A desnutrição afeta a resposta imune frente a infecções e, entre as diferentes formas de desnutrição, a carência de proteínas na dieta é uma das formas mais prejudiciais. A desnutrição proteica é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento da leishmaniose visceral. Em novo estudo, publicado na revista internacional Scientific Reports, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade Nacional da Colômbia descrevem mecanismos que ajudam a compreender essa associação nociva. O trabalho detalha alterações da desnutrição proteica sobre o timo, órgão de maturação das células de defesa conhecidas como linfócitos T, o que pode prejudicar a resposta imune ao parasito Leishmania infantum, causador da doença. O impacto negativo da desnutrição no desenvolvimento do agravo é mais um fator que caracteriza uma situação social perversa: classificada como doença negligenciada, a leishmaniose afeta majoritariamente populações que vivem em condições de pobreza, que também são as mais afetadas pela carência de proteínas na dieta – os dois aspectos se somam, com efeitos deletérios.
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