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Estudo revela alta letalidade de cânceres relacionados ao tabaco

Dados são do estudo Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão

Mais da metade dos pacientes diagnosticados com alguns tipos de câncer tabaco-relacionados no Brasil não sobrevivem à doença. Em alguns casos, a letalidade chega a mais de 80%, como o câncer de esôfago. A lista inclui ainda cânceres de cavidade oral, estômago, cólon e reto, laringe, colo do útero e bexiga.

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Mais da metade dos partos cesáreos são marcados com antecedência

Pelo sistema privado o percentual foi de 74,16% e no Sistema Único de Saúde, foram 35,79% mulheres que tiveram os partos agendados ainda no pré-natal

O Ministério da Saúde identificou, por meio da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), um dado preocupante. Mais da metade dos partos cesáreos realizados nos País são agendados ainda no pré-natal. A PNS, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 53,5% dos partos foram marcados com antecedência, ainda durante o pré-natal, e que mais da metade (55,3%) foram cirurgias cesarianas. No Sistema Único de Saúde (SUS), 35,79% agendaram o parto cesáreo e no sistema privado, 74,16%.

Com relação à instrução das mulheres submetidas ao parto cirúrgico, mais da metade (56,1%) têm ensino fundamental completo, e 38,3% sem instrução e fundamental incompleto. Para quem fez o parto vaginal, 65,3% não tinham instrução e ou nível fundamental incompleto e 39,3%, tinham nível escolar fundamental completo.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressalta que “as cirurgias cesarianas agendadas, feitas sem a indicação técnica adequada, sem que a mulher sequer entre em trabalho de parto, aumentam a probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplicam o risco de morte materna”. A recomendação do Ministério da Saúde é que a forma de nascimento seja decidida, de forma conjunta, entre a mulher e o profissional de saúde (médico, enfermeira obstetra, obstetriz).

Incentivo ao parto normal

Por meio da estratégia Rede Cegonha, lançada em 2011, o governo federal tem incentivado o parto normal humanizado e intensificado a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente, integram a estratégia 5.488 municípios aderidos das 27 Unidades Federativas. Dos 2.905.789 partos no Brasil em 2012, 55,6% foram por cesarianas. Já dos 1.877.505 partos no SUS, 40% foram por cesarianas. Dos 502.812 partos realizados na saúde suplementar, 84,6% foram por cesarianas. O Ministério da Saúde já destinou R$ 3,1 bilhões para o desenvolvimento de ações do Rede Cegonha (do total de R$ 9,4 bilhões).

A Pesquisa estimou em 13 anos a idade média da primeira menstruação, sem distinção entre as Grandes Regiões do País. Contatou-se que do total de mulheres de 18 a 49 anos, sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 61,1% fez uso de métodos anticoncepcionais, 69,2% ficaram grávidas alguma vez na vida e a idade média da primeira gravidez foi de 21 anos. O SUS garante o acesso a vasectomias e a laqueaduras, além da compra e distribuição gratuita de diversos métodos contraceptivos. De 2011 a 2015, foram distribuídos 2,4 bilhões de preservativos masculinos, 77,6 milhões de cartelas de pílulas combinadas, 1,4 milhão de unidades de DIU, entre outros métodos.

Acompanhamento

Cerca de 83,7% das grávidas entrevistadas para a pesquisa, iniciaram o pré-natal em menos de 13 semanas de gestação e 87,8% tiveram seis ou mais consultas. E ainda 69,2% declararam ter recebido orientação sobre sinais de risco na gravidez; 82,4% tiveram orientação sobre aleitamento materno; 74,9% foram informadas sobre o serviço de saúde a que deveriam ir ao momento do parto e 97,9% tiveram o último parto em hospital ou maternidade (menor percentual na região Norte, 75,6%, e maior na Sul, 99,7%).

Questionadas pelos exames realizados durante o pré-natal, 97,3% das gestantes declararam ter feito exame de sangue; 88,8% informaram que foi solicitado exame de HIV; 98,1% realizaram exame de urina e 97,7% fizeram ao menos um exame de ultrassonografia.

Em 2014 foram realizadas mais de 20 milhões de consultas de pré-natal pelo SUS, o que representa aumento de 105% em relação a 2003 (9,7 milhões de consultas). Em 2013, foram 18.971.888 consultas. Em 2012, 18.096.326. Para fazer o pré-natal, a mulher deve se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Atualmente, o Brasil possui 40.749 UBS.

Câncer do colo do útero e de mama

Estima-se que 79,4% das mulheres de 25 a 64 anos fizeram exame preventivo para câncer de colo de útero nos últimos três anos, com maior proporção na região Sul (83,0%) e menor a Nordeste (75,1%). Dentre as que não fizeram o exame, 45,6% declararam não achar necessário, 20,7% nunca haviam sido orientadas nesse sentido, e 9,7% declararam ter vergonha de fazê-lo.

O exame preventivo, conhecido como Papanicolau, favorece o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero, além de outras infecções que precisam ser tratadas. Se diagnosticado na fase inicial, as chances de cura podem atingir resultados muito satisfatórios. A recomendação do Ministério da Saúde é de que toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico. Em 2014 foram realizados 9,3 milhões de exames Papanicolau. Para isso, o Ministério da Saúde repassou R$ 65,5 milhões aos estados e municípios.

Segundo a PNS, 60% das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia nos últimos dois anos anteriores à pesquisa, com maior proporção na região Sudeste (67,9%), entre brancas (66,2%) e com ensino superior completo (80,9%). As menores proporções foram em mulheres pretas (54,2%), pardas (52,9%) e sem instrução ou com fundamental incompleto (50,9%). Em 2014, no geral, foram realizadas 4,3 milhões de mamografias, 41,8% a mais em relação a 2010, quando foram registrados 3 milhões de exames. Considerando a faixa prioritária o aumento foi de 61,9%, passando de 1,5 milhão para 2,5 milhões de mamografias. Em 2014, foram investidos R$ 194 milhões.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo Freitas-Junior, o acesso ao exame melhorou muito no País nos últimos anos, mas ainda está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 70% das mulheres nessa faixa etária fazendo mamografia periodicamente.

“Além disso, a qualidade do exame é fundamental. Com o Programa Nacional de Mamografia funcionando na maioria das cidades, tenho certeza que nossos índices de mortalidade vão cair nos próximos anos”, comentou Freitas-Junior, ao destacar a importância do acesso ao tratamento adequado do câncer de mama em todo o território nacional. “Acredito que com tudo isso em um futuro próximo estaremos ao lado de países como Estados Unidos e Inglaterra, mostrando redução da mortalidade por câncer de mama, que ainda é alta no Brasil”, disse.

Pesquisa

PNS foi realizada em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. Para dos dados antropométricos e pressão arterial, um morador foi selecionado; para saúde da mulher, foram aquelas de 18 anos ou mais e para saúde das crianças de menos de dois anos de idade, a mãe respondeu. O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil.

Fonte:

Ministério da Saúde e Agência Brasil.

Saiba mais sobre o papanicolau que é fundamental para evitar o avanço do câncer do colo do útero

O HPV é um vírus transmitido pela relação sexual que pode provocar o câncer do colo do útero. Para evitar a doença que mata 14 pessoas por dia no Brasil, as mulheres com idade de 25 a 64 anos devem fazer exame de Papanicolau frequentemente.

De acordo com a coordenadora geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Patrícia Chueiri, apenas pelo exame é possível diagnosticar precocemente a presença do vírus HPV e, assim, evitar o câncer do colo do útero.”O exame do Papanicolau ele é um exame simples, em geral é indolor, e o tratamento depende do tratamento que tem que fazer, mas o exame do Papanicolau pode detectar vários tipos de lesões. Esse tratamento, dependendo da lesão, ele pode ser feito ou na própria unidade de atenção básica, ou em um ambulatório de atenção especializada.”

A bancária de 38 anos que prefere não ser identificada, sabe bem disso. Ela conta que descobriu que tinha HPV apenas em 2007 e, por sorte, conseguiu combater o problema antes que o vírus provocasse o câncer.”Em 2007, eu fiz o exame Papanicolau. Hoje eu tenho 38 anos, mas na época, eu não fazia o exame periodicamente. Quando eu fiz o exame em 2007, detectou o vírus. Então assim, eu não sei se eu tive sorte, e não apareceu mais o vírus em mim. O Papanicolau ele é extremamente necessário para precaução e evitar, evitar o vírus, porque ele é o causador do câncer de colo de útero.”

 

A bancária completa ainda que a experiência de ter que enfrentar um combate contra o HPV fez com que ela levasse a filha adolescente para ser vacinada contra a doença. “Pelo fato de ter ocorrido comigo, eu já levei a minha filha para tomar essa vacina. Eu sou uma mãe, por exemplo, minha filha já está imune, porque o HPV é o vírus que causa o câncer de colo de útero.

Mas a coordenadora geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, Patrícia Chueiri, alerta que a vacina contra o HPV não substitui o exame Papanicolau.”Independente da introdução da vacina do HPV no calendário vacinal de criança e adolescente, realizar o exame de papanicolau continua tendo a mesma importância para a gente diagnosticar as lesões percussoras do câncer de colo de útero. Mesmo quem não participou e não tomou a vacina, e quem tomou, deve continuar realizando os exames segundo orientação do ministério, fazendo o rastreamento de forma adequada. O que é o rastreamento? Procurar sua unidade básica de saúde e verificar se está no momento de fazer um novo exame com a periodicidade que a gente recomenda. Esse é o melhor jeito de evitar o câncer de colo de útero.”

O exame Papanicolau pode ser realizado pelo SUS em todo o Brasil. Já a vacina contra o HPV é oferecida nos postos de saúde para as meninas de 11 a 13 anos de idade. Para saber mais, acesse: www.saude.gov.br.