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Pesquisa inédita da Fiocruz detecta contaminação por cocaína em tubarões

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) detectou, pela primeira vez no mundo, a contaminação de tubarões por cocaína e seu metabólito, a benzoilecgonia. O dado chama atenção para a alta quantidade da droga que é consumida na cidade e descartada no mar via esgoto sanitário. Conduzido pelo Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC, o estudo identificou a presença de cocaína em 13 animais da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente conhecida como “tubarão-bico-fino-brasileiro”, “cação rola rola” ou “cação-frango”. Os resultados foram publicados na revista científica Science of The Total Environment.

O principal metabólito da substância, a benzoilecgonina, resultante da metabolização da cocaína no organismo, foi encontrada em 12 destes animais. As coletas foram realizadas no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre setembro de 2021 e agosto de 2023, como parte de um esforço para avaliação da saúde ambiental, com foco em acompanhar mudanças no ambiente, sejam ocorridas de forma natural ou a partir da interferência humana – e seus impactos sobre as diversas formas de vida marinha.

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Drogas comprometem cuidados com saúde de usuários

As drogas comprometem todos os aspectos da vida dos usuários. Mas, interfere, principalmente, na percepção que essas pessoas têm sobre a sua saúde atual. A capacidade de alcançar e manter um bom nível de funcionamento, nestas pessoas, é afetada; não conseguem realizar os cuidados necessários para manter ou promover a saúde, nem seguir as atividades da vida que consideram importantes. Todos esses aspectos comprometem o estado de bem-estar e estão atrelados à qualidade de vida, é o que mostra estudo da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, realizado por Natália Priolli Jora. A pesquisa, que avaliou grupos de usuários de crack, de cocaína e de múltiplas drogas, revelou que a qualidade de vida é prejudicada pelo uso das drogas e afetam de maneira igual os problemas de saúde física, psicológica e social desses indivíduos.

Esse fato, diz a pesquisadora Natália Priolli Jora, surpreendeu, uma vez que o esperado era que a qualidade de vida dos usuários de crack ou pelo menos a dos de múltiplas drogas estivesse muito mais prejudicada, pois “esses usuários andam na contramão dos cuidados de saúde, ou seja, se cuidam muito pouco”. Entretanto, o estudo revelou que os usuários de crack apresentaram problemas muito mais graves relacionados ao trabalho, família e com a justiça.

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AEME tem papel atuante para a dependência de crack

O crack é a mistura de pasta bruta de cocaína, bicarbonato de sódio e água. Ao fumarem a droga, os usuários inalam não apenas a cocaína, mas também a metilecgonidina (AEME), um sobproduto derivado da queima da droga. Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP traz alguns resultados que ajudam a entender o papel que a AEME exerce nos mecanismos de dependência do crack e poderá ajudar na criação de novas estratégias para o tratamento do vício.

De acordo com o farmacêutico Raphael Caio Tamborelli Garcia, a cocaína inibe a recaptação da dopamina, neurotransmissor responsável por sensações como euforia, prazer e atividade motora. “O crack é uma das formas mais devastadoras de uso de cocaína, porque após o efeito desejado, que é a euforia, o usuário sente a necessidade de usar a droga de novo”, afirma. Ele explica que no ciclo normal do neurotransmissor, a dopamina ou é recaptada e volta para o ciclo, ou é metabolizada por enzimas após sua ação. “A cocaína impede essa recaptura”, diz. A pesquisa teve orientação da professora Tania Marcourakis, da FCF, e coorientação da pesquisadora Maria Regina Lopes Sandoval, do Instituto Butantan.

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Estudo traça perfil de dependente químico em Ribeirão Preto

Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP com usuários dependentes de crack ou cocaína revela que o simples fato de ver pessoas consumindo álcool ou outras drogas pode favorecer a recaída. O estudo foi realizado no primeiro semestre de 2012 com pessoas que buscam tratamento no Centro de Atenção Psicossocial a álcool e drogas (CAPSad) de Ribeirão Preto e traz resultados que podem subsidiar as ações dos profissionais de saúde que realizam atendimentos e contribuir para uma assistência de qualidade e mais efetiva.

Foram entrevistadas 95 pessoas por meio de questionários sobre o padrão de consumo do crack e cocaína; a gravidade do problema em relação ao uso dessas drogas, bem como o uso do álcool e suas consequências para o organismo; família; trabalho e justiça. Com base nas respostas, a enfermeira Josélia Benedita Carneiro Domingues Rocci, a autora da pesquisa, conseguiu traçar o perfil do usuário dessas drogas que chegam para tratamento no CAPSad de Ribeirão Preto.

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