Quase 90% das crianças e dos adolescentes brasileiros estão conectados à internet. Desses, 95% usam o celular como principal dispositivo para acessar sites e aplicativos.
Esses dados, obtidos a partir de um levantamento de 2019 do Comitê Gestor da Internet no Brasil, endossam o fato de que o mundo online faz parte da realidade da maioria da população — e é praticamente impossível pensar que essa “dependência digital” vá diminuir nos próximos anos (ou nas gerações futuras).
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Próximo de completar seus quatro anos, Julinho começou a frequentar uma creche perto de casa. A adaptação foi difícil para os adultos da família, que estavam acostumados a cuidar dele o tempo inteiro. “E se ele tivesse uma crise convulsiva?”, “Se chorasse muito?”, “E se esquecessem os horários dos remédios?”. Os questionamentos eram frequentes. Mas o menino surpreendeu todo mundo com sua boa integração: não pareceu sentir falta da mãe e da avó, era amável com os colegas e encorajado o tempo todo a provar coisas novas. Até o frango com macaxeira que antes não gostava se tornou sua comida favorita. A convivência com outras crianças o ajudou a desenvolver de maneira surpreendente o andar, o brincar e a forma de comer.
Julinho é uma criança de quatro anos nascida com a Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCZ), epidemia que atingiu seu pico no Brasil em 2015. Sua história é contada pela socióloga Ana Claudia Camargo, no livro Micro-histórias para pensar macropolíticas. No relato, Dona Lúcia, avó do garoto, se emocionava constantemente de ter que deixá-lo “sozinho” nesses momentos, porque segundo ela “essas crianças são muito frágeis (…) qualquer ventinho leva a vida dele embora…”
Leia MaisCovid-19: Nota Técnica avalia volta às aulas diante da baixa cobertura vacinal em crianças
Mesmo com evidências científicas favoráveis à vacinação contra Covid-19 entre crianças no Brasil, a difusão de notícias falsas tem provocado resistência das famílias sobre a eficácia e segurança da imunização para a faixa etária entre 5 e 11 anos. Em nova Nota Técnica, divulgada nesta quarta-feira (16/2), o Observatório Covid-19 Fiocruz alerta que este processo resulta em lentidão na cobertura vacinal de primeira dose das crianças, em contexto preocupante, de retorno das atividades escolares.
O documento apresenta um panorama atual da vacinação contra Covid-19 entre as crianças, aponta a grande heterogeneidade no nível subnacional e reforça a necessidade de articulação de todas as esferas de gestão para a expansão da cobertura vacinal no país. Em um cenário em que apenas este grupo não está imunizado, ele se torna particularmente vulnerável à infecção e à disseminação do vírus, inclusive entre outros grupos etários.
Leia MaisPfizer antecipará 600 mil doses da vacina pediátrica contra a covid-19
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje (10) ter conseguido antecipar 600 mil doses da vacina pediátrica contra a covid-19, produzidas pela empresa Pfizer. Ao defender a forma como o governo tem conduzido o combate à pandemia, Queiroga disse que a fabricação ou a importação de doses de vacina só podem ser feitas após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso contrário, a situação configuraria crime sanitário, disse o ministro.
“Conseguimos antecipar com a Pfizer mais 600 mil doses da vacina pediátrica agora no mês de janeiro. Então serão 4,3 milhões de doses de vacina”, informou Queiroga nesta manhã ao passar pela portaria do ministério.
Leia MaisAs vacinas obrigatórias para crianças e as doenças que elas previnem
A vacina contra covid deve ser obrigatória para crianças de cinco a 11 anos?
Para a maioria das quase 100 mil pessoas que participaram da consulta pública realizada online pelo Ministério da Saúde e concluída nesta terça-feira (4/1) após 11 dias, a resposta é não.
Leia MaisInfoGripe destaca tendência de aumento de SRAG em crianças
A edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz desta quinta-feira (11/11) indica a manutenção da tendência de aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados a outros vírus respiratórios entre crianças (de zero a 9 anos). O cenário é diferente para a população adulta (20 anos ou mais): ainda há predomínio quase absoluto de diagnóstico de Covid-19 entre os casos de SRAG com resultado laboratorial no país, e o número de novos casos semanais se mantém em situação de estabilidade. Esse predomínio se mantém para os adolescentes (de 10 a 19 anos), mas com redução na positividade geral e maior presença relativa de casos detectados de Rinovírus. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 44, do dia 31 de outubro até o dia 6 de novembro.
Em 2021, entre as crianças, houve um aumento significativo de casos de vírus sincicial respiratório, o VSR, com registros semanais superiores aos de Sars-CoV-2. A partir do mês de julho, aumentaram gradualmente também os casos de infecção por outros vírus respiratórios (Adenovírus, Bocavírus, Parainfluenza 3, Parainfluenza 4, entre outros).
Leia MaisCrianças com microcefalia causada por zika têm desenvolvimento neurológico heterogêneo, revela estudo
Pesquisa realizada em Salvador (BA) mostrou que crianças com microcefalia causada pelo vírus zika têm desenvolvimento neurológico heterogêneo ao chegar à faixa entre 2 e 3 anos de idade. Essa variedade de perfil pode ser detectada por meio de uma avaliação neurológica, permitindo, assim, uma abordagem personalizada do tratamento.
O estudo, publicado na revista PLOS ONE, acompanhou 42 bebês com idade entre 24 e 40 meses nascidos com a síndrome congênita do zika (CZS, na sigla em inglês), como é chamado o conjunto de sequelas provocadas pela infecção durante a gestação.
Leia MaisFiocruz analisa dados sobre mortes de crianças por Covid-19
Quase metade das crianças e adolescentes brasileiros mortos por Covid-19 em 2020 tinham até 2 anos de idade; um terço dos óbitos até 18 anos ocorreram entre os menores de 1 ano e 9% entre bebês com menos de 28 dias de vida. As informações são de um estudo inédito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisa dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade Infantil (SIM), do Ministério da Saúde (MS), considerado o padrão ouro para esse tipo de investigação. O estudo é financiado pelo Programa Fiocruz de Fomento à Inovação (Inova Fiocruz).
“Estratificamos os dados obtidos no SIM para mensurar o impacto da Covid-19 entre menores de 18 anos. No ano passado, foram registrados 1.207 óbitos nessa faixa etária, sendo 110 entre recém-nascidos com menos de 28 dias de vida. Esperamos que essas conclusões orientem políticas públicas para o enfrentamento da pandemia”, explica o coordenador da pesquisa, Cristiano Boccolini, do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Leia MaisCovid-19: adultos são fonte de infecção mais comum que crianças
Embora estudos sugiram que crianças e adolescentes que participem de colônias de férias e eventos sociais possam levar a Covid-19 para suas casas, um trabalho de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade da Califórnia (UCLA) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) indica que eles mais frequentemente são infectados por adultos do que atuam como transmissores.
Uma prévia do artigo A dinâmica da infecção de Sars-CoV-2 em crianças e contatos domiciliares em uma comunidade pobre do Rio de Janeiro, a ser publicado na Pediatrics, Official Journal of the American Academy of Pediatrics, explica que o estudo envolveu 667 participantes em 259 domicílios, no período de maio a setembro de 2020. Destes, 323 eram crianças (de 0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. Os testes de 45 crianças (13,9%) deram positivo para o vírus. O estudo mostra ainda que a infecção foi mais frequente em crianças com menos de 1 ano e na faixa de 11 a 13 anos. Todas haviam tido contato com um adulto ou adolescente com sinais recentes de Covid-19. Se for comparado com dados do Rio, o estudo mostra que um terço dos contatos domiciliares pesquisados tinham sido expostos ao vírus por volta de agosto de 2020, uma taxa maior do que o registrado na população geral da cidade no mesmo período: 33% contra 7,5%.
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Autópsias feitas em cinco crianças que morreram de covid-19 no Hospital das Clínicas, em São Paulo, ajudam a explicar por que a doença continua escapando aos diagnósticos dos pediatras.
Os pesquisadores do departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) descrevem quatro apresentações, ou seja, quatro “caras” diferentes da doença.
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