A subida do nível do mar, as inundações e a intensificação das ondas de calor ameaçam as cidades costeiras em todo o mundo, diz relatório provisório do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (IPCC, na sigla em inglês).
De Bombaim a Miami, Daca ou Veneza, essas cidades e os seus milhões de habitantes que vivem na foz dos estuários ou nas linhas sinuosas da costa estão “na linha da frente” da crise climática, que corre o risco de redesenhar os mapas dos continentes, afirma o documento.
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Eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas, fortes tempestades e ondas de calor ou frio intenso, devem se tornar mais frequentes à medida que a temperatura do planeta se eleva – o que poderá impactar a disponibilidade dos recursos hídricos nos grandes centros urbanos brasileiros.
A avaliação foi feita pelo pesquisador Humberto Ribeiro da Rocha, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP), durante palestra apresentada no terceiro encontro do Ciclo de Conferências 2014 do programa BIOTA-FAPESP Educação, realizado no dia 24 de abril, em São Paulo.
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O período em que o mosquito transmissor fica mais ativo acaba em maio na maior parte do país, quando em geral chove menos. Mas como o clima é diferente no Nordeste, mais chuvoso em junho e julho, o surto pode coincidir com o Mundial. Para especialistas, as cidades com mais risco são Natal, Fortaleza e Salvador.
Em dezembro, quando o pesquisador britânico especialista em dengue Simon Hay havia alertado para o risco maior da deonça no Nordeste durante o Mundial, o Ministério da Saúde minimizou o problema.
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Com as pancadas de chuva que estão chegando ao Rio de Janeiro nesta semana e as altas temperaturas, a população deve redobrar a atenção no combate à dengue. “Esta é uma semana crucial, porque milhares e milhares de ovos de Aedes aegypti que estavam nas casas das pessoas estão se transformando em larvas e, em uma semana, terão se transformado em milhares de mosquitos aptos a transmitir a doença”, alerta o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Ricardo Lourenço. “A ação da população é fundamental durante todo o ano, com vistorias semanais em suas casas e quintais. Especialmente nesta semana de início de chuvas a atuação precisa ser intensificada”, afirma o entomologista.
Além de caixas d’água completamente vedadas, Ricardo chama atenção para a vistoria de criadouros menos evidentes, como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de ar-condicionado e de geladeiras, vasos sanitários desativados ou pouco usados, entre outros.
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O relatório mostra que, embora futuras compensações sobre o uso da água vão existir e deverão ser negociadas e discutidas entre os usuários, estratégias de alocação mais flexíveis poderiam tornar o setor de água no Nordeste brasileiro menos vulnerável aos impactos da demanda e das mudanças climáticas.
Leia MaisSeca no semiárido deve se agravar nos próximos anos
Os problemas de seca prolongada registrados atualmente no semiárido brasileiro devem se agravar ainda mais nos próximos anos por causa das mudanças climáticas globais. Por isso, é preciso executar ações urgentes de adaptação e mitigação desses impactos e repensar os tipos de atividades econômicas que podem ser desenvolvidas na região.
A avaliação foi feita por pesquisadores que participaram das discussões sobre desenvolvimento regional e desastres naturais realizadas no dia 10 de setembro durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima).
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