muito bonita. Tem pessoas que precisam. É muito gratificante a gente saber que pode salvar a vida de alguém, ajudar a sociedade de alguma maneira”. A decisão foi tomada diante do Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nesta quarta-feira (14).

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o lema da campanha este ano é “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”. A iniciativa faz alusão ao Junho Vermelho, mês de conscientização sobre a doação.

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Inca reforça pedido de doações de plaquetas depois do carnaval. Estoque do derivado costuma ficar zerado neste período

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) está convocando voluntários para doarem sangue e plaquetas. De acordo com o instituto, esse período pós-carnaval é preocupante, já que, sem as doações devido às festas, seu estoque desse derivado do sangue fica zerado.

O hemoderivado tem vida útil de apenas cinco dias, o que significa que a plaqueta doada na sexta-feira antes do carnaval (17) não pode mais ser utilizada.

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Ministério da Saúde lança campanha de incentivo à doação de sangue. Campanha quer sensibilizar brasileiros sobre importância da doação

Com o mote “Doe sangue regularmente. Você doa, a vida agradece”, o Ministério da Saúde lançou hoje (14) uma campanha para sensibilizar a população brasileira sobre a importância da doação de sangue. A campanha quer aumentar os estoques disponíveis nos hemocentros do país, que sofreram baixa durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A secretária de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Maíra Botelho, disse que a manutenção dos estoques é essencial em momentos graves e citou o exemplo das fortes chuvas que ocorreram há pouco mais de duas semanas em Pernambuco e Alagoas, vitimando centenas de pessoas.

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Cooperação entre Brasil, Colômbia e OPAS permite que sangue doado por brasileiro salve vida de criança colombiana

Uma cooperação inédita entre Brasil, Colômbia e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) permitiu que o sangue doado por um jovem no município brasileiro de Fortaleza salvasse a vida de uma criança na cidade colombina de Medellín. A menina, de um ano e três meses de idade, precisava de transfusão de um tipo raro de sangue: o fenótipo Bombaim. Mas em todo o território colombiano não havia nenhum doador compatível.

O Instituto Nacional de Saúde (INS) da Colômbia então entrou em contato com outros países latino-americanos e caribenhos por meio de um grupo do aplicativo Whatsapp, criado durante uma reunião organizada no mês de abril deste ano pela OPAS, em Brasília, capital brasileira. A resposta positiva da rede de bancos de sangue do Brasil foi dada em pouco tempo. A partir daí, a Organização Pan-Americana da Saúde intermediou o contato entre os governos brasileiro e colombiano para viabilizar o transporte do produto.

Como foi a primeira vez que o Brasil exportou e a Colômbia importou sangue de outro país, a OPAS se encarregou de agilizar e financiar o processo, indicando quais documentações eram necessárias para que o produto biológico sem valor comercial saísse do Brasil e chegasse à Colômbia sem problemas.

As autoridades nacionais de saúde de ambos os países também agiram rápido para concluir o transporte feito de avião por uma funcionária brasileira do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), em Fortaleza, dentro de uma caixa térmica, até a capital colombiana Bogotá. De lá, o produto foi levado pela equipe do Instituto Nacional de Saúde da Colômbia até o hospital San Vicente de Paúl, em Medellín, a tempo de ser usado na criança. A transfusão sanguínea foi feita nesta quarta-feira (12).

Para a representante adjunta da OPAS/OMS no Brasil, Maria Dolores Pérez-Rosales, esse é um exemplo de como a cooperação internacional, a troca de experiência entre países e o uso de novas tecnologias ajuda a salvar vidas. “Nós começamos a agir na última sexta-feira, quando o primeiro contato foi feito no nosso grupo de Whatsapp chamado ‘OPS Amigos de Sangre’ [OPAS Amigos de Sangue, em português]. Todos os envolvidos – INS, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], Ministérios da Saúde do Brasil e da Colômbia, Hemoce, OPAS Colômbia e OPAS Brasil – trabalharam intensamente para que o sangue doado chegasse à menina o mais rápido possível”.

Fenótipo Bombaim
Pessoas com fenótipo Bombaim, como a criança colombiana, apresentam uma mutação genética que faz o genótipo A, B ou AB expressarem o fenótipo O. Isso significa que esse indivíduo “falso O” só pode receber sangue de alguém com o mesmo fenótipo.

Na Índia, onde se descobriu esse efeito, a proporção de afetados é de 1 em cada 10 mil pessoas. Já na Europa, as chances são bem menores, de 1 em cada 1 milhão.

Consenso
O grupo ‘OPS Amigos de Sangre’ foi criado informalmente em abril, durante reunião regional em Brasília para definir e estabelecer por consenso os diferentes tipos de doação de sangue e hemocomponentes existentes na Região das Américas. Participaram delegados representantes dos programas nacionais de sangue da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela, Guiana, Haiti, Jamaica, Suriname e Trinidad e Tobago.

Na ocasião, os países latino-americanos e caribenhos ratificaram a importância da doação voluntária altruísta de repetição (quando uma pessoa doa sangue ou hemocomponentes pelo menos duas vezes no ano) como único meio para atingir a autossuficiência, segurança, eficiência, disponibilidade e acesso universal a sangue e hemocomponentes.

Tire suas dúvidas sobre a Doação de Sangue

A doação de sangue ainda é um assunto que gera dúvidas. Muitas pessoas até questionam a segurança do processo. Bons exemplos envolvendo esse gesto de amor ao próximo podem ajudar a incentivar o ato e esclarecer dúvidas frequentes.  É o caso da Isabel Benkler. A organizadora de casamentos, hoje com 45 anos, começou a doar sangue cedo, logo quando completou a maioridade, e não parou mais. Hoje, ela já soma 75 doações. Para se ter uma ideia da quantidade de pessoas ajudadas pela Isabel, saiba que em uma única doação de sangue é possível ajudar até 04 pessoas.

A espera da Isabel aconteceu porque entre 16 e 18 anos incompletos, a doação só poderá ser realizada mediante consentimento dos pais ou responsáveis legais. É possível ainda que o Hemocentro solicite a presença dos pais para a doação de sangue feita por um menor.

Para a organizadora de casamentos, a doação de sangue é uma ação tão simples e fácil de executar que todo mundo deveria praticar o ato também, independente de alguém da família personagemdoaçaoIsabel Benkler é doadora desde os 18 anos. Foto: arquivo pessoal.precisar ou não. “Doar sangue, pra mim, é vida!  É uma maneira da gente  salvar a vida através da própria vida.  Eu sempre tive isso dentro de mim como algo muito importante”, afirma Isabel.

Incentivar e explicar, desde muito cedo para as crianças, sobre a doação de sangue, pode contribuir para a conscientização da importância do ato e quem sabe, para que no futuro, aumente ainda mais o número de doadores e pessoas salvas no país pelo gesto. Isabel relembra que também teve inspiração muito cedo para começar a ajudar outras pessoas com a doação de sangue. “Sou filha de doadores e quando completei 18 anos, a primeira coisa que eu fiz foi pegar um ônibus e ir sozinha doar sangue. Desde então nunca parei”, conta.

Conheça os métodos de coleta de sangue e testagem que garantem segurança ao doador

Quer saber mais sobre a doação de sangue e praticar esse ato como a Isabel? Tire suas dúvidas!

Doar sangue é seguro?
Doar sangue não oferece riscos ao doador porque nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, eliminando assim qualquer possibilidade de contaminação de forma que a segurança na coleta de sangue é absoluta.

Quanto tempo demora para doar sangue ?
O ato de doar sangue leva em torno de dez minutos e acontece após consulta prévia com profissional de saúde que vai dizer se você está apto ou não a doar. No Hemocentro de Brasília, por exemplo,  todo o processo dura em média 75 minutos.

Quem doa sangue uma vez é obrigado a doar sempre?
Não, doar sangue não cria dependência no organismo da pessoa. É um ato voluntário e que só depende da pessoa voltar ao Hemocentro, dentro do prazo mínimo de espera previsto, para fazer isso mais uma doação.

Doar sangue engrossa ou afina o sangue ?
Ao doar, o seu sangue não sofre qualquer alteração.

Que quantidade de sangue é doado?
Uma pessoa adulta tem em média 5 litros de sangue. Em cada doação o máximo de sangue retirado é de 450 ml.

Quantas vezes por ano uma pessoa pode doar sangue?
O homem pode doar de 2 em 2 meses, no máximo 4 vezes ao ano. Já a mulher somente de 3 em 3 meses, com no máximo 3 doações anuais.
 
Qual é o tipo de sangue mais importante ?
Todos. Não há tipo de sangue mais importante do que outros. Todos são importantes para salvar vidas.

O que é um doador voluntário?
É aquele que doa espontânea, altruísta e voluntariamente. A doação do voluntário é anônima, não vinculada a quem virá a precisar receber sangue por qualquer razão.

Orientações para doadores de sangue

O doador deve…

•    Levar o documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira do conselho profissional ou carteira nacional de habilitação);
•    estar bem de saúde;
•    ter entre 16 (dos 16 até 18 anos incompletos, apenas com consentimento formal dos responsáveis) e 69 anos, 11 meses e 29 dias;
•    pesar mais de 50 Kg;
•    não estar em jejum; evitar apenas alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação.

Impedimentos temporários

•    Febre
•    Gripe ou resfriado
•    Gravidez
•    Pós-parto: parto normal, 90 dias; cesariana, 180 dias
•    Uso de alguns medicamentos
•    Pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis

Cirurgias e prazos de impedimentos

•    Extração dentária: 72 horas
•    Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: três meses
•    Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses
•    Ingestão de bebida alcoólica nas últimas 12 horas
•    Transfusão de sangue: 1 ano
•    Tatuagem: 1 ano
•    Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina

Impedimentos definitivos

•    Hepatite após os 11 anos de idade
•    Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, Aids (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas
•    Uso de drogas ilícitas injetáveis
•    Malária

Intervalos para doação

•    Homens: 60 dias (até 4 doações por ano)
•    Mulheres: 90 dias (até 3 doações por ano)

Cuidados pós-doação

•    Evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas
•    Aumentar a ingestão de líquidos
•    Não fumar por cerca de 2 horas
•    Evitar bebidas alcóolicas por 12 horas
•    Manter o curativo no local da punção por pelo menos quatro horas
•    Não dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes, praticar paraquedismo ou mergulho
•    Faça um pequeno lanche e hidrate-se. É importante que  o doador continue se sentindo bem durante o dia em que efetuou a doação.

Procure o hemocentro mais próximo e ajude a quem precisa. Doar sangue é um gesto de amor.

Doe sangue com responsabilidade

Você sabe o que é janela imunológica?

Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção, caso ela tenha ocorrido.

Se um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Portanto, é recomendado esperar mais 30 dias e fazer o teste novamente. Entenda: Quando devo fazer o exame para detectar o HIV? 

A sinceridade ao responder as perguntas do questionário que antecede a doação é importante para evitar a transmissão de doenças aos pacientes que receberão o sangue doado.

Nunca doe sangue se você quiser apenas fazer um exame para HIV/Aids. Nesse caso, procure um Centro de Testagem Anônima e gratuita.

Informe-se pela Ouvidoria do SUS: 136 ou nos Centros de Testagem Anônima.

Em doadores de sangue, notificação de morte por Chagas é imprecisa

Mortes entre os doadores soropositivos para a doença podem ser maiores do que as notificadas oficialmente, aponta estudo

As mortes causadas por doença de Chagas podem ser maiores do que as oficialmente notificadas. É o que mostra um estudo realizado no Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP que acaba de ser publicado como um artigo na revista internacional PLOS Neglected Tropical Diseas. De acordo com dados, entre os candidatos a doação de sangue, no período de 1996 e 2000, na Fundação Pró-Sangue-Hemocentro de São Paulo, foram registradas 159 mortes entre doadores de sangue constatados como soropositivos para a doença nos testes de triagem. Destas, somente 26 foram notificadas tendo como causa básica do óbito a doença de Chagas.

De acordo com a pesquisadora Ligia Capuani, fica clara a necessidade de melhor se notificar as causas de morte por Chagas. É comum indivíduos não saberem ser portadores da doença. São os chamados pacientes assintomáticos. Em 2008 ela deu início ao estudo que resultou em sua tese de doutorado Mortalidade entre doadores de sangue soropositivos para doença de Chagas (1996-2000) em São Paulo: um estudo de relacionamento probabilístico de dados, pelo Programa de Doutorado do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com orientação da professora Ester Cerdeira Sabino, atual diretora do IMT.

“O processo de doação no banco de sangue compreende uma entrevista prévia. Após a coleta do material, as bolsas passam por testes para várias doenças, entre elas Chagas”, conta Ligia. “É quando em alguns casos se detecta a doença.” A partir daí o paciente é notificado a retornar para ser encaminhado a um tratamento. Segundo a pesquisadora, nem sempre esses pacientes comparecem de volta para o encaminhamento.

Cruzando dados

No Banco de Sangue a pesquisa envolveu 2.842 doares soropositivos e outros 5.684 soronegativos para todas as doenças. De posse destes números, Ligia, que é formada em matemática, realizou um cruzamento com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Brasil (SIM), do Ministério da Saúde, relativo ao período 2001 e 2009. “O SIM é o sistema que permite acesso aos atestados de óbitos e que existe desde 1975, quando o Brasil passou a ter um atestado de óbito padrão”, conta. Desde lá, as informações do SIM vem se aprimorando, e em 2001 passou a ter dados com o nome das pessoas, o que permitiu o presente estudo. Entre os 5.684 pacientes soronegativos registou-se um total de 103 mortes. Assim, foi possível constatar que o risco de morte entre os soropositivos é 2,3 vezes maior em relação aos doadores soronegativos.

Das 159 mortes registradas entre os soropositivos, somente 26 constavam Chagas como causa básica. Outras 58 estavam relacionadas a doenças cardíacas que poderiam estar vinculadas a doença de Chagas, segundo a professora Ester Sabino (entre elas: cardiomiopatia dilatada, outras hipertrofias do coração, arritmia ventricular, taquicardia ventricular, fibrilação ventrícular, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência do venctrículo esquerdo, insuficiência cardíaca inespecífica e cardiomiologia). “Entre os 45 óbitos com causas relacionadas a Chagas, 23 mortes não tiveram nenhuma menção à doença”, ressalta a docente. “As pessoas que morreram com a doença podem ser muito mais.”

Como o HIV e HCV

De acordo com a professora Ester, a doença de Chagas é tão frequente quanto o HIV (Aids) e o HCV (Vírus da hepatite C), mas o que ocorre, na opinião dela é um “descaso”. Considerada antes uma doença rural, ela já pode atualmente ser analisada como uma doença urbana. Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é transmitida aos humanos principalmente pelas fezes do inseto barbeiro. O paciente é infectado quando é picado e, ao coçar, leva as fezes do inseto para dentro do ferimento.

Após alguns sintomas como inchaço, febre, mal estar e dor de cabeça, os sinais da infecção desaparecem e podem não voltar por décadas. Em sua segunda etapa, já na fase crônica, o paciente apresentará problemas cardíacos, neurológicos e digestivos. A professora informa ainda que a única droga para tratamento da doença é o benzonidazol. “Esta droga não é de fácil acesso a quem tem a doença. Além do mais, é sabido que o HIV e o HCV recebem mais verbas de incentivo dos órgãos governamentais para estudos e pesquisas, enquanto há pouco investimento para a doença de Chagas”, lamenta a docente.

Além da professora Ester Cerdeira e Ligia Capuani, assinam o artigo os cientistas Ana Luiza Bierrenbach, Airlane Pereira Alencar, Alfredo Mendrone Jr., João Eduardo Ferreira, Brian Custer e Antonio Luiz P. Ribeiro.

Mais informações: Ester Sabino, no e-mail sabinoec@gmail.com, ou Ligia Capuani no lcapuani@gmail.com.

Ministério da Saúde e Anvisa lançam novos critérios para doação de sangue devido à febre amarela

Candidatos a doação de sangue que tiverem sido vacinados para o vírus da febre amarela devem aguardar quatro semanas, a partir da data da vacinação, para doar sangue. Já os candidatos que foram infectados pelo vírus serão considerados inaptos para doação por um período de seis meses.

As recomendações foram divulgadas nesta quinta-feira (2) por meio de Notas Técnicas conjuntas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde. A medida inclui a triagem de doadores de órgãos e tecidos e visa a prevenção da transmissão do vírus da febre amarela.

As notas foram emitidas considerando os recentes registros de casos de febre amarela silvestre em regiões do Brasil, alertando para a necessidade de se considerar o risco de transmissão dessa doença por meio de transfusão sanguínea ou transplante, isso porque há relatos de transmissão do vírus da febre amarela por transfusão após a vacinação de doadores de sangue.

Candidatos à doação de sangue que vivam em áreas silvestres, rurais ou de mata dos municípios com casos suspeitos ou confirmados de febre amarela e que não tenham sido vacinados deverão ser considerados inaptos. Doadores que viajaram para as áreas de risco e que também não tenham sido vacinados serão considerados inaptos por 30 dias após o retorno da área de risco.

A recomendação também informa que os doadores devem ser instruídos para que comuniquem o serviço de hemoterapia caso apresentem qualquer sinal ou sintoma de processo infeccioso até 14 dias após a doação.

De acordo com Ministério da Saúde, o principal fator de risco é a exposição de indivíduos não vacinados a áreas silvestres, rurais ou de mata dos municípios identificados. “Até o momento, não existem informações seguras disponíveis sobre o tempo de inaptidão à doação de sangue após a recuperação completa quando o indivíduo tiver sido infectado pelo vírus da febre amarela”, diz a recomendação conjunta. A lista completa de municípios com casos suspeitos de contágio pela febre amarela pode ser acessada no site da pasta.