Pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde (LIS) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o médico Francisco Inácio Bastos é autor de artigo publicado no portal The Conversation sobre o uso abusivo de fentanil no Brasil. Assinado em coautoria por Elize Massard da Fonseca (FGV/EAESP), o texto aborda os desafios enfrentados pelos órgãos responsáveis pelo controle da substância em relação à vigilância e ações preventivas diante do crescente risco à saúde pública.
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Falta de informação leva transexuais à automedicação, diz médica. A espera por procedimentos pode chegar a 10 anos
Para orientar profissionais de saúde e evitar o uso de medicamentos sem orientação, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) disponibiliza um guia com as unidades de saúde no Brasil especializadas no atendimento da população transexual e travesti. Desde agosto de 2008, o Sistema Único de Saúde brasileiro prevê a oferta de procedimentos à pessoa trans, como a terapia hormonal para afirmação do gênero e cirurgias de redesignação sexual. Porém, segundo a diretora da SBEM, Karen de Marca, há pouca divulgação sobre o tema, o que gera desconhecimento por parte de quem poderia se beneficiar e pode levar a situações de risco à saúde da população trans.
“Não saber como é o caminho faz com que pessoas acabem utilizando medicações por conta própria. A maioria aprende com outros usuários. O que eles me dizem é: ‘entrei no site, entrei no YouTube, entrei no Instagram e tinha uma pessoa falando como usava e eu usei”, relata a médica. “Os riscos são as complicações com altas doses, pessoas com trombose, com infarto do miocárdio, complicações hepáticas e complicações nos procedimentos estéticos, que causam necroses”, acrescenta a endocrinologista, que coordena o Ambulatório Multiprofissional de Identidade de Gênero (AMIG) do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
Leia MaisResistência antimicrobiana é problema de saúde pública mundial
O farmacêutico Tiago Arantes diz que dados da OMS apontam que 50% dos antibióticos prescritos nas Américas não têm receita médica.
Você já ouviu falar em resistência antimicrobiana? Não? Mas com certeza já ouviu dizer que existem pessoas mais resistentes a determinados tipos de antibióticos. É sobre isso que estamos falando. A resistência antimicrobiana é um dos maiores desafios para a saúde pública mundial, com importante impacto tanto em humanos como em animais. O uso indiscriminado de antibióticos faz com que novos mecanismos de resistência surjam e se espalhem pelo mundo, ameaçando a capacidade médica de tratar doenças infecciosas comuns.
Leia MaisIdosos: Orientação para organizar melhor a rotina de medicamentos
Quem toma algum medicamento ou muitos tipos diferentes de uma vez só, deve ficar atento a alguns cuidados para se manter seguro. Há quem tome um medicamento por dia, uma vez por semana, de seis em seis horas ou de oito em oito. Muitas vezes, manter tudo isso dentro da ordem pode ser difícil. Existem vários fatores que interferem no uso de medicamentos e consequentemente no resultado do tratamento, como por exemplo, esquecer de tomar, utilizar uma dose maior ou menor, trocar os horários, entre outros motivos.
Leia MaisAutomedicação pode ter consequências irreversíveis
Usar um remédio sem falar antes com o médico pode ter consequências sérias. A opção, apesar de ser mais rápida e simples do que marcar uma consulta médica, pode mascarar um problema de saúde e causar efeitos colaterais graves ou, até mesmo, irreversíveis. “Na dúvida, toda dor precisa ser acompanhada por um médico. Infelizmente, é comum as pessoas se medicarem quando o sintoma parece inofensivo. Mas um órgão dolorido é o primeiro sinal de uma doença e, se a dor persiste, é fundamental procurar auxílio médico”, explica Newton Barros, chefe de serviços de dor e cuidados paliativos do Hospital Conceição(RS).
Para evitar a automedicação, providências foram tomadas. Hoje, muitos remédios têm a venda controlada e somente realizada mediante a apresentação de receita médica. “A automedicação é problema de saúde pública. Por isso, existe uma série de campanhas para combater o uso indevido de medicamentos. Nenhuma dor deve ser menosprezada. Elas avisam quando algo está errado em nosso corpo. A dor ameaça a qualidade de vida da população e, muitas vezes, as pessoas utilizam uma fórmula arriscada, a automedicação, para conviver com essas dores”, alerta.
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