Estudo internacional com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revela um mecanismo que explica o motivo pelo qual ocorrem as reinfecções de covid-19. Testes em laboratório mostraram que a variante Gamma, anteriormente conhecida como P.1, originada no Brasil, é capaz de escapar dos anticorpos neutralizantes que são gerados pelo sistema imunológico a partir de uma infecção anterior com outras variantes do coronavírus.
Os pesquisadores destacam, no entanto, que os resultados foram obtidos in vitro, ou seja, em laboratório. Além disso, o estudo não inclui outros tipos de resposta imune do organismo, como imunidade celular. “É fundamental entender que pessoas infectadas podem ser infectadas novamente”, aponta William Marciel de Souza, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, primeiro autor do artigo. O trabalho foi publicado como artigo na revista científica The Lancet em 8 de julho.
Leia MaisInfoGripe: sinal de queda de casos de SRAG nos estados, mas capitais ainda preocupam
A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada nesta quarta-feira (21/7), traz uma notícia esperançosa e outra preocupante. Segundo o Boletim, apenas duas das 27 unidades federativas apresentam sinal de aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na semana epidemiológica 28, que compreende o período de 11 a 17 de julho: Acre e Amazonas. Dentre as demais, 17 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. No entanto, de acordo com os indicadores de transmissão comunitária, todas as capitais se encontram em macrorregiões de saúde com nível de transmissão alto, muito alto ou extremamente alto. O Boletim destaca que este cenário sugere possível manutenção do número de hospitalizações e óbitos em alto patamar, caso medidas preventivas não sejam adotadas.
Leia MaisCovid-19: Fiocruz mapeará efetividade da vacinação em estudo inédito na Maré
Maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro, onde habitam cerca de 140 mil pessoas, a Maré sediará um estudo liderado pela Fiocruz sobre o impacto da vacinação da Covid-19 em sua população. A iniciativa é uma colaboração entre a Redes da Maré, a Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e a Fiocruz. Tendo em vista as peculiaridades presentes em territórios de favelas e periferias, o estudo propõe um olhar que vai além do levantamento da efetividade direta das vacinas na proteção contra o vírus e suas variantes.
“Olhar o impacto da vacinação numa grande comunidade já seria algo inédito. Agora pensar que isso será realizado na Maré, que tem dimensão populacional superior a 96% dos municípios do país, é algo único, que nos permitirá um mapeamento com características singulares. Aspectos da doença em si, como a dinâmica de transmissão do vírus no território, a vigilância de suas variantes e o acompanhamento de possíveis efeitos adversos das vacinas serão outros pontos abordados pelo estudo, para além da efetividade da vacina, que é o foco principal”, explica o pesquisador da Fiocruz e coordenador do estudo, Fernando Bozza.
Leia MaisCovid-19: Fiocruz mapeará efetividade da vacinação em estudo inédito na Maré
Maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro, onde habitam cerca de 140 mil pessoas, a Maré sediará um estudo liderado pela Fiocruz sobre o impacto da vacinação da Covid-19 em sua população. A iniciativa é uma colaboração entre a Redes da Maré, a Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, e a Fiocruz. Tendo em vista as peculiaridades presentes em territórios de favelas e periferias, o estudo propõe um olhar que vai além do levantamento da efetividade direta das vacinas na proteção contra o vírus e suas variantes.
“Olhar o impacto da vacinação numa grande comunidade já seria algo inédito. Agora pensar que isso será realizado na Maré, que tem dimensão populacional superior a 96% dos municípios do país, é algo único, que nos permitirá um mapeamento com características singulares. Aspectos da doença em si, como a dinâmica de transmissão do vírus no território, a vigilância de suas variantes e o acompanhamento de possíveis efeitos adversos das vacinas serão outros pontos abordados pelo estudo, para além da efetividade da vacina, que é o foco principal”, explica o pesquisador da Fiocruz e coordenador do estudo, Fernando Bozza.
Leia MaisDocumentário ‘Saúde sem máscara’ aborda crise sanitária na perspectiva dos trabalhadores
Três professoras-pesquisadoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), em conjunto com o cineasta e diretor Renato Prata Biar, lançaram, no dia 16 de julho, o documentário Saúde sem máscara. O filme é fruto da pesquisa ‘Monitoramento da saúde, acesso à EPIs de técnicos de enfermagem, agentes de combate às endemias, enfermeiros, médicos e psicólogos, no município do Rio de Janeiro em tempos de Covid-19’, financiada pelo edital Inova Fiocruz, e coordenada por Mariana Nogueira, Leticia Batista e Regimarina Reis. A live de lançamento aconteceu no canal da EPSJV no Youtube.
Segundo Mariana, a equipe já produziu infográficos e um boletim – publicados no início de 2021 – que informam os resultados quantitativos da pesquisa, produto de uma coleta de dados junto a mais de 200 trabalhadores da Estratégia Saúde da Família, da Rede de Atenção à Urgência e Emergência e da Rede de Atenção Psicossocial da cidade do Rio de Janeiro.
Leia MaisArtigo analisa implicações de longo prazo da Covid-19 em faixas etárias mais jovens
As implicações do rejuvenescimento da pandemia de Covid-19 no Brasil é tema do artigo Younger Brazilians hit by COVID-19 – What are the implications? de autoria dos pesquisadores do Observatório Fiocruz Covid-19 e publicado em periódico do grupo inglês The Lancet em 14 de julho. A partir da constatação de que os casos de Covid-19 nas faixas mais jovens (adultos entre 20 e 59 anos) que evoluem gravemente e resultam em óbito terem sido cada vez mais frequentes, o estudo destaca que essa faixa etária poderá ser altamente afetada pela ocorrência de Covid-19 longa ou síndromes pós-Covid.
Como o sistema de saúde está sobrecarregado em muitas cidades, uma implicação imediata, segundo o estudo, é o crescente tempo de internação por Covid-19. Além disso, os pesquisadores alertam que a carga de doença entre os adultos jovens pode comprometer cronicamente sua qualidade de vida e a capacidade para as atividades diárias, incluindo o trabalho. Eles ressaltam que este cenário poderá criar um impacto social de longo prazo dramático.
Leia MaisRadar Covid-19 Favela aborda fome e impactos da Covid-19 na população em situação de rua
A 11ª edição do “Radar Covid-19 Favela” traz como tema a Covid-19, a fome e a rua com relatos pessoais e textos informativos sobre o quadro de insegurança alimentar de famílias, a extrema vulnerabilidade de pessoas em situação de rua e a atuação de movimentos sociais, organizações e instituições no Rio de Janeiro. A vacinação contra Covid-19 e as dificuldades do sistema público de saúde em manter a atenção a essa população também são tematizadas no Especial. A edição pode ser acessada na íntegra aqui.
A seção Megafone traz informações sobre o atendimento no Centro Municipal de Saúde do Catiri, a baixa adesão dos moradores à segunda dose da vacina contra Covid-19 e à imunização contra gripe. A morte do jovem Thiago da Conceição, morto dentro de casa durante operação da Polícia Civil no Morro da Fé, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, em junho deste ano é lembrada na seção. Por decisão de ministro do Supremo Tribunal Federal, documentos da Polícia Civil sobre a operação Exceptio (que vitimou 28 pessoas) deixarão de ser sigilosos e poderão ser consultados por movimentos sociais e organizações. O documentário “Saúde sem máscara” será lançado esse mês pelo canal da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) no Youtube e ficará gravada. O filme é fruto da pesquisa “Monitoramento da saúde, acesso à EPIs de técnicos de enfermagem, agentes de combate às endemias, enfermeiros, médicos e psicólogos, no município do Rio de Janeiro em tempos de Covid-19”.
Leia MaisAnvisa autoriza análise da eficácia de dose de reforço da AstraZeneca:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta segunda-feira (19), a realização de estudo clínico para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade da aplicação de terceira dose da vacina contra covid-19 da AstraZeneca.
Segundo a Anvisa, o estudo inicial será feito em participantes que já receberam as duas doses do imunizante, com um intervalo de quatro semanas entre as aplicações. A dose de reforço será aplicada de 11 a 13 meses após a segunda dose.
Leia MaisCovid-19: Fiocruz esclarece sobre intervalo de doses da vacina
A respeito da redução no intervalo entre as doses da vacina produzida pela Fiocruz (AstraZeneca), a Fundação esclarece que o intervalo de 12 semanas entre as duas doses recomendado pela Fiocruz e pela AstraZeneca considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior. Adicionalmente, o regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas.
O regime de doses adotado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) está respaldado por evidências científicas e qualquer mudança deve considerar os estudos de efetividade e a disponibilidade de doses. Até o momento, a vacina produzida pela Fiocruz tem se demonstrado efetiva na proteção contra as variantes em circulação no país já com a primeira dose. Adicionalmente, em relação à variante delta, uma pesquisa da agência de saúde do governo britânico, publicada em junho, aponta que a vacina da AstraZeneca registrou 71% de efetividade após a primeira dose e 92% após a segunda para hospitalizações e casos graves. Os dados são corroborados também por um estudo realizado no Canadá, que apontou efetividade contra hospitalização ou morte, para a variante Delta, após uma dose da vacina da AstraZeneca de 88%.
Leia MaisVacinas são principal alvo de desinformações sobre Covid-19 na internet
Entre as notícias falsas sobre a Covid-19 que circulam na internet, 19,8% são sobre as vacinas. A conclusão é de estudo conduzido pela pesquisadora da ENSP Claudia Galhardi, que analisou fake news relacionadas à doença disseminadas em redes sociais, sites e aplicativos de mensagens. Realizada em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Jornalismo e Comunicação da Universidade Federal do Piauí (Nujoc), a pesquisa investigou 253 notícias falsas recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo entre 26 de março de 2020 e 31 de março de 2021.
“Os achados revelam que o fluxo de conteúdo desinformacional propagado nas redes sociais e aplicativos de mensagem, pautado em interesses políticos, econômicos, pós verdade e negacionismo, é movediço. Isso porque, apesar de as redes sociais, sites e aplicativos de mensagem terem buscado, timidamente, minimizar a disseminação de notícias falsas, adotando diferentes ações que têm inibido um pouco a propagação de fake news, os produtores dessas notícias, por outro lado, buscam sempre atuar nas redes sociais com menor ação efetiva no combate à desinformação e em novas redes que surgem”, afirma a autora do Eu fiscalizo, Claudia Galhardi.
Leia Mais