Enquanto as tendências do mundo fitness mudam com frequência – e certas modalidades, técnicas e suplementos perdem o apelo em pouco tempo -, a creatina é uma das substâncias que permanecem firmemente recomendadas por profissionais de saúde devido aos seus benefícios amplamente estudados.
A creatina é naturalmente produzida pelo corpo humano por meio de 3 aminoácidos (lisina, metionina, arginina) no fígado, rim e pâncreas – e a substância também chega em nosso organismo por meio de alimentos de origem animal, como carnes e leite.
Leia MaisModelo experimental analisa efeito da creatina no câncer
Na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, pesquisa de Patrícia-Campos Ferraz analisa o efeito da creatina sobre o crescimento tumoral associado ao câncer em modelos experimentais com animais. O trabalho, que teve a participação dos professores da EEFE, Bruno Gualano e Antonio Herbert Lancha Junior, encontrou evidências do potencial da creatina, utilizada como suplemento nutricional, na inibição do crescimento de tumores e de inflamações. O aprofundamento dos estudos sobre os mecanismos de funcionamento de creatinina poderão levar a estudos clínicos dos efeitos do suplemento nos vários tipos de câncer.
Patricia apresentou o trabalho “Exploratory studies on the potential of creatine as an anti-cancer dietary aid”, no II Creatine Conference in Health, Sports and Medicine, realizado de 21 a 24 de abril na cidade de Laufen (Alemanha). O artigo, que também tem autoria dos professores Gualano e Lancha Junior, ganhou o prêmio de Melhor Estudo no evento.
Leia MaisCreatina e exercícios melhoram fragilidade em idosas
A suplementação de creatina aliada ao treinamento de força em pessoas idosas do sexo feminino melhorou a função muscular e massa magra. O resultado é de uma pesquisa que envolveu 60 mulheres idosas (com idades entre 62 e 79) com fragilidade. Segundo o professor Bruno Gualano, da Escola de Educação Física e Esportes (EEFE) da USP, tal constatação indica que a suplementação do nutriente associada ao exercício, em mulheres idosas, pode ser um terapêutica eficiente no combate ao envelhecimento.
“A creatina é um nutriente produzido pelo próprio organismo, e obtida também com o consumo de carnes”, explica Gualano. Atualmente, a suplementação de creatina é classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como “alimento para atletas”. “Há alguns anos, advogo que a recomendação desse suplemento nutricional deveria ser estendida a idosos, pois a literatura científica tem dado bom suporte para isso”, justifica o cientista. Juntamente com a professora Rosa Maria Pereira, da Faculdade de Medicina (FM) da USP, coordenou os experimentos realizados no Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (LACRE) — disciplina de Reumatologia da FM. O estudo integra o doutorado de André Macedo, da FM, foi apresentado em congressos internacionais e acaba de ser publicado na Revista Experimental Gerontology.
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