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Radis destaca luta e vivências das mulheres originárias na literatura

A vó, filha e neta. Três gerações de mulheres indígenas viviam em uma casa pobre nas imediações da Estação Ferroviária da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, desterradas de sua comunidade de origem, expulsas pela violência colonizadora contra as populações originárias. Migrante, analfabeta, paraibana e indígena, a avó, Maria de Lourdes, vendia bananas na feira, acompanhada pela neta, que a tudo observava.

Em silêncio, a pequena Eliane aprendeu, desde menina, a absorver todas essas vivências e a guardá-las em sua memória — e as lembranças da pobreza, da exclusão e da luta das mulheres de sua família se transformaram em matéria-prima para prosa e poesia. Suas palavras originárias foram espalhadas pelo vento e, de suas mãos, surgiu uma literatura que se tornou arma e voz para a luta indígena no Brasil, em sintonia com a defesa da Mãe Terra.

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Museu da Vida fomenta debate de propostas para universidade indígena. Encontro com educadores comemora 123 anos da Fiocruz.

Uma intensa programação no Museu de Vida da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) permite ao público partilhar da visão e do conhecimento dos indígenas da Aldeia Maracanã, aldeia urbana que reúne povos de várias etnias localizada no bairro do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. A lista de atividades é extensa, com oficina de grafismo corporal, de tupi-guarani, contação de histórias, feira de artesanato e medicina da floresta e apresentação de cânticos.

As atividades integram as comemorações dos 123 anos da Fiocruz e dos 24 anos do Museu da Vida. Toda a programação foi organizada em parceria com a Aldeia Maracanã.

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Uma imersão no mundo indígena do Alto Xingu

Revisão de uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob a orientação de Eduardo Viveiros de Castro, A flecha do ciúme: o parentesco e seu avesso segundo os Aweti do Alto Xingu , de Marina Vanzolini, é uma imersão no mundo indígena alto-xinguano. Vanzolini, que é professora de Antropologia Social na Universidade de São Paulo (USP), contou com apoio da FAPESPpara a publicação do livro.

“Eu já tinha, desde o mestrado, um contato com os Aweti. Mas o doutorado, que se prolongou de 2006 a 2010, me deu a oportunidade de morar com eles na aldeia por períodos longos, que somaram mais de um ano, e aprender razoavelmente bem a língua, do tronco tupi. Para mim, essa imersão foi fundamental. Meu livro é uma tentativa de descrição do mundo Aweti”, disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

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