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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Prevenção de dengue deve ir além de mensagens sobre hábitos e cuidados: Estudo da Unicef explica aspectos que dificultam a adoção de práticas

Embora grande parte da população saiba que é preciso “evitar água parada” para evitar a disseminação de doenças como dengue, zika e chikungunya, investir apenas em estratégias de comunicação focadas nessa mensagem não é suficiente para provocar mudanças significativas no combate às arboviroses. É o que revela estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), lançado nesta quinta-feira (24), com apoio da biofarmacêutica Takeda.

“O senso comum diz que quando alguém tem uma informação sobre o que é bom para si próprio e sua família, adota um comportamento ou hábito. Mas há uma diferença entre o que as pessoas falam que fazem e os hábitos que efetivamente incorporam em suas rotinas diárias. Fazer ou não fazer algo depende de uma enorme confluência de fatores, comportamentos, normas sociais, infraestrutura e acesso a políticas públicas. São esses aspectos que revelamos nesse estudo”, diz Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil.

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Super exposição solar causa lesões permanentes à pele

Queimaduras, manchas e câncer de pele são resultados da exposição solar sem proteção ao longo da vida. Saiba como prevenir essas lesões e como proteger corretamente o corpo.

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Quantos verões você já viveu? O corpo acumula os efeitos da exposição solar ao longo da vida e eles refletem na pele causando queimaduras, manchas e até o câncer de pele. A dermatologista Márcia Senra, do Hospital Federal de Ipanema, explica que a proteção deve ser intensificada no verão: “os cuidados devem começar na infância e permanecer ao longo da vida para ter uma pele saudável. Essa atenção é mais que estética, estamos falando da prevenção do câncer de pele. Cerca de 30% dos cânceres no Brasil são dermatológicos. Por isso, no verão temos que ter atenção até com o mormaço, pois ele também queima a pele”.

Lívia de Oliveira, 21 anos, descobriu o impacto do excesso de sol em janeiro. A recepcionista passou cerca de 30 horas na piscina, ao longo de três dias, e teve queimaduras de segundo grau. A jovem utilizou protetor solar apenas no primeiro dia e teve todo o corpo queimado, além de edemas nas articulações. Atualmente passa por tratamento para recuperar a pele e reduzir os efeitos das queimaduras.

“No primeiro dia eu passei protetor uma vez, caprichei na parte da tatuagem. No segundo, eu fiquei com a pele vermelha e não usei. Ao final do terceiro dia, apareceram bolhas e tive um inchaço nas pernas. Tive que procurar ajuda médica. Tomei soro, remédios e estou passando pomadas”. A experiência ajudou Lívia a rever os cuidados com a pele. Hoje ela afirma ter mais atenção ao sol: “Nunca mais vou ficar no sol assim”, desabafou.

Marcia Senra lembrou que uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia mostrou que somente 23% de brasileiros usam o protetor diariamente. Segundo a especialista os hábitos dos brasileiros precisam ser modificados: “É preciso ter cuidado com a saúde da pele”.

A dermatologista orienta como devemos proteger o nosso corpo do excesso de sol:

  • Horário da exposição solar: o adequado é entre 7 e 11 horas e no final da tarde, depois das 16 horas. Crianças devem aproveitar o sol bem cedo, entre 7 e 9 horas e no fim da tarde, pois têm uma pele mais sensível. Os pais devem seguir a orientação dos médicos sobre o tempo de exposição dos bebês, pois cada criança tem um tipo de pele. Além do horário, eles devem atentar para a quantidade de vezes que expõem os pequenos ao sol.
  • Barreiras físicas: a proteção do corpo com roupas, óculos e chapéus é essencial em todas as idades. Buscar abrigo quando estiver na praia ou piscina também é importante. A areia da praia reflete a luz solar e também queima a pele, sobretudo quando há o mormaço. As roupas com tecidos de proteção dos raios solares devem ser usadas por todos, principalmente pelas crianças. Os idosos devem ter uma atenção maior à cabeça, pois muitos ficam com o couro cabeludo sem proteção. O uso de chapéus, bonés e boinas protege a cabeça, orelhas e nariz.
  • Proteção solar: usar protetores durante o dia, repondo a cada duas horas na superfície exposta. Há uma variedade de produtos e é necessário escolher o que for mais conveniente para uma rotina diária de aplicação. Os produtos com maior índice de proteção devem ser priorizados. As crianças podem usar protetor solar a partir dos seis meses de vida.
  • Bronzeamento: não é recomendável o bronzeamento artificial. Hoje há cosméticos que potencializam o bronzeado, os autobronzeadores. Eles foram criados com fator de proteção e devem ser passados com uniformidade na pele. As receitas caseiras de bronzeamento devem ser evitadas. O suco com frutas e legumes com betacaroteno (laranja, cenoura e beterraba ) devem ser ingeridos e não aplicados na pele.
  • Pós – sol: a hidratação após a exposição solar diminui o ressecamento e ajuda a reestruturar as barreiras de proteção do tecido. As pastas d´água devem ser evitadas, pois elas ressecam a pele. Um hidratante eficiente é a ureia. Ela deve ser aplicada em uma camada generosa na pele. O óxido de zinco, presente em produtos como o Hipogloss, também protege áreas mais expostas ao contato direto com o sol, além de hidratar as pequenas áreas.
  • Queimaduras e remédios: Há queimaduras decorrentes do contato de frutas cítricas com a pele, a chamada fitofotodermatose.  Quando as pessoas preparam bebidas e sucos, com laranja e limão, e manipulam essas frutas, essa lesão pode ocorrer. Há medicamentos que não devem ser passados durante a exposição solar, pois podem lesionar a pele, a exemplo de medicamentos com ácidos na fórmula. Converse com o seu médico sobre a aplicação dos remédios no verão e leia a bula.
  • Hidratação: a ingestão de líquidos (água, água de coco e sucos naturais) hidrata o organismo e diminui o impacto do calor. Os idosos devem receber uma atenção especial, pois podem esquecer de ingerir esses líquidos e podem ter quedas de pressão.

Leia mais: Cuidados com o sol devem ser intensificados o ano inteiro, não apenas no verão

Entrevista: Pediatra fala sobre cuidados com as crianças no verão

Em janeiro e fevereiro, os moradores de diversas localidades do país sofrem com o calor acima do normal, mesmo para o verão. No Rio de Janeiro, por exemplo, os medidores do Centro de Operações da prefeitura chegaram a registrar sensação térmica superior a 50° em alguns pontos do município. Fazer passeios ao ar livre, portanto, tornou-se programa quase obrigatório. Mas antes de aproveitar as atividades, alguns cuidados são necessários, principalmente com as crianças. A pediatra do Ambulatório de Pediatria do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Marlene Assumpção, fala sobre o tema.

Quais são os problemas de saúde mais comuns nessa época do ano?
Desidratação, intoxicação alimentar, insolação, micoses, otites, conjuntivites e, em bebês, brotoejas e queimaduras.

O que os pais podem fazer para proteger os filhos?

São várias as medidas, como frequentar locais arejados e com sombra, vesti-los com roupas leves, incentivá-los a lavar as mãos com frequência, separar objetos de uso pessoal, verificar as condições de higiene dos alimentos, especialmente quando a refeição for realizada fora de casa, oferecer líquidos regularmente para mantê-los hidratados – lembrando que os menores de seis meses devem receber apenas o leite materno. Ao sinal de qualquer problema com a saúde da criança, o médico deverá ser procurado.

Há recomendações sobre a quantidade de banhos e troca de fraldas?

Os banhos são interessantes porque higienizam e relaxam os bebês. Dependendo da temperatura ambiente, podem ser dados dois ou até mais por dia. Mas o uso de sabonete, neutro, só está liberado no da manhã. Nos demais, somente água morna. Com relação às fraldas, não há mistério: basta trocá-las quando eles fizerem as necessidades.

E as mães lactantes, devem mudar a dieta no período?

As orientações são as mesmas o ano inteiro. Alimentação variada, com legumes, frutas, verduras, grãos e proteínas (frango, carne bovina, peixe e ovos), além de líquidos em abundância. Deve-se evitar comer mais de 100g de chocolate e bebidas com cafeína (café, refrigerante, mate). Álcool e cigarros são terminantemente proibidos.

Muitos têm dúvida quanto ao ar-condicionado. Existe alguma restrição ao uso?

Exceto na hora do banho, não. Mas são necessários alguns cuidados. O aparelho não pode ser instalado próximo ao berço, os filtros precisam ser limpos semanalmente e, para conforto dos bebês, a temperatura deve ficar em torno de 25 graus.

A partir de que momento as crianças estão liberadas para “sair de casa”?

O problema para eles não é sair, mas pegar infecções de outras pessoas. Dessa forma, os primeiros passos devem ser ao ar livre, longe de aglomerações, e na casa de indivíduos saudáveis. Quanto aos locais que não tenham essas características, embora não exista uma recomendação específica, é interessante esperar até o quarto mês, quando as vacinas já terão protegido os bebês de boa parte dos vírus e bactérias. Até lá, se precisar ir ao shopping, bancos ou supermercados, é melhor optar pelos horários de menor movimento. Caso alguém vá segurar a criança, peça para que lave as mãos.

Como deve ser o uso do protetor solar?

O uso do protetor é liberado a partir do sexto mês de vida. Recomendamos usar protetor próprio para criança, de fator 30 ou mais e repetir após duas ou três horas.

Existe alguma indicação quanto ao uso do repelente?

O uso do repelente também só é indicado a partir do sexto mês de vida e o que seja adequado para criança, chamado de kids.

 

Suporte telefônico ajuda no controle do diabetes

Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP mostra que ligar para pessoas que possuem diabetes e passar orientações sobre a doença auxilia no controle do problema. O estudo contou com 63 participantes de Ribeirão Preto, que foram divididos em dois grupos.

“Nós ligamos para 36 pacientes e, para o restante, enviamos cartas com os resultados dos exames”, conta a enfermeira Tânia Alves Canata Becker, autora do estudo. Ela aponta que os resultados dos telefonemas foram mais significativos. “Foram 16 ligações em 4 meses. Nelas, explicamos o que é o diabetes mellitus, o tratamento medicamentoso, a importância da atividade física e do planejamento alimentar.”

A pesquisa foi resultado da tese de doutorado O uso do suporte telefônico no controle metabólico de pessoas com diabetes mellitus no Distrito Oeste de Saúde do município de Ribeirão Preto-SP orientada pela professora Carla Regina de Souza Teixeira e defendida em agosto de 2014.

O diabetes
Dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) revelam que a cada 10 segundos, uma pessoa morre devido a causas relacionas ao diabetes. Atualmente, existem 250 milhões de pessoas com a doença no mundo. Em uma estimativa feita pela IDF, o número chegará em 380 milhões em 2025.

Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 poderia ser evitado com atividades físicas e novos hábitos alimentares. Mesmo depois de adquirir a doença, a maioria dos diabéticos não pratica o autocuidado recomendado pelos profissionais da saúde. Essa é a conclusão de outro estudo realizado na EERP: Maioria dos diabéticos está acima do peso.

A escola também divulgou outros estudos sobre o diabetes, que apontaram que as mulheres aderem melhor ao tratamento medicamentoso e que as leis trabalhistas não atendem as necessidades profissionais dos diabéticos.