Tag Archives: Atendimento médico

Dia Mundial do Câncer: vacina do HPV também previne doença em homens

Vírus também pode levar a tumores no pênis, ânus e mais órgão

A relação entre o Papiloma Vírus Humano, ou HPV, e o câncer de colo de útero é a mais difundida, mas o vírus também pode causar outros tipos de câncer em mulheres e homens. No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta terça-feira (4), um levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia mostra que mais de 6 mil pessoas morreram em decorrência de câncer do canal anal, entre 2015 e 2023, no Brasil. A maioria dos casos desse tipo de câncer é uma consequência da infecção pelo HPV.

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Ministério alerta para alta de casos de febre amarela em 4 estados

São Paulo concentra a maior parte dos casos da doença

O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre o aumento da transmissão da febre amarela nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. A nota técnica – encaminhada às secretarias de saúde – destaca que o período sazonal da doença vai de dezembro a maio e recomenda a intensificação das ações de vigilância e de imunização nas áreas consideradas de risco.

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Novos voluntários da Força Nacional do SUS chegam ao Rio Grande do Sul. Com reforço, serviço terá 202 profissionais atuando no estado

A partir desta segunda-feira (20), novos voluntários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) chegam ao Rio Grande do Sul. No início de maio, a equipe contava com 100 profissionais. Com o reforço, o número chegará a 202.

A medida, de acordo com o governo federal, vai permitir que equipes volantes, com médicos e enfermeiros, atuem simultaneamente em dez municípios classificados como prioritários.

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Expedição promove acesso à saúde em comunidades ribeirinhas da Amazônia

As comunidades ribeirinhas de Tabuleta, Carará, Crioulo, Carapanatuba e Malvinas, localizadas a 200 km de Humaitá (AM) e a 400 km de Porto Velho (RO), às margens do rio Madeira, receberam a expedição Saúde Infinita, coordenada pelo Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia Ocidental (INCT-EpiAmO), sediado na Fiocruz Rondônia. O projeto piloto conta com implantação de infraestrutura básica para realização de telessaúde em comunidade ribeirinha. A proposta é oferecer ao Ministério da Saúde (MS) um modelo de atendimento à saúde em localidades da Amazônia e áreas remotas do Brasil, que sofrem com longas distâncias e dificuldades de comunicação e acesso.

De 10 a 16 de fevereiro, a equipe composta de 22 pessoas realizou visitas a mais de 60 residências nas cinco localidades. Foram realizadas 58 consultas médicas, distribuição de 125 kits odontológicos, aplicação de 56 vacinas contra Covid-19, influenza e outras doenças preconizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do MS, além de exames ginecológicos, inserção de DIU, consultas odontológicas, extração e atendimentos de urgência e emergência com encaminhamento de pacientes à equipe médica do Hospital Regional de Humaitá.

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Telemedicina usa tecnologia para ampliar atendimento médico

Além da distância geográfica, populações que vivem longe dos grandes centros urbanos encontram também barreiras socioeconômicas, como o difícil acesso aos serviços de saúde. A proposta da telemedicina, conhecida também como telessaúde, surgiu como uma maneira de superar estas barreiras e prestar assistência a distância, ampliando o alcance do atendimento e, principalmente, da informação.

Desde 1997, a telemedicina é tema de uma disciplina coordenada pelos professores Chao Lung Wen, Raymundo Soares de Azevedo e Wu Tu Hsing, na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Com o auxílio de laboratórios, salas de videoconferência e outras ferramentas audiovisuais, como o projeto Homem Virtual, a disciplina de Telemedicina mostra aos estudantes como o atendimento médico pode ser aplicado em casos em que a distância entre o profissional e o paciente é um fator crítico.

O uso das tecnologias de informação e comunicação permite oferecer tratamento médico especializado a pessoas que vivem em locais distantes ou com poucos profissionais. A presença de uma central de telemedicina em um determinado hospital de emergência, longe de centros especializados, por exemplo, torna possível a comunicação com profissionais de outras localidades, permitindo tirar dúvidas sobre diagnóstico, procedimentos clínicos, tratamentos, entre outras. Desta forma, é possível ampliar as ações de profissionais e agentes comunitários de saúde, integrando-os aos serviços oferecidos por hospitais e centros de referência.

O professor Chao Lung Wen conta que em 1997, com a popularização da internet, começou a ser discutida a ideia de usar a tecnologia na saúde. Diante dos resultados do modelo de telemedicina empregado nos Estados Unidos desde 1960, concluiu-se que o Brasil estava pronto para avançar no uso de telemedicina em uma política de saúde e de formação em medicina.

Wen explica que esse modelo tem como prioridade a prevenção, vantajosa tanto para o paciente, que evita os processos dolorosos envolvidos na doença, como para o Estado e para os hospitais particulares, que têm seus custos reduzidos. “Para que eu vou fazer um transplante de fígado se eu posso evitar cirrose? Para que eu vou fazer quimioterapia se eu posso evitar que as pessoas tenham câncer de pele ou câncer de mama?”, questiona.

Desafios
Um grande desafio enfrentado pela telemedicina, conta o médico, é a cultura. “Você tem um processo cultural do professor, um dos estudantes, e também a falta de infraestrutura de apoio”. Mesmo com o pioneirismo da FMUSP, foram necessários anos até a importância da telemedicina ganhar reconhecimento. Segundo Wen, nos primeiros cinco anos, a implantação da telemedicina foi difícil, pois poucas pessoas acreditavam no projeto. “Era como falar em criação de órgãos a partir de impressoras 3D”, compara.

Somente a partir de 2002 começou uma mudança de pensamento. Em 2003, surgia o projeto Homem Virtual, iniciativa que, a partir de imagens tridimensionais das estruturas do corpo humano, visava orientar pacientes, treinar agentes promotores de saúde e atuar como um complemento à educação médica. No ano seguinte, o núcleo de telemedicina recebeu uma doação de um banco, que foi fundamental para a consolidação de vários projetos, conta Wen. E, em 2005, o governo federal começava a estruturar a telemedicina.

“Acho que a USP deveria reconhecer cada vez mais os seus professores com talentos educacionais. Nós temos uma grande falha de só valorizar a pesquisa”, lamenta. É necessário fortalecer o uso de educação tecnológica complementar aos estudantes em nível departamental, acredita Wen. “Se somos uma Universidade, nossos estudantes deveriam poder navegar nos ambientes educacionais das diferentes unidades, caso contrário, nós não somos universidade”, argumenta.

Segundo o coordenador da disciplina de telemedicina da FMUSP, outra grande dificuldade é popularizar a matéria entre os alunos da graduação, já que se trata de uma matéria optativa. Muitos acreditam que telemedicina é sobre informática e, assim, perdem o interesse. “Telemedicina é o uso de tecnologia para aumentar e potencializar atividades de educação, assistência e pesquisa. Quando os alunos entenderem isso, vamos começar a trabalhar com mais intensidade”, afirma.

Para conseguir obter bons resultados, de acordo com Wen, é preciso conhecer o cenário da saúde brasileira e quais são as iniciativas que os governos em nível federal, estadual e municipal estão fazendo em telemedicina como políticas públicas de saúde. Para acompanhar as atividades e os projetos vinculados a disciplina na página do professor Wen.

Pacientes preferem médicos que vestem branco

Você se importa com a aparência do seu médico? Para muita gente pode parecer algo sem importância, mas uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP concluiu que o tipo de roupa e os acessórios utilizados pelos médicos podem interferir na sua relação com os pacientes.

A pesquisa foi realizada por cinco alunos da FMRP, orientados pelo professor José Antonio Baddini-Martinez, do Departamento de Clínica Médica. Durante um ano, eles coletaram opiniões de 509 pessoas, entre elas 259 pacientes, 99 médicos e 119 estudantes de medicina envolvidos em atividades no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP. O estudo avaliou as impressões causadas pelos médicos quando se vestem com diferentes estilos de roupas. Do mesmo modo, também investigou o grau de incômodo potencial percebido pelos voluntários no que se refere a diferentes adereços e acessórios de vestimenta utilizados por médicos ou médicas que, por ventura, os atendessem.

Para captar as opiniões, os pesquisadores utilizaram um painel de fotos em que dois médicos voluntários, “modelos”, exibiam diferentes estilos de vestimenta (roupa inteiramente branca, avental branco, avental social, formal, informal, casual e vestimenta utilizada em centro cirúrgico). Logo após, pediam que, com base nestas fotos, os participantes respondessem qual dos profissionais parecia: mais instruído e competente; mais responsável; mais preocupado com os pacientes e mais higiênico. Também perguntaram qual deles transmitia mais confiança no diagnóstico e no tratamento proposto e qual deles preferiria para um consulta médica de rotina; uma consulta médica de urgência; conversar sobre problemas psicológicos e conversar sobre problemas sexuais.

Completada a entrevista, o voluntário era orientado a assinalar em uma ficha “como se sentiria caso o médico ou a médica que lhe atendesse usasse” um entre 20 itens relacionados com a aparência. Os itens avaliados, em ambos os sexos, foram: shorts, bermudas, piercing facial, anéis, muitos anéis, cabelos tingidos, cabelos tingidos com cor extravagante como verde ou vermelho, tênis, sandálias, uso de camiseta, mangas curtas e mangas longas. Os itens avaliados exclusivamente para os médicos foram: uso de brincos, barba, bigode, cabelos compridos, paletó, gravata, jeans e ausência de gravata. Itens avaliados apenas para as mulheres foram: uso de maquiagem carregada, brincos grandes, casaco social, cabelos soltos, vestido longo, blusa sem mangas, blusa comprida e blusa, mostrando a barriga. As respostas foram divididas em duas categorias: incomodado e não incomodado.

“Este é o primeiro estudo que abordou aspectos relativos a julgamentos de valor sobre o modo de se vestir e à aparência dos médicos feito no Brasil. Além disso, este é o primeiro realizado em nível mundial que também abordou as opiniões dos estudantes de Medicina sobre o tema”, destacam os autores.

Na dúvida, vista branco!
De um modo geral, os resultados indicaram que os pacientes preferem médicos e médicas que utilizam estilos mais conservadores de vestimenta, em especial roupa inteiramente branca e, em seguida, o avental branco. Observou-se que os uniformes profissionais geram maior grau de confiança e identificação. Além disso, médicos e estudantes de medicina também demostraram preferência pelo branco e desconforto com aparências excessivamente informais.

“Nossos resultados sugerem que o uso de vestimenta totalmente branca é uma boa opção a ser adotada pelos médicos brasileiros, pois além de agradar um número substancial de pacientes, traz maior conforto num País onde temperaturas elevadas ocorrem em boa parte do ano”, afirma o professor Baddini-Martinez.

Melhor evitar…
Os estilos classificados como formal e casual não foram opções preferenciais de nenhum dos grupos em nenhuma das situações propostas. No tocante aos acessórios, itens com grande grau de reprovação para ambos os sexos foram o uso de shorts, bermudas, muitos anéis, piercing facial, e cabelos de cor extravagante. Para as mulheres também foram reprovadas maquiagem carregada e blusas mostrando a barriga. Já para o sexo masculino, itens adicionais com reprovação foram uso de sandálias, cabelos compridos e brincos.

“De modo geral, tanto pacientes como médicos e estudantes, são muito conservadores no tocante ao que esperam da aparência de seus médicos” conclui o professor.

O artigo Impressões de pacientes, médicos e estudantes de Medicina quanto à aparência dos médicos foi publicado em outubro de 2013 na Revista da Associação Médica Brasileira.