SUS incorpora teste do coraçãozinho à triagem neonatal

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União, no mês de maio, a determinação de que em todas as maternidades da rede pública de saúde deve ser realizada a oximetria de pulso – Teste do Coraçãozinho –, como parte da triagem neonatal no Sistema Único de Saúde (SUS). Na triagem, a oximetria de pulso deve ser realizada no braço direito do recém-nascido e em uma das pernas. O exame já era oferecido em algumas maternidades da rede pública de saúde e, agora, se junta aos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho, feitos de forma universal nos recém-nascidos para identificar doenças e tratá-las precocemente.

O exame detecta a saturação de oxigênio no sangue e pode identificar cardiopatias (problemas de coração) críticas. “No Teste do Coraçãozinho, se a taxa de oxigênio estiver abaixo do valor normal, 95% em ambas as medidas (braço e perna) e diferença menor que 3% entre as medidas do braço em comparação com a da perna, existe a possibilidade de que o recém-nascido tenha cardiopatia. O teste é uma triagem e o recém-nascido que apresentar alterações deverá realizar o ecocardiograma e não receber alta até que o diagnóstico seja esclarecido”, explica a pediatra Tatiana Coimbra, coordenadora-adjunta de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.

A pediatra ressalta que diagnosticar a cardiopatia em recém-nascidos aumenta as chances da eficácia do tratamento, que na maioria das vezes, é cirúrgico. “E isso diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar a óbito ainda no primeiro mês de vida”, esclarece.

O teste deve ser feito na maternidade, entre 24 e 48 horas após o nascimento. Entre os anos de 2000 e 2012, mais de 15 mil crianças com menos dois anos de idade foram a óbito em decorrência de complicações ou transtornos cardíacos no Brasil, de acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

De acordo com o Departamento de Cardiologia e Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de um a dois de cada mil recém-nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita crítica e 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o diagnóstico, podendo evoluir para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber tratamento adequado.

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