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Fiocruz lança podcast sobre Direitos das Pessoas com Deficiência

O podcast Rolando os Dados, produzido pelo Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (Nippis) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e pela Unifase, será lançado na próxima segunda-feira (16/12). O objetivo é dar continuidade à disseminação de informações sobre os direitos humanos e as políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência no Brasil, um trabalho iniciado há três anos pelo programa Ecoar – Diálogos de Cidadania. Com esse novo formato, que amplia o alcance dessas discussões com conteúdo acessível e de fácil entendimento, busca-se promover o engajamento e a reflexão sobre a inclusão em diversas áreas da sociedade.

No episódio de estreia, o conceito de Controle Social será apresentado por Tuca Munhoz, abordando a importância da participação ativa das pessoas com deficiência nesse processo. A transformação do debate público e das políticas sociais por meio da inclusão e da representatividade será discutida, além de ser ressaltado o protagonismo como fundamental para o fortalecimento de espaços democráticos e a construção de uma sociedade mais justa e acessível.

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Debates apontam para novas redes de narrativas e de informação sobre o SUS

A defesa do SUS e do direito à comunicação e à informação como inerentes aos direitos à saúde foram pautas centrais das duas mesas realizadas no terceiro e último dia da 1ª Conferência Nacional Livre de Comunicação em Saúde. Pesquisadores e profissionais de diferentes áreas apontaram desafios estruturais como falta de marcos regulatórios, questões de financiamento e aspectos políticos conjunturais, mas também sinalizaram possibilidades de articulação e formação de novas redes de narrativas e de informação.

Sob a óptica do direito, a palestrante Élida Graziane, do Ministério Público de Contas de São Paulo foi bastante elucidadativa sobre a necessidade de mecanismos concretos de garantias de direitos fundamentais. “A gente precisa defender o direito à saúde não pelo viés atomizado, individualizado, mas pensando no sistema como um todo e amparados pelas suas garantias fundamentais”, alertou.

Para ela, uma dessas garantias é a questão do financiamento do Sistema Único de Saúde, já estabelecido pela Constituição de 1988, mas que ainda apresenta diversos entraves de aplicação nas esferas federal, estadual e municipal. “A democracia real passa pelo orçamento”, afirmou a palestrante, salientando que são as definições orçamentárias que impactam o futuro das políticas sociais.

Na mesma mesa, cuja sessão foi chamada ‘Informação em saúde como direito’, Rodrigo Murtinho, vice-diretor de comunicação e informação do Icict, fez um panorama sobre a centralidade da informação e da comunicaçao no campo político ao longo das últimas décadas Ao iniciar sua apresentação, saudou a Conferência como um marco histórico. “Idéias que integram a comunicação ao direito e à cidadania sempre estiveram presentes de alguma forma nas discussões desde a 8ª Conferência Nacional de Saúde, mas esse encontro sempre foi uma demanda do setor”, apontou.

Após uma delimitação conceitual, Murtinho destacou pontos importantes que estão presentes nos documentos resultantes da articulação sobre comunicação da 15ª Conferência Nacional de Saúde e da carta trazida pelos participantes da Pré-Conferência Nacional Livre de Comunicação e Saúde. Dentre os pontos destacados estão o resgate do conceito público de comunicação, a democratização do meios de comunicação, o controle social, especialmente diante de temas como a propaganda de produtos que afetam diretamente a saúde das populações, e uma comunicação do Sistema Único de Saúde.

A sessão contou ainda com o jornalista Leandro Fortes, do Conselho Nacional de Saúde e um dos organizadores do evento. “Daqui, nós temos que tirar o ponto básico para iniciar essa contranarrativa”, defendeu o comunicador, lembrando de uma série de ataques e preconceitos que impregnam parte da comunicação sobre o sistema de saúde público brasileiro, em especial dos grandes meios de comunicação, que foi também o tema da palestra de encerramento da Conferência, proferida pela jornalista Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação.

Os debates intensos realizados ao longo dos três dias de conferência estarão em relatório posterior do Conselho Nacional de Saúde, que irá encaminhar propostas a partir dos próximos encontros entre seus membros. Iniciativas de construção de redes e parcerias foram sugeridas por profissionais de comunicação, por meio de articulações com coletivos e entidades como Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), dentre outras.

Rodrigo Murtinho, vice-diretor Comunicação e Informação do Icict, na sessão “Informação em saúde como direito”. Ao seu lado direito, Élida Graziane, do Ministério Público de Contas de São Paulo, o jornalista Leandro Fortes, do Conselho Nacional de Saúde – Foto: André Bezerra (Ascom – Icict/Fiocruz)

Entidades organizam marcha para pedir aprovação de projeto que aumenta recursos para saúde

Preocupado com os rumos do debate sobre o financiamento da saúde no Brasil, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), junto com outras entidades, está programando uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para pressionar parlamentares a aprovar o projeto de lei de iniciativa popular que obriga a União a destinar, anualmente, o mínimo de 10% da receita corrente bruta para a saúde. A expectativa, segundo a presidenta do CNS, Maria do Socorro de Souza, é reunir 5 mil pessoas durante a mobilização, que deve ocorrer em 30 de outubro.

“Vamos às ruas em uma ação nacional que terá representação de todos os estados. Nosso objetivo é lançar uma campanha em defesa do Sistema Único de Saúde [SUS], cuja principal bandeira será o seu financiamento. Vamos para o Congresso Nacional para pressionar os parlamentares, com disposição para o diálogo, claro. Mas acreditamos que a pressão popular tem papel fundamental nessa questão”, disse.

A limitação dos recursos destinados ao setor foi apontada por especialistas que participaram na semana passada de seminário, organizado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), como um dos principais gargalos para a concretização de princípios do SUS, entre eles a oferta de serviços de qualidade de forma integral. Na próxima quarta-feira (2) parlamentares também vão discutir o tema e podem avançar para solucionar o impasse.

No mês passado, mais de 800 mil assinaturas em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular que traz a proposta de destinação dos 10% da receita bruta foram entregues ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A medida é considerada inviável pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Como alternativa, o governo sinalizou, na semana passada, que pretende destinar 15% da receita corrente líquida para a área. Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a intenção é incluir uma emenda na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, em tramitação no Senado. A receita corrente líquida da União é a soma de todas as receitas do governo federal com tributos e contribuições, excluídas as transferências constitucionais para estados e municípios.

Veja a reportagem especial da Agência Brasil sobre a situação da saúde no país.

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Ministro da Saúde apresenta balanço no Conselho Nacional de Saúde (CNS)

Cumprimento de prazos máximos para atender usuários de planos e justificativas por escrito para negativas de cobertura são exigências feitas às operadoras

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou nesta quinta-feira (14) um balanço das ações do ministério no setor de saúde suplementar para garantir a qualidade dos serviços e defender seus usuários. Durante a exposição, em reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília, também pontuou a agenda regulatória do setor para o período 2013/2014.

Entre os avanços obtidos com a regulação do setor, está a implementação da avaliação que monitora desde 2012 o cumprimento por parte das operadoras de planos de saúde do tempo máximo para marcação de consultas, exames e cirurgias. No ano passado, 364 planos de 54 operadoras tiveram suas vendas suspensas temporariamente por descumprirem a regra.

“É importante discutir a saúde suplementar porque estamos falando do direito de 62 milhões de brasileiros que possuem planos de saúde. Estamos em busca de medidas cada vez mais eficazes para garantir uma cobertura ampla, mais qualidade de atendimento, com menor tempo de espera. Este ano, além do tempo máximo para atendimento, vamos monitorar também as negativas de cobertura”, ressaltou Padilha.

Em relação à agenda regulatória, o ministro citou os sete eixos temáticos: a sustentabilidade do setor, a garantia de acesso e qualidade assistencial, o relacionamento entre operadoras e prestadores, o incentivo à concorrência, a garantia de acesso à informação, a integração da saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a governança regulatória.

O ministro respondeu às dúvidas dos conselheiros do CNS, que questionaram sobre desoneração do setor. “Não há qualquer discussão nesse sentido. Não existe nenhuma discussão ou movimentação do governo federal para reduzir a importância, a força e o papel do SUS”, reforçou.

MEDIDAS – Na última semana, foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução Normativa que obriga as operadoras a justificarem por escrito, e em até 48h, as negativas de cobertura.Para tanto, o usuário deve solicitá-la. A justificativa deve indicar a cláusula contratual ou dispositivo legal para a negativa.

Há uma série de avanços. Em 2012, 78% das reclamações referentes à questão da cobertura dos planos de saúde foram resolvidas em até 10 dias úteis por mediação de conflito, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde. Houve ainda a aprovação de lei que proíbe a exigência de cheque-caução para atendimento de usuários de planos em urgências e emergências de pronto-socorros.

O ministro ainda lembrou o ressarcimento recorde ao SUS pelas operadoras de saúde, por serviços prestados na rede pública de saúde a seus usuários. Foram ressarcidos R$ 154,4 milhões nos últimos dois anos – 24% a mais que o total dos 10 anos anteriores somados.

“Nós entendemos que é necessário discutir a regulação da saúde suplementar no SUS, mas que isso não signifique transferência de recursos públicos para o setor privado da saúde. A vinda do ministro legitima e reforça o papel do Conselho Nacional de Saúde como esfera legítima para esse debate”, ponderou a presidente do CNS, Maria do Socorro de Souza.