Um novo estudo sugere que pessoas que usam o remédio semaglutida, vendido com os nomes comerciais Ozempic, Wegovy e Rybelsus, parecem ter um risco maior de desenvolver uma doença ocular grave.
Ao analisar dados de 17 mil pacientes ao longo de seis anos, pesquisadores norte-americanos descobriram que aqueles que tomavam esses medicamentos para tratar o diabetes tipo 2 tinham quatro vezes mais risco de serem diagnosticados com a doença em comparação com os indivíduos que não faziam esse tratamento.
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Vários austríacos precisaram de atendimento hospitalar depois de usarem o que acreditavam ser um medicamento para perder peso — o Ozempic.
O Escritório Federal de Segurança em Cuidados de Saúde da Áustria, o BASG, disse ter detectado “efeitos colaterais graves”, incluindo níveis baixos de glicose (açúcar no sangue) e convulsões.
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Desde que começou a ser estudada, a microbiota intestinal vem sendo associada a diversas funções do organismo. Recentemente, um estudo realizado pela Fiocruz Minas em parceria com outras instituições mostrou que este conjunto composto por cerca de 100 trilhões de micro-organismos pode ajudar a evitar uma doença que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo: o diabetes tipo 2. A pesquisa foi publicada recentemente na Nature Communications, uma das mais influentes revistas científicas.
Segundo o estudo, a Akkermansia muciniphila, bactéria presente na microbiota intestinal, pode auxiliar na transformação da glicose em energia para o corpo, diminuindo a concentração de açúcar no sangue. Entretanto, a Akkermansia seria impedida de realizar essa atividade pelo Interferon-gama, uma proteína liberada pelo próprio organismo, sempre que precisa se proteger contra infecções virais e de alguns protozoários e bactérias.
Leia MaisCafé contra o diabetes
O consumo diário de duas ou mais xícaras de café pode ajudar a evitar o diabetes tipo 2. A conclusão é de uma equipe internacional coordenada pela médica Maria Inês Schmidt, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eles examinaram 12.586 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) com idade entre 35 e 74 anos, avaliando a quantidade de café, álcool e cigarro que consumiam diariamente por meio de um questionário. Em seguida, mediram os níveis de glicose no sangue de cada um em jejum e os submeteram a um teste de tolerância à glicose, com nova medição após duas horas. Ao todo, 1.341 (10,7%) foram diagnosticados com diabetes, 3.083 (24,5%) com altos níveis de glicose sanguínea em jejum e 3.114 (24,7%) com alteração na glicose de duas horas (tolerância reduzida). Mais da metade dos participantes (58%) disse beber ao menos dois cafés por dia (PLoS One, 15 de maio). Os que bebiam de duas a três doses diárias apresentaram risco 23% menor de ter diabetes quando comparados àqueles que nunca ou quase nunca consomem a bebida. Três doses por dia — com ou sem açúcar — podem diminuir em até 26% o risco de desenvolver a doença e em 29% o de tolerância reduzida à glicose. Para os pesquisadores, o consumo de café pode afetar o metabolismo da glicose sanguínea de modo mais significativo após a alimentação do que quando em jejum.
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Após induzir o desenvolvimento de diabetes tipo 2 em camundongos com uma dieta rica em gordura, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) trataram os animais com injeções de células-tronco mesenquimais.
A terapia, além de diminuir o processo de morte das células produtoras de insulina no pâncreas, aumentou a sensibilidade a esse hormônio no organismo dos roedores e reduziu de forma prolongada as taxas de glicemia no sangue.
Leia MaisTrato gastrointestinal está relacionado com a resistência à insulina
O trato gastrointestinal está relacionado com a resistência à insulina apresentada por obesos e pacientes com diabetes tipo 2 – o tipo mais comum de diabetes.
A constatação é resultado de uma série de estudos realizados por diferentes grupos no mundo e corroborada por pesquisadores do Instituto Nacional de Obesidade e Diabetes – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – e do Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Obesidade e Doenças Associadas – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.
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O estudo foi realizado pela nutricionista Camila Michiko Yamaguchi.“O objetivo foi avaliar a evolução a longo prazo de pacientes com diabetes e sem diabetes obesos mórbidos submetidos à cirurgia de redução de estômago para obesidade”, afirma Camila. “Foram avaliados 100 portadores de obesidade mórbida em São Paulo, divididos inicialmente em dois grupos: pacientes com diabetes prévio, antes da cirurgia, e grupo de pacientes sem diabetes prévio”.
Após essa divisão, foi realizada uma subdivisão dos dois grupos de acordo com o desfecho da doença após a cirurgia de redução de estômago. “O grupo com diabetes prévio subdividiu-se em grupo refratário, com pacientes que permaneceram com diabetes após a cirurgia, e grupo responsivo, reunindo pessoas que deixaram de ser diabéticos”, conta a nutricionista. “ O grupo sem diabetes prévio subdividiu-se em grupo estável, com pacientes que permaneceram sem a doença, e grupo não estável, de pessoas que não tinham diabetes e após a cirurgia desenvolveram um pré-diabetes”.
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Ao avaliar por meio do exame de tomografia computadorizada um grupo de 90 diabéticos sem histórico e sem sintoma de doença cardiovascular, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) verificaram que 42,2% (38) dos pacientes apresentavam algum nível de obstrução nas artérias coronarianas. Em 15,5% (14) dos casos, a doença arterial coronariana foi considerada significativa, ou seja, já havia vasos com mais de 50% de obstrução.
Comparando os exames de diabéticos com a glicemia sob controle com os de pacientes com diabetes descompensada, os cientistas observaram que neste segundo grupo foi mais frequente a presença de placas ateromatosas consideradas “vulneráveis” (não calcificadas e que causam remodelamento local no vaso), cuja ruptura seria responsável por cerca de dois terços dos infartos.
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“Vários fatores podem estar por trás desta relação. Obesidade e distúrbios do sono, como apneia e insônia. Além disso, a soneca causa uma diminuição da atividade normal do corpo e ativa hormônios e mecanismos que impedem a insulina de atuar com eficiência”, explica a especialista em Medicina do Sono responsável pelo setor de Polisonografia e pelo Ambulatório de Ronco e Apneia do Hospital Federal da Lagoa (RJ), Luciane Mello. Na entrevista abaixo, a médica fala mais sobre o assunto.
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