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Cirurgia que altera cor do olho tem uso restrito para pessoas cegas

Pigmentação da córnea é um procedimento de alto risco, alerta CBO

A cirurgia que permite a mudança da cor dos olhos por meio da pigmentação da córnea é um procedimento de alto risco, com resultados irreversíveis e estritamente indicada para pacientes com cegueira permanente ou com baixa visão extrema, com o objetivo de melhorar a aparência dos olhos.

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Imagem de um olho – Foto: Pixabay

Doenças evitáveis são importantes causas de deficiência visual intratável

Cientistas identificaram as principais causas entre idosos e crianças atendidas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto com baixa visão funcional

Estudos globais indicam que o número de pessoas com baixa visão funcional, caracterizada por uma deficiência visual intratável, está aumentando. Com o objetivo de traçar o perfil dos pacientes com a condição, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP avaliaram os prontuários médicos de pessoas atendidas no Centro de Reabilitação (CER) do Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP) entre 2009 e 2017.

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Foto: Paul Diaconu – Pixabay

Número de cirurgias de catarata feitas na América Latina é insuficiente para demanda

A catarata, doença caracterizada pela perda de transparência na lente natural do olho, é a principal causa de cegueira no Brasil e no mundo. 

Artigo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto traz análise de pesquisas sobre catarata como causa de cegueira e deficiência visual e aponta desigualdades na cobertura cirúrgica.

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Ministério elabora diretrizes para saúde ocular na infância

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem aproximadamente 1,4 milhão de crianças com deficiência visual no mundo, sendo que cerca de 90% vivem em países em desenvolvimento ou muito pobres. Com o objetivo de oferecer orientações às equipes multiprofissionais para o cuidado da saúde ocular da criança e identificação dos fatores de risco abrangendo o pré-natal, neonatal, até o final da infância, a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde (MS), com colaboração da Área Técnica Saúde da Criança e Aleitamento Materno/Dapes/SAS/MS, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaboraram as Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e intervenção precoce para a prevenção de deficiências visuais.

O trabalho contou com a colaboração de Andrea Araújo Zin, pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Célia Regina Nakanami, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), Enia Maluf Amui e Ione Maria Fonseca de Melo do MS, Liana Oliveira Ventura, da Fundação Altino Ventura e Nicole Gianini da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMSRJ). “A visão é um dos mais importantes sentidos no desenvolvimento físico e cognitivo normal da criança, por isso é importante destacar que o cuidado com a saúde visual deve começar no pré-natal, identificando infecções congênitas, como toxoplasmose, herpes, citomegalovírus, sífilis e outros. O desenvolvimento motor e a capacidade de comunicação são prejudicados na criança com deficiência visual porque gestos e condutas sociais são aprendidos pelo feedback visual. O diagnóstico precoce de doenças, um tratamento efetivo e um programa de estimulação visual precoce podem permitir que a criança tenha uma integração maior com seu meio”, explicou Andrea Araújo Zin.

A OMS classifica a deficiência visual em categorias que incluem desde a perda visual leve até a ausência total de visão e baseia-se em valores quantitativos de acuidade visual e/ou do campo visual para definir clinicamente a cegueira e a baixa visão. “Já se sabe que a pessoa com deficiência visual, cegueira ou baixa visão, tem prejuízo da sua função visual mesmo após tratamentos clínicos e/ou cirúrgicos e uso de correção óptica. Além disso, a sua capacidade para realizar atividades e tarefas diárias com a visão funcional, também é comprometida”, esclareceu a pesquisadora.

Andrea Zin enfatiza que a deficiência visual na infância e suas consequências provocam grande impacto quando se calcula o número de anos vividos com cegueira ou baixa visão, com maiores chances de atraso no desenvolvimento físico, neuropsicomotor, educacional, econômico e na qualidade de vida. “Como a visão é uma função neurológica e a criança a desenvolve rapidamente nos primeiros anos de vida, o diagnóstico e intervenção precoces para os casos que possuem tratamento, tais como, catarata, glaucoma, erro refrativo e para os que precisam de habilitação aumentam as chances de a criança aperfeiçoar as habilidades motoras e o desenvolvimento cognitivo. Para que isso seja possível, é preciso um cuidado multidisciplinar com todos os profissionais que acompanham a mulher desde antes do nascimento até os primeiros anos de vida do bebê”, finaliza.

Confira as diretrizes do Ministério da Saúde.

Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo

Neuropatia óptica caracterizada pela perda progressiva do campo visual, o glaucoma representa hoje 12,3% dos casos de cegueira no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, estima-se em cerca de 1 milhão os casos da doença, com incidência de 2 e 3% na população acima de 40 anos, de acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Dos cerca de 1 milhão de glaucomatosos, 50% ou mais não sabem que são portadores da doença. A estimativa é que até 2020 o glaucoma deverá atingir  80 milhões de pessoas em todo o mundo.

Ao contrário do que ocorre com a  catarata, a cegueira provocada pelo glaucoma é irreversível – e silenciosa, pois a forma mais comum da doença não apresenta sintomas. “A pessoa não se apercebe, a não ser quando já perdeu 90% de seu nervo óptico”, revela o oftalmologista Remo Susanna Jr., titular da disciplina de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. O nervo óptico – que tem cerca de 1 milhão de fibras nervosas – é que faz a comunicação entre o olho e o cérebro, explica o médico.  É ele que leva a imagem que o olho capta para o cérebro interpretar. Ao ser danificado por conta do glaucoma, essa comunicação é interrompida, ou seja, “o indivíduo tem o olho normal, tem o cérebro perfeito, mas eles não se falam, e o indivíduo fica cego por causa dessa lesão no nervo óptico”.

 

Close de um glaucoma – Foto: Divulgação / EBC

 

Ao contrário do que se pensava no passado, o glaucoma é uma doença do nervo óptico, nada tendo a ver com a pressão ocular, pois há casos de instalação da doença mesmo quando a pressão do olho está baixa. “É uma doença do nervo, depende da resistência dele à pressão ocular”, explica o dr. Susanna Jr. Geralmente, a moléstia aparece a partir dos 45 anos – a incidência aumenta na medida em que se fica mais velho. A partir dos 70 anos, a incidência da doença sobe para 10%.

O doutor Susanna Jr. revela que casos de glaucoma possuem um componente hereditário importante. Não por acaso, portanto, pessoas com parentes glaucomatosos apresentam chances até dez vezes maiores de desenvolver a doença. Por isso, é importante que todo ano façam visitas periódicas ao oftalmologista, pois é a única forma que se conhece de detectar o glaucoma e tratá-lo. O oftalmologista dá uma dica importante: sempre perguntar ao médico sobre a pressão do olho e – ainda mais importante – a respeito de como está o nervo óptico.

 

Foto: National Eye Institute, National Institutes of Health / Public Domain via Wikimedia Commons

 

Para quem não tem casos da doença na família, uma visita ao oftalmologista no mínimo a cada dois anos é suficiente. Uma vez detectada, a moléstia é tratada com colírios – caso isso não funcione, apela-se para o laser. De 10% a 15% dos pacientes que ficam cegos devido ao glaucoma não aplicaram o colírio corretamente. Também há casos em que a cirurgia é indicada, assim como a colocação de implantes no olho. O dr. Susanna Jr. esclarece que já existe um implante totalmente nacional, a um custo menor do que o existente nos EUA.

No Brasil, a preocupação com a doença é tanta que, em 26 de maio passado, comemorou-se  o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Já nos Estados Unidos, uma pesquisa deixou claro que os dois maiores temores da sociedade são: desenvolver um câncer incurável e perder a visão.

Glaucoma está entre as principais causas de cegueira

Começa com uma perda na visão periférica. Essa perda muitas vezes não é perceptível, pois a visão central, que é onde focamos os objetos, continua normal. Se não for tratado, o glaucoma vai se agravando até que a pessoa passe a enxergar como se estivesse olhando por um cano. É o chamado campo visual tubular. Com o agravamento da doença, a pessoa pode ficar completamente cega. O glaucoma é uma das principais causas de cegueira em todo o mundo.

Foi assim que perderam a visão a mãe e o avô de Nadja Alves Massa, aposentada de 68 anos que reside no Distrito Federal. Ela está com o diagnóstico de glaucoma há 10 anos. “Comecei a ter dificuldade para ler, então fui ao oftalmologista”, relata Nadja. “A gente sente muita dor no globo ocular causada pela inflamação do nervo óptico. Além de sentir um cansaço na vista e dor de cabeça”, explica a aposentada.

Mesmo com os casos de glaucoma na família, dona Nadja não seguia o tratamento como deveria. Ela não costumava usar os colírios para controlar a doença e evitar a perda da visão. Achava que com ela seria diferente, e só veio a se preocupar de verdade quando a mãe perdeu a visão, pouco antes de morrer. Hoje, Nadja tenta evitar a perda do restante da visão com o uso de colírios.

Apesar de não ter uma causa específica, a hereditariedade é um fator de risco importante no caso do glaucoma. E quem perdeu parte da visão não recupera mais. Por isso a importância em descobrir o diagnóstico desde cedo para evitar as complicações. “O médico disse que já perdi 40% da visão do olho esquerdo, além de boa parte da visão periférica”, explica Nadja.

A doença – O glaucoma é uma neuropatia do nervo óptico, que causa sua inflamação, sendo crônica e sem cura. A doença costuma atingir principalmente as pessoas mais velhas, negras e com casos em parentes próximos. Porém, não se restringe a esses casos e todos devem fazer um acompanhamento oftalmológico regular, desde criança, principalmente com o avançar da idade.

O médico oftalmologista Mizael Augusto Pinto, do Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro, recomenda que as consultas sejam feita especificamente com um médico oftalmologista, e não com técnicos de ópticas que medem a pressão ocular. “Não é só medir a pressão ocular, tem que fazer o exame do fundo de olho, além de outros exames que possam acusar a doença”, explica Mizael. Ele lembra que a pressão ocular é um fator importante para determinar o glaucoma, mas existem casos em que a doença aparece mesmo sem a pressão ocular elevada.

Farmácia Popular – O programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde fornece medicamentos com até 90% de desconto para o tratamento de doenças como glaucoma, colesterol, rinite, osteoporose, doença de Parkinson, dislipidemia, anticoncepção e fraldas geriátricas. Além de medicamentos gratuitos para o tratamento de asma, hipertensão e diabetes.

Para retirar os medicamentos, basta apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica dentro do prazo de validade. Para proporcionar mais opções ao paciente no momento de retirar o medicamento, importante a prescrição tenha o nome do princípio ativo.