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Entenda a hidrocefalia normobárica, causa da cirurgia de Chico Buarque

Se não for tratada, condição pode levar à paralisia

O cantor Chico Buarque precisou passar por uma cirurgia neurológica, nessa terça-feira (3), para tratar uma hidrocefalia normobárica, ou de pressão normal. A condição ocorre quando há excesso de líquor – fluido que reveste o sistema nervoso central – acumulado no cérebro, mas sem provocar aumento da pressão intracraniana. Ainda assim, a hidrocefalia pode impactar os movimentos das pernas, a cognição e a capacidade de controle urinário.

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O efeito sobre o cérebro de soneca durante o dia, segundo ciência

Encontrar um tempo para uma soneca todos os dias é bom para o nosso cérebro e ajuda a mantê-lo maior por mais tempo, dizem pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido.

A equipe mostrou que os cérebros dos indivíduos que cochilam regularmente é 15 centímetros cúbicos maiores — o que é equivalente a retardar o envelhecimento entre três e seis anos.

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A nova droga contra o Alzheimer capaz de retardar em um terço o avanço da doença, segundo estudos

Podemos estar entrando na era dos tratamentos para o Alzheimer, à medida que a segunda droga em menos de um ano mostrou-se capaz de retardar a doença.

Os especialistas dizem que agora estamos “prestes” a ter medicamentos disponíveis, algo que recentemente parecia “impossível”.

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Consumo de castanha-do-brasil pode melhorar função cognitiva

Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP mostrou que o consumo diário de uma castanha-do-brasil, conhecida por castanha-do-pará, recuperou a deficiência de selênio e ainda teve efeitos positivos sobre as funções cognitivas de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL), considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como a Doença de Alzheimer.

A nutricionista Bárbara Cardoso explica que o CCL é caracterizado pela perda cognitiva (processo que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento, linguagem) maior do que o esperado para a idade. “Pessoas com comprometimento cognitivo leve têm mais risco de desenvolver Alzheimer”, diz a pesquisadora e autora da tese de doutorado Efeito do consumo de castanha-do-brasil (Bertholetia excelsa H.B.K) sobre o estresse oxidativo em pacientes com comprometimento cognitivo leve e a relação com variações em genes de selenoproteínas.

Entre as análises feitas pela nutricionista está a associação entre os níveis de selênio e o estresse oxidativo (excesso de radicais livres em comparação com o sistema protetor de cada célula) em pessoas com CCL.

Bárbara explica que o estresse oxidativo está envolvido no declínio cognitivo. Pacientes com comprometimento cognitivo leve ou Doença de Alzheimer apresentam maiores níveis de estresse oxidativo.

“Com o avanço da idade, os neurônios apresentam maior ineficiência no processo de produção de energia, com o aumento da geração de radicais livres. Já a capacidade do sistema antioxidante, que combate esses radicais, tende a reduzir. Esse descompasso contribui para o comprometimento cognitivo leve porque os radicais livres acabam afetando o sistema motor, sensorial, a memória e o aprendizado”, afirma Bárbara.

O selênio é um importante mineral que constitui enzimas antioxidantes cuja finalidade é combater a formação de radicais livres. E os resultados da pesquisa indicam que o consumo da castanha-do-brasil pode melhorar a resposta antioxidante e atenuar o declínio cognitivo.

Metodologia
Foram selecionados 20 idosos de ambos os sexos, frequentadores do Ambulatório de Memória do Idoso, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, sendo que 95% deles apresentavam deficiência em selênio. “Esse alto índice era esperado, o solo da região Sudeste é pobre em selênio e a população de São Paulo tem tendência à deficiência de selênio”, conta Bárbara.

Durante seis meses, a nutricionista acompanhou dois grupos de idosos. O primeiro ingeriu uma castanha-do-brasil por dia e o outro não recebeu nenhuma intervenção. Após o período, no grupo que consumiu a castanha diariamente, todos deixaram de apresentar a deficiência de selênio.

Os grupos também passaram por avaliação neuropsicológica antes e depois da intervenção com a castanha-do-brasil. “Os testes analisaram domínios cognitivos, como a fluência verbal, capacidade de copiar desenhos, reconhecimento de figuras, entre outros. E o grupo que ingeriu a castanha apresentou melhora nos aspectos de fluência verbal, avaliada pelo número de animais que o entrevistado consegue mencionar durante um minuto, e praxia construtiva, avaliada pela capacidade do entrevistado em fazer cópia de quatro desenhos apresentados pelo examinador (círculo, losango, retângulos sobrepostos e cubo)”.

Segundo a nutricionista, “apenas uma unidade de castanha-do-brasil forneceu 288,75 microgramas de selênio ao dia, aumentando o consumo de selênio para além da recomendação diária (55 microgramas/dia), mas sem ultrapassar o limite tolerável de 400 microgramas”.

Pesquisas feitas em São Paulo sobre Alzheimer integram base de dados internacional

Projetos de pesquisa com auxílio ou bolsa da FAPESP na área de Alzheimer passaram a integrar a base de dados do International Alzheimer’s Disease Research Portfolio (IADRP), desenvolvido pelos National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, em parceria com a organização não governamental norte-americana Alzheimer’s Association.

A inclusão ocorreu após convite da instituição norte-americana e envolveu a equipe da Biblioteca Virtual da FAPESP na organização dos dados das pesquisas seguindo os padrões da base internacional.

“É uma maneira de levarmos a ciência do Estado de São Paulo para o mundo neste momento de internacionalização do conhecimento científico, apresentando a um público internacional o trabalho que nossos pesquisadores estão desenvolvendo com o apoio da FAPESP”, disse Rosaly Favero Krzyzanowski, coordenadora da BV-FAPESP.

As informações de 246 projetos de pesquisa em São Paulo já estão disponíveis para acesso no IADRP. De acordo com Diego Ucha, analista de sistemas da BV-FAPESP, os dados serão continuamente atualizados. “Começamos com os projetos que possuíam informações em inglês, seguindo critérios estabelecidos pelo IADRP, e continuaremos alimentando a base de dados com novas pesquisas na área.”

O IADRP reúne informações de 23 organizações sobre pesquisas na área. A FAPESP é a primeira instituição brasileira a participar, integrando o Brasil ao grupo de países com pesquisas indexadas na base internacional – composto por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália, Polônia e Itália.

Os resultados de consultas feitas no IADRP apresentam os dados principais da pesquisa e encaminham o usuário à BV-FAPESP, onde é possível acessar a informação completa.

“Trata-se de um apontamento vindo de um site governamental, o que aumenta a relevância dos resultados da BV-FAPESP nos sistemas de busca e dá maior visibilidade às pesquisas realizadas no Estado de São Paulo”, explicou Ucha.

O sistema da BV-FAPESP facilitou a reunião dos dados e sua disponibilização na base internacional. “Isso só foi possível graças ao trabalho que precedeu o processo e à curadoria de metadados da BV, que levou ao refinamento do sistema e nos possibilitou identificar as informações com precisão”, disse Ucha.

Após a identificação dos dados das pesquisas pela equipe da BV, o conteúdo selecionado passou pela supervisão de Carlos Eduardo Negrão, da Coordenação Adjunta de Ciências da Vida da FAPESP, e foi então ajustado pela equipe do IADRP para indexação.

“As informações revelam a relevância que a FAPESP dá ao financiamento de pesquisas em uma área tão importante quanto a das doenças degenerativas, em especial o Alzheimer, e ampliam o alcance do conhecimento científico gerado pelo Brasil”, disse Negrão.

As pesquisas indexadas podem ser consultadas em iadrp.nia.nih.gov.