Quando nos dizem que vamos pegar uma gripe, a primeira coisa em que pensamos são nos sintomas físicos: dores musculares, tosse e febre. No entanto, o que realmente nos faz sentir mal é o cansaço extremo, a apatia, a irritabilidade e aquela névoa mental que parece que vai permanecer para sempre.
Este conjunto de sintomas é conhecido como comportamento de doença — e, embora desagradável, tem uma finalidade importante.
Leia MaisCovid: exames de imagem revelam como infecção por coronavírus pode alterar o cérebro
Cientistas encontraram diferenças significativas em exames de ressonância magnética realizados em pacientes antes e depois da infecção.
Mesmo após uma infecção leve, o tamanho geral do cérebro havia encolhido um pouco, com menos massa cinzenta nas partes relacionadas ao olfato e à memória.
Leia MaisSARS-CoV-2 aumenta o gasto energético de células do cérebro para se replicar
Alterações de memória recente e confusão mental estão entre as sequelas neurológicas mais comuns da COVID-19. E experimentos com hamsters conduzidos na Universidade de São Paulo (USP) podem ajudar a entender como esses sintomas surgem e talvez até indicar um caminho para combatê-los.
A pesquisa foi conduzida com os animais vivos e também com astrócitos isolados do sistema nervoso central dos roedores e cultivados in vitro. Os resultados sugerem que a infecção pelo SARS-CoV-2 acelera o metabolismo dessas células nervosas e aumenta o consumo de moléculas usadas na geração de energia, como a glicose e o aminoácido glutamina.
Leia MaisEstudo avalia comprometimento da memória em epilepsia
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM) da USP analisou os efeitos na memória em pacientes que sofrem de epilepsia de difícil controle. Os resultados apontaram que as crises, ainda que originais de um lado do cérebro, afetam ambos os lados do órgão, comprometendo a memória verbal e não verbal das pessoas.
O estudo do médico Lecio Figueira Pinto avaliou pacientes com epilepsia, acompanhados no Hospital das Clínicas (HC) da FM. Dessa população, foram escolhidos aqueles que apresentam a chamada esclerose de hipocampo, uma lesão cortical dessa área cerebral que é a causa mais frequente de epilepsia de difícil controle. Para o pesquisador, esse tipo de epilepsia consiste um bom modelo de estudo, pois os pacientes “apresentam crises que afetam uma parte do cérebro chamada lobo temporal, mais especificamente o hipocampo, parte crucial nos processos cognitivos, em especial a memória, o que o torna uma estrutura chave para que as informações sejam armazenadas e, posteriormente, recordadas”.
Leia Mais