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Março Azul: internações por câncer de intestino batem recorde no país. Campanha alerta sobre importância de diagnóstico precoce

Em média, 265 brasileiros são internados diariamente no Sistema Único de Saúde (SUS) por complicações graves relacionadas ao câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal. O número, identificado ao longo de 2022, atingiu o maior patamar da década, conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).

De acordo com as entidades, os registros de internação trazem números alarmantes: 768.663 hospitalizações só no SUS para o tratamento da doença entre 2013 e 2022. Já os dados de mortalidade decorrentes desse tipo de câncer indicam que, somente em 2021, foram registrados 19.924 óbitos. Os casos aumentam, em média, cerca de 5% a cada ano, sendo que houve crescimento de 40% em relação aos casos registrados em 2012 (14.270).

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Inca prevê 44 mil casos novos de câncer colorretal no Brasil por ano

Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica o surgimento de 44 mil novos casos por ano de câncer de intestino, ou câncer colorretal, no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “É uma doença muito prevalente. É a terceira. Ela vai perder para [câncer de] mama, vai perder para [câncer de] próstata. Em terceiro lugar, vem o câncer colorretal”, disse o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca.

De acordo com o especialista, países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tendem a apresentar maior número de novos casos desse tipo de câncer a cada ano. Entre os norte-americanos, que têm população em torno de 300 milhões de habitantes, a estimativa é de surgimento de 150 mil novos casos anuais. Como o Brasil está melhorando, progressivamente, sua condição socioeconômica, a perspectiva é de expansão de casos. “Há aumento vertiginoso. É uma curva acentuada”.

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Microrganismos intestinais podem ajudar a diagnosticar câncer colorretal

Pesquisadores da USP e da Universidade de Trento (Itália) utilizaram técnicas de aprendizado de máquina e de estatística para identificar espécies e genes da microbiota (coleção de bactérias, fungos e vírus presente nos intestinos) de pacientes com câncer colorretal. O método foi capaz de predizer, com alta precisão, e apenas com base na composição da microbiota, a presença ou não de câncer nos diferentes pacientes avaliados em estudos. Os resultados poderão contribuir para aumentar a precisão no diagnóstico da doença, levando em conta as características da microbiota. Um artigo descrevendo os achados acaba de ser publicado na Nature Medicine.

Os cientistas trabalharam com os dados de 969 amostras fecais de pessoas com câncer colorretal, de portadores de adenomas (pólipos benignos e malignos) e de indivíduos controle, isto é, saudáveis, para comparação. Essas informações foram extraídas de sete estudos, da China, França, Estados Unidos, Áustria e Itália, e disponíveis em bancos de dados de sequências de DNA internacionais.

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Análise mostra incidência do câncer colorretal em SP

A incidência média de câncer colorretal entre 1997 e 2009 na cidade de São Paulo, ajustada pela idade, foi de 26,7 casos por 100 mil habitantes. A conclusão faz parte de estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. De acordo com o trabalho do pesquisador Márcio Medeiros, os distritos com melhores indicadores socioeconômicos, em especial nas áreas centrais da cidade, concentram as ocorrências. Os resultados poderão servir de apoio à definição de políticas públicas que adequem a prevenção e o tratamento às especificidades da população.

No mundo, segundo dados da International Agency for Research on Cancer (IARC), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de incidência de câncer colorretal ajustada pela idade em 2012 foi de 20,6 casos por 100 mil habitantes. “É o terceiro tipo de câncer mais frequente no mundo, com estimativas para 2012 de 1,36 milhão de novos casos”, aponta Medeiros. “Representa 9,7% de toda a incidência de câncer, sendo o terceiro mais comum em homens e o segundo entre as mulheres”.

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SUS incorpora exame PET–CT para pacientes com câncer

O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o exame PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons) para pacientes com câncer de pulmão, câncer colorretal e de linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (23) e o procedimento deve ser disponibilizado em até 180 dias, como prevê a legislação. A incorporação do exame ao SUS permite avaliar o grau de avanço do tumor e a extensão da doença no corpo do paciente. Para garantir o acesso da população a esse serviço, considerado de alto custo, o Ministério da Saúde irá investir mais R$ 31 milhões por ano, beneficiando diretamente 20 mil pessoas portadoras dessas doenças e que se enquadram nas condições indicadas.

“A incorporação desse exame ao SUS significa mais acesso da população a uma tecnologia avançada que vem contribuir para o diagnóstico e tratamento do câncer. A assistência em câncer, desde a prevenção ao tratamento e acompanhamento dos pacientes, é prioridade do governo federal”, destaca o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. “Os três tipos de câncer para os quais o exame está sendo indicado são aqueles em que o PET-CT agrega mais benefícios para a qualidade do tratamento, avaliando com mais precisão a extensão da doença e a necessidade de se fazer cirurgia”, explica o secretário.

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