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Associação denuncia presença de “barbeiros” infectados no Butantã

Para pesquisadores, vigilância contra doença está comprometida em SP

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) denunciou à Agência Brasil que dois insetos do tipo barbeiro foram encontrados no último trimestre de 2024 no pavilhão Lemos Monteiro, prédio centenário do Instituto Butantã adaptado para uso de laboratórios de pesquisa. Os espécimes foram capturados em outubro e novembro de 2024 e ambos tinham a presença do protozoário Trypanossoma cruzi, causador da Doença de Chagas, em seu organismo.

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‘Achou um barbeiro?’: ferramenta mapeia pontos de entrega e identificação do vetor

Insetos triatomíneos, popularmente chamados de barbeiros, são os transmissores de Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas. Por isso, ao encontrar um inseto suspeito que se pareça com um barbeiro é preciso ter cuidado. Para ajudar a população a reconhecer e lidar corretamente com esses vetores, o Portal da Doença de Chagas, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), lançou a seção Achou um barbeiro?. A página reúne três ferramentas para auxiliar a população a identificar os vetores e localizar o Posto de Informação em Triatomíneos (PIT) mais próximo, onde é possível entregar insetos suspeitos para correta identificação.

Uma das especialistas à frente da iniciativa, a chefe do Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Samanta Xavier, alerta para a importância de reconhecer os barbeiros. “Se um barbeiro é encontrado dentro de casa ou no entorno, é importante adotar medidas para evitar o contato com o inseto e a contaminação de alimentos”, diz a pesquisadora.

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Pesquisadores encontram nova espécie de ‘barbeiro’, vetor da doença de Chagas

Visão dorsal do espécime macho de Panstrongylus noireaui (Foto: repodução IOC/Fiocruz)

Uma nova espécie de triatomíneo, subfamília de insetos popularmente conhecidos como “barbeiros”, foi descrita por um grupo liderado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Batizada de Panstrongylus noireaui, a espécie pertence a um gênero de grande importância médica pela sua participação na transmissão do protozoário Trypanosoma cruzi – causador da doença de Chagas – nas Américas Central e do Sul. O achado foi publicado no periódico científico ZooKeys, focado na descrição de novas espécies e análises taxonômicas.

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Estudo traz descobertas sobre parasito da doença de Chagas

Um estudo inédito realizado por pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) é o destaque de capa da edição de junho da revista científica Molecular Microbiology. A pesquisa investigou o Trypanosoma cruzi, parasito causador da doença de Chagas e que apresenta em seu ciclo de vida quatro formas evolutivas entre o inseto vetor – conhecido como barbeiro – e o hospedeiro mamífero. O estudo teve como foco a investigação da forma chamada de epimastigota, presente no tubo digestivo do barbeiro. Os resultados evidenciaram que, nesta fase, o parasita possui característica biológicas antes nunca evidenciadas, colocando em xeque um paradigma centenário na doença de Chagas, de que formas epimastigotas não são infectivas ao hospedeiro mamífero.

“A pesquisa mostrou, que diferentemente do que se acreditava há mais de um século, epimastigotas recém diferenciados destacam-se por suas características relacionadas à infectividade ao hospedeiro mamífero, tanto em cultivos celulares in vitro como em modelo animal in vivo, à resistência ao sistema imune inato do hospedeiro mamífero e à expressão de diferentes fatores de virulência em comparação com as demais formas do ciclo de vida do parasita”, explica Rafael Kessler, pesquisador do Laboratório de Genômica Funcional da Fiocruz Paraná. “O estabelecimento e otimização de protocolos de epimastigogenese, tanto in vitro como in vivo, possibilita o estudo de peculiaridades do ciclo de vida de T. cruzi nunca antes vislumbradas, e foi passo crucial para a descoberta do estágio infectivo epimastigota recém diferenciado (rdEpi)”, explica Kessler, primeiro autor do artigo publicado na Molecular Microbiology. A descoberta, segundo o pesquisador, pode contribuir para entender por que a infecção por T. cruzi pela via oral – por meio da ingestão de alimentos contendo insetos barbeiros (triturados durante o preparo de sucos) –, apresenta, geralmente, uma fase aguda mais intensa. A pesquisa também mostrou, de forma inédita, as outras formas de evolução são capazes de diferenciar as características da forma epimastigota.

O trabalho, desenvolvido em um período de seis anos, resultou no estabelecimento de uma nova linha de pesquisa, com ênfase na investigação da interação parasita-hospedeiro. Os próximos passos incluem a investigação da infectividade do rdEpi por via oral e os alvos celulares de preferência do parasito no hospedeiro mamífero.