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Beta-ionona tem potencial preventivo para câncer de fígado

A susbtância beta-ionona (BI) tem potencial quimiopreventivo para o câncer de fígado. Encontrada em uvas e aromatizantes de vinhos, a BI é um composto bioativo da classe dos isoprenóides, envolvido com a via metabólica do mevalonato e a síntese do colesterol. Em testes realizados com animais, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP pela pesquisadora Mayara Lilian Paulino Miranda, verificou-se que a BI reduziu lesões pré-neoplásicas (LPN) no órgão, que precedem o câncer. O estudo também apresenta indícios de que a substância atenua o desenvolvimento da doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD), causada pelo acúmulo de gordura no fígado, que pode estar relacionada ao aparecimento das lesões.

De acordo com Mayara, o termo NAFLD designa um grupo de doenças definidas por esteatose hepática (presença de gordura no fígado) em mais de 5% dos hepatócitos (células do fígado), na ausência de consumo de etanol (álcool). “Ela pode resultar em resistência hepática e periférica à insulina”, relata. “Conforme o grau, também desencadeia lesões por estresse oxidativo, lesão hepática mediada por citocinas, hepatotoxicidade mediada por ácidos graxos livres (AGL), concentrações elevadas intra-hepáticas de colesterol, hiperinsulinemia, hiperleptinemia, hipoadiponectinemia, e a apoptose (morte celular)”.
A morte celular pode resultar em necroinflamação e fibrose, que são consideradas lesões classificadas como LPN em seres humanos. A NAFLD pode variar de simples esteatose a sua forma mais grave, esteatohepatite não alcoólica (NASH) . “A prevalência da doença pode ser de 30% da população em países industrializados e está aumentando em países em desenvolvimento devido à mudança de hábitos alimentares”, aponta a pesquisadora. “Estima-se, ainda, que na obesidade mórbida há um risco aumentado de 90% de desenvolvimento de NAFLD”.
Para verificar o potencial quimiopreventivo da BI, a pesquisa mediu o número e a área das LPNs, por meio de marcação de imunohistoquímica GST-P. “A proliferação celular foi medida por dupla marcação de imunohistoquímica para GST-P e KI67”, afirma a pesquisadora. A imunohistoquímica é a identificação de epítopos no tecido por meio da reação entre antígeno e anticorpo, revelada por um marcador visual e examinada por microscopia óptica ou eletrônica. “Foi realizada ainda a quantificação da apoptose em lâminas de Hematoxilina e Eosina (H&E), avaliação do dano celular por meio da técnica de cometa e avaliação do escore de células ovais nestes tecidos, também em lâminas de H&E”.

 

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