Sindicato dos metalúrgicos defende importância da saúde no trabalho

‘É fundamental destacar a relevância do tema saúde no trabalho, e a importância de se conhecer na prática o trabalho dos metalúrgicos para, assim, poder avaliar os riscos para a saúde’, destacou Theo de Oliveira, coordenador do Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista. O médico proferiu a sessão científica do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz), sobre ‘Saúde e Trabalho nas montadoras do ABC: impactos da tecnologia, organização, gestão e avaliação do trabalho no século XXI’.

De acordo com Theo, a saúde tem muita dificuldade de avançar nos locais de trabalho, pois os trabalhadores só começam a se preocupar quando sofrem as conseqüências. ‘A saúde não é uma bandeira sindical e, em grande parte do movimento sindical, é uma moeda de troca’. Theo destacou que os sindicatos só atuam na saúde do trabalhador depois que alguém adoece, se aposenta por invalidez, é afastada pela Previdência Social ou é demitida.

O médico ressaltou ainda que os sindicatos prestam assistência médica e jurídica para os trabalhadores, mas existem órgãos específicos para isso. ‘É importantíssimo que o movimento sindical abandone essa assistência à saúde, pois este não é o papel do sindicato. Os sindicatos devem atuar na prevenção, devem garantir aos trabalhadores que as empresas irão proporcionar condições de trabalho que garantam a sua saúde’, enfatizou Theo.

Theo colocou duas questões importantes: uma ligada ao papel da saúde na vida do trabalhador, e outra ligada ao papel do sindicato como intermediário nas relações entre capital e trabalhador. O coordenador prosseguiu falando sobre as doenças ocupacionais (adquiridas no trabalho) e sobre a saúde psíquica. O adoecimento mental, segundo o médico, está relacionado ao estresse causado pela insegurança no trabalho. De acordo com o coordenador, o problema é que os serviços de saúde não estão preparados para diagnosticar esse tratamento.

Segundo Theo, o desafio dos sindicatos hoje é fazer o diagnóstico e saber as causas do adoecimento mental de uma parcela de trabalhadores. ‘A questão da saúde no trabalho é fundamental para nós entendermos a sociedade em que vivemos. Devemos entender e assumir uma posição para trazer esses trabalhadores para o movimento sindical’, finalizou Theo.

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