Imagina um museu que reúne centenas de milhares de exemplares de órgãos e tecidos humanos que ajudam a contar a história de doenças no Brasil e retratam pesquisas realizadas por expoentes da ciência nacional. E que ainda utiliza seu acervo para ensinar e encantar pessoas de todas as idades. Esse é o Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que, em 2023, completa 120 anos de uma trajetória marcada pela inovação e resiliência em prol da pesquisa e do ensino em ciência.
Com contribuições para a saúde nacional e internacional, o espaço foi idealizado pelo sanitarista Oswaldo Cruz, em 1903, a partir da conservação de amostras de órgãos analisados em necropsias para desvendar casos de febre amarela. Na época, Oswaldo tentava entender e debelar a doença que dizimava parte da população.
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Peças anatômicas, instrumentos médicos raros usados em exames e exemplares de vacinas antigas, reunidos desde o início do século XX, são parte da exposição “Corpo, Saúde e Ciência: o Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)”, que fica em cartaz até o final do ano, no Castelo Mourisco, localizado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O evento, que conta com o apoio da FAPERJ, por meio do programa de Apoio à Acervos (APQ 4), busca não somente preservar um patrimônio histórico, como também resgatar o trabalho realizado no passado por grandes médicos patologistas. Para o professor, médico e Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ Marcelo Pelajo, um dos curadores da mostra, o objetivo é disponibilizar todo esse conhecimento científico para a sociedade e permitir ainda que ele sirva de base para novas pesquisas na área. “O nosso principal público-alvo são os estudantes, que contam com atividades lúdicas e com uma visita guiada por toda a mostra. Atualmente, em média, quatro escolas visitam a exposição por dia”, comemora Pelajo. Os outros dois curadores são os professores Pedro Paulo Soares e Barbara Dias.
Para compor a exposição, segundo Pelajo, foram selecionados cerca de 100 itens que integram o acervo original de três coleções biológicas, de alto valor histórico, mantidas pelo IOC e pela Fiocruz: a Coleção da Seção de Anatomia Patológica, criada em 1903 pelo próprio sanitarista Oswaldo Cruz; a Coleção de Febre Amarela, que registra a história das epidemias da doença ocorridas no Brasil entre 1928 e 1970; e a Coleção do Departamento de Patologia do IOC, iniciada em 1984, que reúne diversos materiais experimentais, como lâminas histológicas e peças anatômicas. “Durante o regime militar, parte desse acervo foi perdido ou destruído. Em meados da década de 1980, se iniciou um trabalho de recuperação e preservação desse material, o qual foi intensificado a partir de 2007 quando foi traçado um plano diretor para esse fim.
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