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Dengue: um ano após início da imunização, procura por vacina é baixa

Das mais de 6,3 milhões de doses distribuídas, 3,2 foram aplicadas

Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a procura pelo imunizante no país está bem abaixo do esperado. De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, 6.370.966 doses foram distribuídas. A Rede Nacional de Dados em Saúde, entretanto, indica que apenas 3.205.625 foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo-alvo definido pela pasta.

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Santa Catarina quer ampliar até 12 anos vacinação contra a gripe. Atualmente, a dose no SUS é indicada para crianças de 6 meses a 5 anos

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina solicitou ao Ministério da Saúde ampliar para até 12 anos a faixa etária de crianças classificadas como grupo prioritário para a vacinação contra a gripe. Atualmente, a dose no Sistema Único de Saúde (SUS) só está indicada para crianças com idade entre 6 meses e 5 anos.

No ofício, enviado ao ministério na última terça-feira (23) à secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, a secretária de Saúde de Santa Catarina, Carmen Zanotto, cita uma antecipação da circulação de vírus respiratórios no estado, como o da influenza, e que, neste momento, os dados indicam uma tendência de aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

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Vacinação: escola é o lugar central para a saúde, diz ministra. Alunos destacam importância da imunização

Samuel Santos, 14 anos, é aluno do 6º ano da rede pública de Brasília e precisou ficar 21 dias internado recentemente após contrair dengue. O medo de contrair outra doença prevenível foi um incentivo a mais para que ele participasse nesta quarta-feira (13) do Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar. Ele foi imunizado contra o HPV e destacou a importância de manter as doses do calendário vacinal em dia. “Fiquei com medo, mas é bem de boa. A moça tem a mão leve”, brincou. “Acho muito importante. O recado é para todo mundo se vacinar”, acrescentou.

O estudante Gabriel Mota, 11 anos, também cursa o 6º ano na rede pública do Distrito Federal e, como Samuel, foi imunizado contra o HPV durante ação promovida pelo Ministério da Saúde.

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Cobertura vacinal contra sarampo no DF alcança 73,7% em 2023. Organização Mundial de Saúde recomenda 95%

O Distrito Federal alcançou 73,7% de cobertura vacinal contra o sarampo ao longo de 2023. O índice está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 95%.

Em fevereiro, a entidade voltou a alertar sobre o aumento de casos de sarampo no mundo. “Estamos extremamente preocupados com o que está acontecendo em relação ao sarampo”, avaliou a conselheira técnica para sarampo e rubéola da entidade, Natasha Crowcroft.

Natasha também citou um aumento consistente de casos da doença em todas as regiões do globo, exceto nas Américas. “Eles estão aguentando firme, mas, com o aumento de casos em cinco das seis regiões monitoradas pela OMS, esperamos que haja casos e surtos nas Américas também”.

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Dengue: três estados e DF ampliam idade de vacinação para 12 a 14 anos. No Acre, Goiás e Mato Grosso do Sul procura pela Qdenga está baixa

Acre, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul ampliaram a faixa etária de imunização contra a dengue para 14 anos. Inicialmente, os estados haviam chamado apenas crianças de 10 e 11 anos, já que o número de doses é limitado.

Diante da baixa procura pela vacinação nos postos de saúde, alguns governadores optaram por chamar também adolescentes de 12 a 14 anos, conforme público-alvo definido pelo Ministério da Saúde.

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Uma em cada oito pessoas no mundo é obesa, alerta OMS. Obesidade aumentou entre adultos, jovens e crianças desde 1990

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira (1º) que, em todo o planeta, a obesidade entre adultos mais que duplicou desde 1990 e quadruplicou entre crianças e adolescentes com idade entre 5 e 19 anos. A entidade cita um estudo publicado pelo periódico The Lancet que revela que, em 2022, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo eram obesas enquanto 43% dos adultos estavam com sobrepeso.

“O estudo mostra ainda que, embora as taxas de subnutrição tenham diminuído, ela ainda representa um desafio de saúde pública em muitos locais, sobretudo no sudeste asiático e na África Subsariana”, destacou a OMS. A subnutrição, em todas as suas formas, inclui atrofia, atraso no crescimento e baixo peso; vitaminas ou minerais inadequados; excesso de peso e obesidade.

A subnutrição, de acordo com a entidade, é responsável por metade das mortes de crianças menores de 5 anos, enquanto a obesidade pode causar doenças não transmissíveis como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. Para a OMS, o estudo, publicado com a colaboração da entidade, reforça a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a vida adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados.

“A obesidade é uma doença crônica complexa. As causas são bem compreendidas, assim como as intervenções necessárias para conter a crise, apoiadas por fortes evidências. No entanto, elas não são implementadas.

Na Assembleia Mundial da Saúde, em 2022, os Estados-membros adotaram o Plano de Aceleração da OMS para conter a obesidade até 2030. Atualmente, 31 governos lideram o caminho para conter a epidemia de obesidade através da implementação do plano.”

As estratégias defendidas pela OMS para conter os índices de obesidade incluem:

– ações para apoiar práticas saudáveis desde o primeiro dia de vida, incluindo promoção e o apoio à amamentação;

– regulamentos sobre a propaganda de alimentos e bebidas para crianças;

– políticas de alimentação e nutrição escolar, incluindo iniciativas para regular a venda de produtos ricos em gorduras, açúcares e sal nas proximidades das escolas;

– políticas fiscais e de preços para promover dietas saudáveis;

– políticas de rotulagem nutricional;

– campanhas de educação e sensibilização para dietas saudáveis e exercício;

– promoção da atividade física nas escolas;

– integração dos serviços de prevenção e gestão da obesidade nos cuidados de saúde primários.

Apenas 32% do público-alvo tomaram vacina contra dengue no DF. Procura pelo imunizante está abaixo do esperado

Quase 20 dias após o início da vacinação contra a dengue no Distrito Federal, apenas 32% das crianças de 10 e 11 anos foram imunizadas. Dados do governo do Distrito Federal (GDF) mostram que, entre os dias 9 e 27 de fevereiro, foram aplicadas 23.502 doses foram aplicadas. A própria pasta avalia que a procura pelo imunizante está abaixo do esperado.

Os números mostram que, das 71.708 doses recebidas do Ministério da Saúde, ainda há 48.206 doses disponíveis para aplicação em todos os 67 pontos de vacinação do Distrito Federal. “Como todo imunobiológico, a vacina da dengue também tem prazo de validade. Os imunizantes estão válidos até o dia 30 de abril”, destacou o GDF em nota.

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Crianças viciadas em telas e sem contato humano serão uma geração de conformistas, diz socióloga francesa

Claudine Haroche em uma das palestras do Hay Festival, no México.

Vivemos em um mundo rápido, acelerado, mediado pelas novas tecnologias, onde a premissa é ver e ser visto.

E isso, claro, influencia irremediavelmente a forma como nos relacionamos com os outros e o tipo de sociedade que construímos. Essa é a visão de Claudiene Haroche, socióloga e antropóloga francesa que iniciou sua carreira no Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) até se tornar diretora emérita da entidade.

Para ela, se antes havia um sentimento de pertencimento por conta de nossos laços estreitos e calorosos, agora enfrentamos vínculos sociais que se caracterizam pelo anonimato frio e pelo isolamento, processo que se intensifica cada vez mais nas sociedades individualistas.

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InfoGripe: Brasil apresenta o menor percentual de Covid-19 em adultos da pandemia

novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (6/4), sinaliza que a incidência nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes mantém ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro, período de retomada do ano letivo. Por outro lado, na população em geral, a análise aponta o menor percentual de casos de SRAG por Covid-19 desde o início da pandemia que, nas últimas quatro semanas, corresponderam a 50,7% em resultado laboratorial positivo para vírus respiratório. Ao longo do período mais crítico da doença no país, cerca de 96% dos casos de SRAG com identificação laboratorial eram por Covid.

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Estudo analisa crianças e adolescentes com TOC

Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) constatou que crianças e adolescentes portadoras de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) apresentam comprometimento de alguns circuitos cerebrais em decorrência da doença. Apesar de esse comprometimento ainda não ter se manifestado no comportamento, outros dados do estudo sugerem que existe a possibilidade de esses pacientes, ao atingirem a vida adulta, apresentarem dificuldades ou déficits ligados à memória e ao agrupamento semântico (evocar em sequência palavras de uma mesma categoria). “Estudos futuros deverão ser feitos para confirmar esta hipótese”, afirma o autor do estudo, o psicólogo Marcelo Camargo Batistuzzo.

Os resultados foram obtidos pelo pesquisador na tese de doutorado Ativação cerebral associada à memória episódica verbal no transtorno obsessivo-compulsivo por meio de ressonância magnética funcional defendida na FMUSP. O estudo foi desenvolvido no âmbito do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD), coordenado pelo professor Eurípedes Constantino Miguel, da FMUSP. O INPD é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O TOC é um transtorno psiquiátrico caracterizado por pensamentos obsessivos, compulsões, rituais ligados a pensamentos repetitivos que interferem na rotina da pessoa e causam prejuízos em todas as áreas do relacionamento.

A pesquisa foi realizada com 50 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, de ambos os sexos e mesmo nível sócioeconômico, e preferência manual (canhoto/destro) sendo 25 portadoras de TOC e 25 saudáveis (grupo controle). Os pacientes com TOC foram selecionados a partir de um outro estudo realizado no INPD, o SMART, produzido pela pesquisadora Roseli Gedanke Shavitt.

Segundo a literatura, pacientes com TOC apresentam dificuldades de memória e de funções executivas, como planejar e executar um determinado comportamento. “Trabalhamos com a hipótese de que esses problemas de memória acontecem porque as pessoas com TOC não conseguem organizar o conteúdo daquilo que devem memorizar durante a codificação dos estímulos”, conta o psicólogo.

Para investigar essa hipótese, Batistuzzo utilizou a ressonância magnética funcional para verificar a ativação cerebral dos 50 participantes do estudo durante testes de memória. Durante o exame ambos os grupos foram expostos a 32 palavras divididas em duas listas. Na primeira, apareciam imagens de palavras relacionadas (mesma categoria semântica), como flores, roupas ou animais. Já na segunda, as palavras não apresentavam relação entre si. Cada lista continha 16 palavras com duas a cinco sílabas, e todas de substantivos concretos. Dentro da máquina de ressonância magnética, cada participante foi exposto a cada palavra três vezes, durante dois segundos. E no final, os participantes repetiam as palavras lembradas.

Resultados
No que se refere ao número de palavras lembradas, os resultados indicaram que os pacientes com TOC não apresentaram déficits em relação ao grupo controle. Batistuzzo analisou então o índice semântico, que reflete o quanto a criança consegue relacionar palavras em uma mesma categoria. “Quanto maior a categorização das palavras lembradas, maior será o índice semântico e a possibilidade de se evocar uma maior quantidade de palavras”, explica o pesquisador. Os resultados também foram semelhantes nos dois grupos.

As diferenças surgiram quando o pesquisador analisou a correlação entre o índice semântico e o número de palavras lembradas. “No grupo controle a utilização da estratégia foi capaz de prever a quantidade de palavras lembradas de modo que quanto mais categorizam palavra, mais se lembram delas. Isso não foi verificado do grupo de portadores de TOC”, aponta.

Outra diferença foi em relação à idade. Considerando o índice semântico encontrado em cada grupo, nos controles foi verificado que quanto mais velho o participante, maior o nível de categorização, o que não ocorreu no grupo de pacientes. “Essa dificuldade ao longo do desenvolvimento é algo esperado, ou seja, conforme o portador de TOC cresce, ele tem mais tempo de convivência com os sintomas e as dificuldades cognitivas aumentam.

O psicólogo conta que ao analisar as regiões cerebrais ativadas durante a memorização das palavras, foi constatado no grupo de pacientes uma ativação menor na região medial dorsal do lobo frontal. “Nós ficamos intrigados porque o número de palavras lembradas foi semelhante nos dois grupos. Entretanto, em relação à idade e ao índice semântico, os portadores de TOC não foram mais eficientes. Então nós interpretamos que essa hipoativação dos circuitos cerebrais estavam comprometidas em decorrência do TOC, apesar de ainda não se manifestarem no comportamento [índice semântico e na variável de palavras lembradas]“, finaliza. Diante desses resultados, ele sugere que, em um segundo momento, quando os participantes forem adultos, seja realizado um novo estudo sobre o tema.

A pesquisa foi defendida em fevereiro de 2014 na FMUSP sob a orientação da professora Eliane Correa Miotto e coorientaçao do professor Guilherme Vanoni Polanczyk.