A análise crítica do discurso de relatos de mulheres, no Brasil e nos EUA, que tiveram parto normal (vaginal) após uma ou mais cesáreas — o chamado VBAC (sigla em inglês para vaginal birth after c-section) — revela o resgate do universo feminino, o aumento do conhecimento sobre si mesmas e seus corpos, além de gerar empoderamento. Os dados estão na tese de doutorado da professora universitária Luciana Carvalho Fonseca, defendida em novembro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sob a orientação da professora Stella Esther Ortweiler Tagnin.
Os discursos dos relatos revelam mulheres seguras, felizes, satisfeitas e em paz com o próprio corpo, e que sofreram profundas transformações — todas muito positivas — por conta do VBAC. “Ocorre uma reconstrução da própria biografia: elas reconhecem que a cesárea anterior foi desnecessária e, com isso, vão se fortalecendo. Há um empoderamento que as tornam mais fortes”, conta. Luciana encontrou palavras como “renasci“, “guerreira“, “mulher maravilha“, além de frases como: “Parir é como escalar o Everest“, “Parir é como correr um maratona”, “Eu pari quando o mundo todo disse que eu não conseguiria” ou “Me sinto uma rainha“, entre outras.
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