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Dengue: vacina do Butantan deve estar disponível no início de 2026

Medicamento está sendo avaliado pela Anvisa

A aprovação da vacina da dengue – produzida pelo Instituto Butantan – segue sob análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília. A expectativa do governo federal, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é que a dose esteja disponível, para ser utilizada em um amplo programa de imunização, no início de 2026.

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Novas formulações para o controle do Aedes Aegypti

O Ministério da Saúde lançou, em 24 de novembro, a campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que podem gerar outras como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré. O tema da campanha que será veiculada até 31 dezembro é Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundoFaça a sua parte. O objetivo é conscientizar sobre os perigos do inseto, e motivar os brasileiros para o combate aos criadouros. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, entre as medidas tomadas pelo órgão para combater a proliferação do mosquito, estão a compra de inseticidas e as atualizações dos manuais de manejo clínico.

Um método de controle promissor é o uso de mosquitos como veículo para disseminar minúsculas partículas de inseticidas, como o piriproxifeno (PPF) em criadouros. É o que mostra um artigo publicado, recentemente, na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (vol. 115, out/2020). Pesquisadores do Rio de Janeiro investigaram duas novas formulações de PPF contra o Aedes aegypti em dois locais da cidade do Rio de Janeiro para avaliar a eficácia desses produtos.

Segundo os autores, os índices entomológicos indicaram que as novas formulações de piriproxifeno foram eficientes na redução da abundância de ovos. As estações de disseminação foram impregnadas com líquido e pó. Eles observaram que naquelas impregnadas com líquido o desempenho foi melhor.

Vantagens no controle do vetor

As formulações prontas para uso de PPF podem ser aplicadas rapidamente no campo e se tornarem uma estratégia de controle do vetor em áreas de difícil acesso. Além disso, as novas formulações são mais práticas no que tange à mão de obra e, por isso, economicamente atrativa.

A pesquisa é assinada por Rosilene de Alcântara Pinto, Luiz Guilherme Soares da Rocha Bauzer, Demetrio Tederiche Borges, José Bento Pereira Lima. Os autores são vinculados às seguintes instituições:  Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e ao Instituto de Biologia do Exército.

O artigo Assessing the efficacy of two new formulations of larvicide pyriproxyfen for the control of Aedes aegypti using dissemination stations in two sites of Rio de Janeiro city pode ser lido na íntegra no Portal de Periódicos da Fiocruz.

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Fiocruz Amazônia vai atuar no controle do Aedes em Manaus

As ações de controle de mosquitos não podem ser esquecidas nem tão pouco negligenciadas, mesmo em tempo de pandemia. Neste sentido, projeto de pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) para controle de Aedes volta a ser implantado em Manaus nos próximos dias.

Trata-se do projeto que utiliza como estratégia a instalação de Estações Disseminadoras de Larvicida (EDs) como alternativa no controle de mosquitos Aedes aegypti e Ae. albopictus, transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

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Governo publica lei para entrada forçada em locais com focos de Aedes

Agentes podem forçar entrada caso o imóvel esteja abandonado, se o dono estiver fora ou não permita a inspeção

Nesta terça-feira (28), foi publicada noDiário Oficial da União a lei que permite entrada forçada de agentes de saúde em imóveis suspeitos de terem focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como zika, dengue e febre chikungunya. A origem da lei foi uma Medida Provisória publicada em janeiro com o objetivo de definir as regras para o combate ao mosquito.

O presidente em exercício Michel Temer vetou parte do texto da MP transformada em lei. Entre eles está o artigo que isentava de impostos produtos como repelentes, larvicidas e inseticidas usados para o combate ao mosquito. O artigo que previa incentivo fiscal do imposto devido por pessoas físicas e jurídicas que fizessem doações a projetos de combate ao mosquito também foi vetado.

Condições

A entrada forçada de agentes de saúde é permitida nos casos em que os imóveis estejam em situação de abandono e em que o dono do imóvel esteja ausente ou não tenha permitido a entrada. Se necessário, os agentes poderão solicitar a ajuda à autoridade policial ou à guarda municipal.

A lei institui também o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), com o objetivo de financiar projetos de combate à proliferação do mosquito transmissor. O Ministério da Saúde terá até 30 dias, contados a partir da publicação da lei, para regulamentar critérios e procedimentos para a aprovação de projetos deste programa.

Ainda de acordo com a lei, as mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti terão direito a licença-maternidade pelo período de seis meses. Ao final desse período, a criança terá direito, na condição de pessoa com deficiência, a receber benefício de prestação continuada temporário pelo prazo de três anos.

Visitas

Segundo o Ministério da Saúde, entre maio e junho 40.222.307 domicílios foram vistoriados pelos agentes. Contudo, em 6.578.846 de imóveis, o que representa 16,36% do total, estavam fechados ou tiveram recusas de visitas.

Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil

Biolarvicida natural elimina larvas do Aedes aegypti em 24 horas

Produzido a partir do bagaço de cana-de-açúcar, produto é tipo de detergente natural que não agride o meio ambiente

O biossurfactante apresenta toxicidade baixa ou nula para animais, vegetais e seres humanos – Foto: Divulgação

O bagaço da cana-de-açúcar é a matéria-prima de um biolarvicida capaz de eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti em até 24 horas, ao dificultar sua respiração e desestruturar seu exoesqueleto. Desenvolvido por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP, o produto é um biossurfactante, um tipo de detergente de origem natural, que não agride o meio ambiente e apresenta baixa toxicidade para seres humanos. Após o depósito da patente do composto, os pesquisadores buscam apoio para realizar novos testes e viabilizar a produção industrial do biolarvicida.

O professor Silvio Silvério da Silva e o pesquisador Paulo Franco Marcelino falam sobre o produto que pode ajudar a reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Durante o estudo de doutorado de Paulo Franco Marcelino, na área de biotecnologia industrial, foi desenvolvida uma nova tecnologia de produção de biossurfactante sustentável, utilizando o bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima. “Os surfactantes de origem sintética, são compostos muito presentes no dia-a-dia, nas indústrias química e farmacêutica, em produtos como cremes, xampus, detergentes e até em alguns medicamentos”, explica o professor Silvio Silvério, orientador do trabalho.

“Sua estrutura química, com regiões polares e apolares, altera a tensão superficial dos líquidos, diminuindo a ‘elasticidade’ da membrana liquida e fazendo com que qualquer coisa localizada na superfície aquosa tenda a afundar, fenômeno chamado de redução da tensoatividade. Além disso, as diferentes polaridades da molécula do tensoativo fazem com que ele facilite a mistura de substâncias (emulsionamento), como no caso do óleo e da água. É assim que os detergentes, por exemplo, conseguem se juntar à água e às partículas de gordura em objetos de cozinha, fazendo a sua limpeza.”

O biossurfactante desenvolvido pelo grupo de pesquisa, por utilizar uma matéria-prima natural, apresenta elevada biodegradabilidade. “Ele não agride o meio ambiente e apresenta toxicidade baixa ou nula para animais, vegetais e seres humanos”, ressalta. Após o depósito da patente do composto, surgiu a ideia de testar sua aplicação no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e do zika vírus. “O objetivo era testar uma alternativa para o controle do inseto, a partir de uma matéria-prima sustentável, no caso o bagaço de cana”.

Larvas

Aedes aegypti pousa na superfície da água para colocar seus ovos. Em poucos dias, eles dão origem a larvas, que se desenvolvem e se tornam insetos adultos. “Os surfactantes sintéticos, ao alterarem a tensão superficial da água, dificultam a respiração das larvas. Além disso, a polaridade dual das moléculas do surfactante causam modificações no sifão respiratório das larvas”, relata Paulo.

Nos experimentos realizados durante a pesquisa, as larvas foram destruídas em até 24 horas. Por meio da Agência USP de Inovação, foi feito o registro da patente do biossurfactante (biodetergente), que é a base do biolarvicida. “Agora que foi comprovada a eficiência do composto, será preciso apoio para a realização de novos testes, visando o lançamento de um produto que possa ser feito em escala industrial”, planeja Silvério.

“O biossurfactante, obtido do bagaço de cana, além de dificultar as trocas gasosas das larvas, também desestrutura o seu exoesqueleto, desintegrando-as. Esse efeito não é observado com o composto sintético.”

Segundo o professor da EEL, o objetivo inicial do estudo era proporcionar um aproveitamento mais nobre ao bagaço, que é o subproduto da moagem da cana. “O Departamento de Biotecnologia da EEL tem uma tradição em trabalhar com aproveitamento de resíduos”, diz. No Laboratório de Bioprocessos e Produtos Sustentáveis, coordenado pelo professor Silvério, é estudado o aproveitamento biotecnológico do bagaço da cana para a obtenção de bioprodutos. “No Brasil, há uma grande produção de cana-de-açúcar, e apesar de aproximadamente 70 % do bagaço ser aproveitado na geração de energia, o restante ainda não tem nenhum aproveitamento mais nobre pelas indústrias”.

O desenvolvimento do biossurfactante tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os testes para verificar a eficiência do biossurfactante com as larvas do Aedes aegypti tiveram a colaboração dos professores Cláudio Van Zuben e Jonas Contiero e o doutorando Vinícius da Silva, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro.

Mais informações: email silvio@debiq.eel.usp.br, com o professor Silvio Silvério

Equipe desenvolve método para a detecção do vírus Zika

Da Assessoria de Comunicação do ICB

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP desenvolveram novo teste para diagnosticar infecções por Zika vírus a partir da identificação de anticorpos específicos no sangue do paciente.

Este método permite diagnosticar com maior eficiência as pessoas infectadas pelo vírus Zika, já que detecta a presença de anticorpos contra o vírus, mesmo após a eliminação do Zika no organismo.

Após a validação laboratorial, o teste foi utilizado em amostras de sangue de mulheres do município de Itabaiana-SE, cidade com um dos maiores índices de microcefalia em relação ao tamanho da população no País. A metodologia desenvolvida pelo grupo permitiu confirmar que a maioria das oito mães de bebês com microcefalia é soropositiva para a infecção pelo Zika vírus, assim como seus filhos; dados que ainda não haviam sido confirmados por outros métodos de diagnóstico disponíveis.

“Com este método podemos demonstrar a especificidade da detecção do Zika, superando uma deficiência séria dos sistemas sorológicos até agora disponíveis”, explica o professor Luís Carlos de Souza Ferreira, Vice-Diretor e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB.

Os pesquisadores evidenciam que a partir desta plataforma diagnóstica será possível obter dados mais precisos sobre o número de infecções por Zika vírus no País, e especialmente, obter confirmação de infecção por Zika em gestantes, para que elas tenham o atendimento adequado.

O desenvolvimento desta metodologia envolveu o uso de técnicas de biologia molecular e resulta de parceria entre os Laboratórios de Desenvolvimento de Vacinas, Virologia Clínica e Evolução Molecular e Bioinformática do Departamento de Microbiologia do ICB, todos integrantes da Rede Zika, força-tarefa de pesquisadores paulista. A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os reagentes necessários para a realização do teste estão em produção emergencial e serão distribuídos gratuitamente para centros de pesquisa da Rede Zika e para demais laboratórios científicos do Brasil. A equipe busca parceria com o Instituto Butantan para que um novo kit diagnóstico seja produzido e distribuído a hospitais e bancos de sangue de todo o País.

Mais informações: (11) 3091-7720; comunicacao@icb.usp.br

Cartilha orienta a população sobre prevenção de infecções do vírus Zika

Para orientar a população sobre as medidas de prevenção contra o vírus Zika de forma fácil e objetiva, o Ministério da Saúde elaborou a cartilha “Vírus Zika – Informações ao público”.
A diretora substituta do Departamento de Atenção Hospitalar e Urgência, Inez Gadelha, explica que o conteúdo foi elaborado para informar a população com mais facilidade. “A cartilha faz parte de um contexto maior de ações que o Ministério da Saúde e o Governo Federal estão tomando para o enfrentamento da infecção por esse vírus e da microcefalia. Como desenvolvemos protocolos para os profissionais de saúde, achamos que precisávamos desenvolver um material de distribuição geral que trouxesse um resumo de todas aquelas ações de forma simples para o entendimento de todos”.
A cartilha traz informações segmentadas, destinadas a diversos públicos: população em geral, mulheres em idade fértil, gestantes, recém-nascidos e recém-nascidos com microcefalia.

Alguns cuidados valem para todos os grupos. São eles:

• Utilizar telas em janelas e portas e uso contínuo de roupas compridas – calças e blusas.
• Nas áreas do corpo expostas, aplicar repelente.
• Ficar, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
• Observar o aparecimento de sinais e sintomas de infecção por vírus zika (manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados e febre).
• Buscar um serviço de saúde para atendimento, caso necessário.
• Para febre e dor, usar acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona.
• Não tomar qualquer outra medicação sem orientação médica.
O material ainda alerta sobre a importância de buscar os veículos oficiais para obter informações adequadas. “Sabemos que em um momento como esse, circulam muitas informações”, completa Inez. A diretora ressalta que estas ações são preventivas, mas não se deve descuidar da eliminação dos criadouros do mosquito aedes aegypti, transmissor da zika, dengue e chikungunya. “Não adianta apenas passar o repelente, o mais importante é não deixar o mosquito nascer”.

A cartilha está disponível de forma digital no site do Ministério da Saúde e, em breve, estará disponível na versão impressa em todo o Brasil.

Aedes aegypti – O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso é preciso estar sempre atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito.
Os ovos do mosquito podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente a transmissão. Por isso, é necessário lavar os recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha. Não importa se você mora em casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir.

Saiba mais sobre o Sábado da Faxina, campanha lançada pelo Ministério da Saúde para a eliminação dos focos do mosquito.

Dengue – 117 municípios em situação de risco e 533 em alerta

O Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de outubro deste ano revela que 117 municípios brasileiros estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias de dengue, outros 533 em alerta e 813 cidades com índice satisfatório. A pesquisa, que identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença, foi apresentada nesta terça-feira (4), pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Na ocasião, também foi apresentado novo boletim da doença, que mostrou redução de casos e óbitos neste ano em comparação com 2013.

Elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, o LIRAa foi realizado em outubro deste ano em 1.463 cidades. A pesquisa é considerada um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção.

Confira a apresentação

Perguntas e respostas sobre chikungunya

Durante a apresentação de hoje, o ministro destacou que a queda expressiva nos números de casos e óbitos por dengue neste ano se deve as medidas de prevenção adotadas pelo governo federal, pelos gestores locais e sociedade. Chioro alertou, no entanto, que é preciso manter e reforçar estas ações para combater, não apenas a dengue como o chikungunya. “As medidas de enfrentamento e prevenção das duas doenças são as mesmas. Temos de intensificar estas ações e prestar bem a atenção nas informações que o LIRAa nos revela. Trata-se de uma ferramenta muito potente que nos dá informações importantes”, observou. Ele explicou que os gestores municipais têm informações qualificadas para atuar nos bairros com maiores índices de infestação e os principais depósitos onde as larvas dos mosquitos foram encontradas.

O ministro destacou também a importância da preparação e qualificação dos profissionais de saúde para o manejo clínico dos pacientes com dengue e com chikungunya. “Todas as equipes de saúde que atuam nas unidades básicas estão sendo orientados, por meio dos protocolos clínicos, para que possam reconhecer os sintomas, tanto de dengue como chikungunya”. Segundo ele, é preciso, também, que os profissionais fiquem alertas para os sinais de agravamento da dengue – vômitos e dores abdominais, que não estão presentes no chikungunya e que são fundamentais para o manejo adequado do paciente, evitando o agravamento e o óbito por dengue”.

Levantamento – Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito, e satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.

De acordo com o levantamento, nenhuma capital está em situação de risco. São dez as capitais que apresentaram situação de alerta (Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió, Natal, Recife, São Luís, Aracaju, Belém e Porto Velho) e outras 11 estão com índices satisfatórios (Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Teresina e João Pessoa). Seis capitais (Boa Vista, Manaus, Palmas, Rio Branco, Fortaleza e Salvador) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. Estes resultados foram consolidados até esta segunda-feira (3) e o Ministério da Saúde continua recebendo as informações dos estados.

O secretário Jarbas Barbosa reiterou a importância do levantamento, como estratégia de prevenção da doença. “A informação que o LIRAa proporciona é importante para o gestor municipal agir e para a população se prevenir. Sabendo que a maioria dos focos está em armazenagem da água, o prefeito irá direcionar a ação para caixa d’água destampada”, explicou o secretário. Segundo ele, com isso a equipe poderá orientar a população sobre os cuidados com esses recipientes. “Em apenas 15 minutos semanais, as famílias podem fazer o inspeção dentro de casa e destruir os focos dos mosquitos”, frisou.

O secretário, no entanto, ressaltou que o fato de uma determinada cidade estar em situação satisfatória no LIRAa não significa que esteja protegida. “Se o município parar de agir, a população de mosquito pode crescer”, alertou. Barbosa esclareceu que um município com população de mosquito elevada pode ter transmissão de chikungunya. “Ninguém está protegido se no local tem mosquito para fazer a transmissão, seja em casa ou no trabalho”. Ele ressaltou que o Brasil possui o programa nacional permanente de controle da dengue, integrando as ações de vigilância e de assistência à saúde, o que tem resultado na queda dos óbitos por dengue. “Com a integração das áreas de vigilância e assistência e, ainda, com a divulgação de protocolo aos profissionais de saúde, os médicos passaram a identificar, rapidamente, os casos com risco de agravamento para realização de medidas de hidratação e tratamento”, observou o secretário.

Criadouros – Além de ajudar os gestores a identificar os bairros em que há mais focos de reprodução do mosquito, o LIRAa também aponta o perfil destes criadouros. Os focos podem estar em formas de armazenamento de água, em espaços em que o lixo não está sendo manejado adequadamente e em depósitos domiciliares.

Esse panorama varia entre as regiões. Enquanto na Região Sul, 47,3% dos focos estão no lixo, no Nordeste e no Centro Oeste o armazenamento de água é a principal fonte de preocupação com 78,8% e 36,8%, respectivamente. Já o Norte e o Sudeste têm no depósito domiciliar o principal desafio, com taxas de 46,6% e 55,1%, respectivamente.

Criadouros por região

Região Abastecimentode água Depósitos domiciliares Lixo
Norte 25,4% 28% 46,6%
Nordeste 78,8% 16,1% 5,1%
Sudeste 28,6% 55,1% 16,2%
Centro Oeste 36,8% 30,6% 32,7%
Sul 16% 36,7% 47,3%

Mobilização – O Ministério da Saúde realizará, a partir do dia 15 de novembro, campanha de combate à dengue e ao Chinkungunya, que tem como slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”. Serão divulgadas orientações à população sobre como evitar a proliferação dos mosquitos causadores das doenças e alertar sobre a gravidade das enfermidades.

No dia 6 de dezembro será realizado o Dia D de mobilização. Por meio da ação, o Ministério da Saúde convoca os gestores municipais a realizarem uma intensa mobilização da população, além de mutirões de limpeza urbana e atividades para alertar os profissionais da área ao diagnóstico correto das doenças. Como cerca de 80% dos criadouros estão nas residências, o papel de cada família, para verificar e eliminar possíveis locais que acumulam água, será reforçado nesse dia D. A ação será repetida no dia 7 de fevereiro, com o Dia D+1.

Redução dos casos – O número de casos registrados de dengue caiu 61% entre janeiro e outubro de 2014, em comparação ao mesmo período de 2013, passando de 1,4 milhão de casos para 556,3 mil neste ano. Os dados constam no balanço epidemiológico divulgado nesta terça-feira (04). Todas as regiões do país apresentaram redução de casos notificados, sendo que a região Sudeste teve a queda mais representativa, correspondente a 67%, seguida pelo Sul (64%), Centro-Oeste (57%), Nordeste (42%) e Norte (23%). O estado com a maior diferença entre 2013 e 2014 foi o Rio de Janeiro, que conseguiu reduzir em 97% o número de casos, seguido pelo Mato Grosso do Sul (96%) e Minas Gerais (86%).

Os óbitos por dengue no Brasil também apresentaram queda em comparação a 2013. Neste ano, foram 379 mortes, contra 646 confirmados no ano passado, uma redução de 41%. Destaque para os estados de Tocantins, Acre, Roraima, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que não registraram óbitos causados pela dengue em 2014. Para reduzir cada vez mais esses números, o Brasil mantém um programa permanente de combate ao mosquito transmissor. Neste ano, foram repassados aos estados e municípios cerca de R$ 1,2 bilhão para a manutenção de ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

Nova classificação – Neste ano, o Brasil passou a adotar a nova classificação de casos de dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os registros são classificados como “dengue com sinais de alarme” e “dengue grave”. Até 2013, a classificação dos casos no Brasil se dividia em febre hemorrágica da dengue (FHD), síndrome do choque da dengue (SCD) e dengue com complicações (DCC). Cabe destacar que a adoção da nova classificação não traz prejuízos para a análise da situação epidemiológica, mas torna incorreta a comparação direta de casos graves em 2014 com os anos anteriores.

Redução de internações – Para garantir a assistência e atendimento aos pacientes com suspeita de dengue, o Ministério da Saúde tem investido na ampliação dos serviços, capacitação de profissionais, habilitações de leitos de enfermaria e de UTI pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Todas as unidades de saúde estão aptas a realizar o diagnóstico, classificação de risco e acompanhamento, desde a atenção básica às unidades de média e alta complexidade.

No período de janeiro a setembro deste ano, foram registradas 30,7 mil internações pela doença. Isso representa 49% a menos se comparado ao mesmo período de 2013, quando houve 60,2 mil internações, representando uma economia de R$ 9,2 milhões aos cofres públicos.

A diminuição nos índices de internações pode estar relacionada à detecção precoce da doença e a correta classificação de risco. O Ministério da Saúde tem priorizado a ampliação da assistência pela rede de atenção, intensificando a capacitação dos profissionais. Neste sentido, a Universidade Aberta do SUS tem investido na capacitação dos profissionais de saúde, promovendo o Curso de Atualização no Manejo Clínico da Dengue.

Chikungunya – Até o dia 25 de outubro deste ano, o Ministério da Saúde registrou 824 casos de Febre Chikungunya no Brasil, sendo 151 confirmados por critério laboratorial e 673 por critério clínico-epidemiológico. Deste total, 39 são casos importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.

Os outros 785 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão. Destes casos, chamados de autóctones, 330 foram registrados no município de Oiapoque (AP), 371 em Feira de Santana (BA), 82 em Riachão do Jacuípe (BA), um em Matozinhos (MG) e um em Campo Grande (MS).

Vale ressaltar que, caracterizada a transmissão sustentada de Chikungunya em uma determinada área – com a confirmação laboratorial dos primeiros casos – o Ministério da Saúde recomenda que os demais sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico. Este critério leva em conta fatores, como sintomas apresentados e o vínculo dele com pessoas que já contraíram a doença.

Ações – Desde que foram confirmados os casos de Chikungunya no Caribe, no final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância. Foram enviadas equipes para os estados com casos registrados, como Bahia e Amapá, para trabalhar em conjunto com as secretarias estaduais de Saúde e intensificar ações de prevenção e vigilância da doença. O Ministério da Saúde também promoveu a capacitação de laboratórios para realização dos testes de diagnósticos e realizou, em outubro, o Seminário Internacional da Febre Chikungunya. Além disso, houve a inclusão do capítulo sobre a febre no Guia de Vigilância Epidemiológica e a aquisição de inseticidas para auxiliar no combate à proliferação dos mosquitos, entre outras medidas.

Prevenção – A febre Chikungunya é uma doença causada por vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os principais vetores. Os sintomas da doença são febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema e costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da Chikungunya, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é rara, sendo ainda menos frequente que nos casos de dengue.

Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas reforcem as ações de eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são exatamente as mesmas para a prevenção da dengue.

Doença no mundo – De acordo com a OMS, desde 2004, o vírus havia sido identificado em 19 países. Porém, a partir do final de 2013, foi registrada transmissão autóctone (dentro do mesmo território) em vários países do Caribe Em março de 2014, na República Dominicana e Haiti, sendo que, até então, só África e Ásia tinham circulação do vírus.

Lista dos municípios que realizaram o LIRAa
Casos de dengue registrados em 2013 e 2014
Óbitos por dengue em 2013 e 2014