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São Paulo vacina contra HPV e Hepatite A pessoas que usam PrEP

Profilaxia reduz risco de contrair ISTs e Aids

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo promove hoje (14) e amanhã (15), na estação República (Linha 3-Vermelha do Metrô), vacinação gratuita contra HPV e a hepatite A para pessoas em uso da profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP).

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Estudo mostra que SARS-CoV-2 pode ficar no organismo por tempo superior ao recomendado para quarentena

Um homem de 38 anos, que apresentou durante 20 dias sintomas leves de COVID-19, permaneceu por 232 dias com o novo coronavírus sendo detectado no organismo e sofrendo mutações. Se não tivesse recebido acompanhamento médico constante, mantido distanciamento social e usado máscara, poderia ter disseminado o patógeno por mais de sete meses.

O caso atípico de infecção pelo SARS-CoV-2 faz parte de um grupo de 38 pacientes acompanhados semanalmente, no início da pandemia, por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur-USP (PCPU). Os pacientes foram seguidos até que dois ou três testes consecutivos de RT-qPCR dessem negativo.

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Covid-19: adultos são fonte de infecção mais comum que crianças

Embora estudos sugiram que crianças e adolescentes que participem de colônias de férias e eventos sociais possam levar a Covid-19 para suas casas, um trabalho de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade da Califórnia (UCLA) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) indica que eles mais frequentemente são infectados por adultos do que atuam como transmissores.

Uma prévia do artigo A dinâmica da infecção de Sars-CoV-2 em crianças e contatos domiciliares em uma comunidade pobre do Rio de Janeiro, a ser publicado na Pediatrics, Official Journal of the American Academy of Pediatrics, explica que o estudo envolveu 667 participantes em 259 domicílios, no período de maio a setembro de 2020. Destes, 323 eram crianças (de 0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. Os testes de 45 crianças (13,9%) deram positivo para o vírus. O estudo mostra ainda que a infecção foi mais frequente em crianças com menos de 1 ano e na faixa de 11 a 13 anos. Todas haviam tido contato com um adulto ou adolescente com sinais recentes de Covid-19. Se for comparado com dados do Rio, o estudo mostra que um terço dos contatos domiciliares pesquisados tinham sido expostos ao vírus por volta de agosto de 2020, uma taxa maior do que o registrado na população geral da cidade no mesmo período: 33% contra 7,5%.

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Covid: 8 medidas cruciais contra o coronavírus (que está mais presente no ar do que nas superfícies)

Que a covid-19 é transmitida principalmente pelo ar é uma realidade indiscutível neste momento.

Ela consegue isso através dos agora famosos aerossóis, que nada mais são do que pequenas partículas de saliva ou fluido respiratório emitidas pelas pessoas quando respiram, falam, gritam ou tossem.

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Covid: como só 6 se infectaram com covid-19 em show com 5 mil pessoas em Barcelona?

Pesquisadores na Espanha dizem que não detectaram sinais expressivos de infecção por coronavírus entre as pessoas que participaram de um grande show realizado como teste no mês passado.

Seis pessoas testaram positivo para covid-19 14 dias depois de assistir ao concerto em Barcelona, mas essa incidência, segundo os cientistas, foi menor do que a observada na população em geral.

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Corte de frios pode levar a contaminação por bactéria

Pesquisa da mestranda Daniele Faria, orientada pela professora Bernadette Franco, coordenadora do Centro de Pesquisa em Alimentos/ Food Research Center (FoRC) da USP, mostra como se dá a contaminação cruzada da bactériaListeria monocytogenes no processo de corte de frios. A contaminação cruzada é o processo de transferência de micro-organismos de um alimento contaminado para outro não contaminado. No estudo, ela simulou em laboratório a contaminação cruzada em um fatiador de frios e conseguiu demonstrar que essa bactéria é transferida a duas centenas de fatias de rosbife cortadas por um aparelho contaminado com o micro-organismo.

O estudo comprova que, apesar de o processamento térmico desses alimentos ser suficiente para eliminar esse micro-organismo, a ocorrência de contaminação cruzada pós-processamento pode resultar em aumento do risco à saúde do consumidor. A Listeria monocytogenes é uma bactéria que pode colocar em risco a vida de pessoas com imunidade baixa e a dos bebês durante a gravidez. O micro-organismo é um patógeno que pode estar presente em alimentos prontos para o consumo, pois são mantidos em refrigeração e possuem longa vida de prateleira, favorecendo a multiplicação deste patógeno. “O Brasil precisa estudar melhor essa bactéria. Trata-se de um patógeno que sequer aparece nas nossas estatísticas epidemiológicas”, afirma Daniele.

Listeria monocytogenes é causadora da doença listeriose, infecção que tem incidência baixa, mas alto grau de severidade e alto índice de mortalidade (20% a 30%) e cujos sintomas em um adulto normal são semelhantes aos da gripe.”Trata-se de uma bactéria que pode causar problemas sérios em gestantes, recém-nascidos, idosos e pacientes debilitados e imuno-deprimidos”, alerta. “No caso das gestantes, a listeriose materno-fetal ocorre com mais frequência no último trimestre da gestação. Os sintomas iniciais são semelhantes a uma gripe, com febre, mialgias e dor de cabeça, seguidos de complicações, como aborto, feto natimorto, nascimento prematuro e infecções neonatais”, explica.

Já alisteriose invasiva, se caracteriza por bacteremia, doença caracterizada pela grande presença de bactérias no sangue, com ou sem focos evidentes de infecção, ou por afetar o sistema nervoso central podendo causar meningite, meningoencefalite e abscessos no cérebro. “Afeta pincipalmente pacientes com mais de 50 anos, causando febre, alterações na percepção sensorial e dor de cabeça”, acrescenta.

Contaminação
Para estudar a extensão da contaminação cruzada, Daniele adquiriu uma peça de rosbife não contaminado, inseriu a bactéria em uma peça e a cortou. Depois de contaminado o cortador, ela passou a fatiar uma peça não contaminada. O processo foi feito em laboratório, mas em temperatura ambiente. Ela estudou cada uma das fatias, verificando quantas bactérias estavam presentes, e descobrindo que até a ducentésima fatia ainda havia presença da Listeria monocytogenes. “Apesar da transferência de bactérias de uma fatia para outra ir decrescendo, em número, a pesquisa mostra que a contagem na última fatia obtida é alta”, aponta.

Segundo Daniele, essa bactéria sobrevive a grande variação de temperatura — de quatro graus negativos até 50 graus Celsius. Portanto, o problema pode se dar tanto em locais onde as pessoas pedem o produto fatiado quanto para quem compra a peça inteira ou ainda fatiada e acondicionada em embalagens de isopor. “Se o alimento contaminado estiver em uma bandeja, a bactéria pode sobreviver ao processo de resfriamento”, completa. “A Listeria sobrevive a temperaturas muito frias e a alimentos com muito sal, então esse tipo de produto é ideal para ela se estabelecer”, diz.

Um dos principais objetivos de Daniele com a pesquisa é alertar as autoridades sanitárias no Brasil. “O País não tem legislação para garantir que produtos como o rosbife e outros frios estejam livres da Listeria, bem como exigir um processo de limpeza e sanitização adequados em locais de fatiamento, e não faz alertas para os grupos mais vulneráveis ao risco de contaminação”, conclui.

Criado em 2013, o FoRC é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) reúne equipes multidisciplinares e infraestrutura laboratorial de diferentes instituições de pesquisa do Estado de São Paulo, como USP, Unicamp, Unesp, Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Suas linhas de pesquisa estão estruturadas em quatro pilares: Sistemas Biológicos em Alimentos; Alimentos, Nutrição e Saúde; Qualidade e Segurança dos Alimentos; e Novas Tecnologias e Inovação. Atualmente, cerca de 30 pesquisadores integram o FoRC.

Da Acadêmica Agência de Comunicação – www.academica.jor.br

Mais informações: (11) 5081-5237 / 5549-1863

Estudo traz índice de metais na Antártica brasileira

Um levantamento realizado na Baía do Almirantado, na Ilha Rei George, na Antártica, verificou os índices de metais pesados, como arsênio, cádmio, cobre e mercúrio, entre outros, em 31 espécies de organismos marinhos. “Este estudo poderá vir a ser uma referência para outras pesquisas a serem realizadas no local”, acredita a oceanógrafa Tailisi Hoppe Trevizani. “Nossos levantamentos foram feitos com amostras coletadas em 2003. O trabalho pode ser considerado como nível de base e os índices encontrados podem ser classificados como aceitáveis”, conta. A Baía do Almirantado é onde está instalada a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF, Brasil), base brasileira no continente que foi incendiada após um acidente, em 2012.

Tailisi é autora da pesquisa de mestrado Bioacumulação de metais pesados e avaliação da biomagnificação na biota da Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica, apresentada no Instituto Oceanográfico (IO) da USP.

Organismos
As 31 espécies analisadas são compostas de macroalgas, organismos bentônicos (espécies que vivem no fundo dos oceanos), e organismos suspensívoros (que vivem na coluna d’água). “As espécies foram todas coletadas, em média, a 20 metros de profundidade”, conta a oceanógrafa.

O trabalho de análise da bioacumulação consistiu em avaliar a acumulação de metal e sua origem, seja pela própria água, sedimentos ou pela alimentação das espécies. “Já a biomagnificação foi analisada levando-se em conta a cadeia alimentar dos organismos, e ocorre quando um animal transfere para outro o metal”, explica.

Equipamento de Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES), instalado no IO

 

Obtidas em 2003, as amostras foram cedidas pelas professoras do IO, Thais Corbisier e Mônica Petti, e conservadas no Laboratório de Bentos Antártico  (IO-USP). Este processo, segundo Tailisi, é normalmente usado neste tipo de pesquisa. “Depois de coletados os organismos, as partes de interesse para os estudos são retiradas, secas e maceradas o que permite o armazenamento deste material por longos períodos”, explica. Este processo dispensou a necessidade de a pesquisadora deslocar-se até a região da Antártica. A análise foi realizada por Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES), em equipamento instalado no IO.
As espécies foram coletadas em quatro pontos da Baía do Almirantado. “Conseguimos analisar 65 organismos e amostras de sedimentos de cada um desses pontos, coletados durante os meses de novembro e dezembro de 2003”, conta Tailisi.

Organismo sentinela

Laternula elliptica: capaz de concentrar diversos contaminantes e sobreviver normalmente

Os estudos nos laboratórios permitiram a Tailisi indicar uma espécie, em particular, que funciona como o melhor biomonitor de metais pesados para aquela região. O molusco de nome Laternula elliptica é capaz de concentrar diversos contaminantes e sobreviver normalmente. “Além disso, a espécie é encontrada em abundância na Baía do Almirantado e tem pouca migração”, descreve.

Em relação às origens dos metais pesados, muitos são provenientes dos continentes de baixa latitude. “É o caso do mercúrio, por exemplo, que chega à região por meio da deposição atmosférica”, aponta. Já o cobre e o zinco, que apresentaram elevadas concentrações, segundo Tailisi, são essenciais a alguns organismos e estão presentes nas rochas do continente antártico. O estudo estabeleceu os níveis de arsênio, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, níquel, zinco, em amostras biológicas de diferentes níveis tróficos. “Estão todos em níveis que consideramos aceitáveis”, destaca.

Assim, Tailisi considera que o aspecto a se destacar em sua pesquisa é justamente o fato de ser um dos estudos pioneiros naquela região (Baía do Almirantado) devido à época da coleta, que foi em 2003, e que será importante como referência para estudos posteriores. A pesquisa foi orientada pelo professor Rubens César Lopes Figueira, do Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica do IO, e teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).