Publicado no Journal of Molecular Cell Biology, estudo da Fiocruz comprovou que o anticoagulante de uso oral Apixaban é eficaz para inibir a replicação do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Este tipo de medicamento já era recomendado para prevenir níveis altos de Dímero D, que é o produto final da cascata de coagulação e está relacionado diretamente à Covid-19 severa. Os pesquisadores da Fundação descobriram, porém, que a droga também apresenta função antiviral ao inibir, de forma não competitiva, a replicação do vírus. Isso acontece devido à semelhança estrutural entre Fator X Ativado (FXa), fundamental no processo de coagulação, e a Major Protease (Mpro), uma enzima importantíssima para os coronavírus.
“O uso de anticoagulantes ajuda a prevenir a Covid severa, e tínhamos a preocupação de descobrir se havia mecanismos adicionais para esse benefício clínico. Quando você sobrepõe as imagens de FXa e Mpro, elas têm uma correlação estrutural, então nos perguntamos se os anticoagulantes poderiam também inibir a enzima viral. Esse trabalho mostra que sim e descreve como este mecanismo funciona, provando que essa atividade antiviral também pode estar contribuindo, em alguma magnitude, para o benefício clínico que esses pacientes têm”, explicou um dos autores do estudo, o pesquisador Thiago Moreno L. Souza, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz).
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O Blincyto (blinatumomabe) e o Praxbind (idarucizumabe) são medicamentos biológicos novos, que ainda não existiam no Brasil
A Anvisa liberou, nesta segunda-feira (17), o registro dos medicamentos Blincyto (blinatumomabe) e Praxbind (idarucizumabe), utilizados em pacientes diagnosticados com câncer e para estancar sangramentos. Ambos os remédios são biológicos novos e ainda não existiam no País.
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