Flavio Hojaij diz que a educação e a conscientização são dois dos principais caminhos para o combate à doença
A prática do fumo e do consumo de álcool é importante fator de risco para o câncer de cabeça e pescoço
Leia MaisFlavio Hojaij diz que a educação e a conscientização são dois dos principais caminhos para o combate à doença
A prática do fumo e do consumo de álcool é importante fator de risco para o câncer de cabeça e pescoço
Leia MaisForam acompanhadas 50 mulheres em tratamento por transtornos alimentares: dessas, 38% apresentaram consumo problemático de bebida alcoólica e menor qualidade da alimentação, com baixo consumo de vegetais e frutas
Não existe consenso sobre a quantidade segura de consumo de álcool e nem sobre a dose padrão, mas é certo que a bebida alcoólica traz inúmeros malefícios a mulheres que sofrem de transtornos alimentares. Quanto maior a quantidade de álcool, menor será a qualidade dos alimentos consumidos. A conclusão é de uma dissertação de mestrado realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Foram avaliadas 50 mulheres, entre 18 e 59 anos, que estavam em tratamento de transtornos alimentares em serviços de assistência do Estado de São Paulo. Do grupo avaliado, 38% apresentaram consumo problemático de bebida alcoólica e baixa qualidade da alimentação, com pouca ingestão de vegetais e frutas. “O porcentual encontrado é quase três vezes mais do que entre mulheres da população brasileira [13,3%]”, relata ao Jornal da USP a nutricionista Lívia Dayane Sousa Azevedo, autora da pesquisa.
Leia MaisDe acordo com a pesquisa, dos que haviam ingerido álcool, 32% tinham sido vítimas decorrentes de acidentes de trânsito e 30,5% de homicídios.
O estudo usou registros de vítimas do IML de São Paulo, cruzando dados sobre idade, sexo e concentração de álcool no sangue.
Leia MaisNos dias 24 e 25/10, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Programa Institucional de Apoio a Pesquisas e Políticas Públicas sobre Álcool, Crack e outras Drogas (PACD) da Fiocruz promoverá o Seminário Internacional Álcool, Saúde e Sociedade. O encontro abordará os aspectos epidemiológicos, históricos e culturais do consumo de álcool, assim como as políticas públicas no Brasil e na América Latina.
Realizado no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o evento também tem como propósito discutir questões relacionadas às estratégias de marketing utilizadas pela indústria do álcool e a regulação do consumo, traçando um paralelo com a experiência de regulação do tabaco. Dentre os principais palestrantes estrangeiros, está o professor da Escola de Medicina da Universidade de Connecticut, Thomas Babor e a assessora sênior para álcool da Opas/OMS Maristela Monteiro. O encontro contará ainda com especialistas nacionais, com trabalhos ou estudos relacionados ao álcool e a outras drogas.
Leia MaisMuito se fala – e já se estudou – sobre a maneira como a ingestão de álcool influencia ações concretas do corpo humano, como o autocontrole ou o tempo de reflexo. Mas e a nossa personalidade? Será que ela também pode ser alterada com a bebida?
Rachel Winograd, psicóloga da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, acredita que sim. E vai além: ela descreve quatro tipos diferentes de “bêbados”, com base em experimentos realizados em seu laboratório.
“Sempre falamos da maneira como as pessoas ficam diferentes quando bebem – há os bêbados ‘alegres’ e os bêbados ‘chatos’. Mas não existia praticamente nada sobre isso na literatura científica”, afirma.
Por isso, ela convidou algumas centenas de estudantes para trazerem um amigo para um teste em seu laboratório. Os voluntários responderam questionários detalhados sobre como viam suas próprias personalidades e a de seus colegas, tanto em momentos de sobriedade como de embriaguez.
Através disso, ela pode examinar mudança em características como conscienciosidade, extroversão e amabilidade.
Em seguida, Winograd e seus colegas analisaram as respostas em busca de pontos em comum de características comportamentais, descobrindo quatro tipos distintos de “bêbados”, que eles batizaram de acordo com algumas personalidades famosos do cinema e da literatura.
O bêbado Ernest Hemingway, assim como o próprio escritor americano, mantém seu intelecto e sua capacidade de raciocinar mesmo com o consumo de álcool, e muda muito pouco quando se embriaga.
Já o tipo Mary Poppins é aquele bêbado alegre e agradável, mas que se mantém responsável durante toda a balada.
O Professor Aloprado começa a noite tímido, mas de repente se torna mais extrovertido e até um pouco “saidinho”.
Por fim, o bêbado Mr. Hyde (o personagem malvado do clássico O Médico e o Monstro) é aquele que se torna mais desagradável e irresponsável quanto mais bebe.
‘Olhos de cerveja’
É interessante notar que a maioria dos voluntários analisados por Winograd se revelou como sendo do tipo Ernest Hemingway, enquanto apenas 15% eram Mary Poppins.
Apesar de ter batizado as diferentes personalidades de maneira aparentemente frívola, Winograd acredita que a referência a ícones culturais pode ajudar sua pesquisa a atingir um público mais amplo.
“Não somos tão ingênuos a ponto de acreditar que essa classificação cobre todas as nuances”, afirma. “Mas trata-se de algo fácil de entender e que as pessoas podem reconhecer facilmente, aplicando a si mesmos ou a seus amigos e familiares quando interpretarem a pesquisa.”
O estudo mostrou ainda que a visão que um voluntário tinha de si mesmo acerca de seu comportamento quando embriagado raramente coincidia com a opinião de seu amigo.
Uma possível explicação pode ser o fato de nossos “olhos de cerveja” nos levam a pintar um retrato mais favorável de nós mesmos do que realmente nossos amigos veem.
Ou ainda, pode ser que percebamos melhor as mudanças em nós mesmos, algo que nossos amigos não percebem.
Também seria interessante analisar como o estado de embriaguez de uma pessoa muda de acordo com a situação. É perfeitamente normal ser o Professor Aloprado uma noite e Mr. Hyde na outra.
Para resolver essas questões, Winograd está trabalhando em experimentos para filmar estudantes enquanto começam a beber, para que especialistas independentes avaliem seu comportamento.
Enquanto isso, ela espera que seu projeto ajude as pessoas a pensarem de uma forma mais analítica sobre seus hábitos de bebida e os problemas que eles podem acarretar.
O serviço público de saúde do Reino Unido, o NHS, quer distribuir pílulas que visam diminuir o consumo de bebidas alcoólicas.
O remédio, chamado nalmefene, custa 3 libras (cerca de R$ 12) por comprimido e já está sendo receitado na Escócia.
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