Muitos são os temas relativos à primeira infância tratados no número temático de julho da revista Ciência & Saúde Coletiva, que está disponível on-line, como: leve aumento dos partos prematuros, abuso das cesarianas, ocorrência do nascimento de pré-termos tardios, questões relativas à mortalidade infantil, às desigualdades ao nascer, à qualidade do sistema de notificação dos nascidos vivos, à assistência pré-natal e ao parto segundo as orientações da OMS, à amamentação e à alimentação complementar e muitos outros, incluindo-se também texto relativo à saúde das crianças até cinco anos de idade. A publicação, que tem como uma das editoras-chefes a pesquisadora da ENSP Maria Cecília Minayo, conta com diversos artigos produzidos por profissionais da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Confira.
No editorial, redigido pela neonatologista e pesquisadora do IFF/Fiocruz Maria Elisabeth Lopes Moreira, é abordada a questão do Pré-termos tardios: um grupo “quase” esquecido de recém-nascidos. “Pré-termo tardio” é o nome que se dá a recém-nascidos que nascem entre 34 e 36 semanas de idade gestacional.
O artigo Adequação do processo de assistência pré-natal segundo critérios do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e da Organização Mundial de Saúde, de autoria de Rúbia Bastos Soares Polgliane, Maria Helena Costa Amorim, Eliana Zandonade e Edson Theodoro dos Santos Neto, da Universidade Federal do Espirito Santo, em partica com Maria do Carmo Leal, da ENSP/Fiocruz, busca avaliar a adequação do processo da assistência pré-natal prestada às usuárias do Sistema Único de Saúde do município de Vitória, ES, segundo os critérios estabelecidos pelo Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ariane de Jesus Sousa Batista e Vera Lúcia Edais Pepe, ambas da ENSP/Fiocruz, abordam, em Os desafios da nanotecnologia para a vigilância sanitária de medicamentos a questão do desenvolvimento de medicamentos nanotecnológicos eficazes, seguros e com alta relação custo/benefício como algo estratégico para a Saúde Coletiva. Segundo as pesquisadoras, a falta de informações requer uma regulação sanitária voltada à proteção da saúde e do ambiente. O trabalho objetivou identificar o estágio de desenvolvimento e o marco regulatório dos medicamentos nanotecnológicos e seus desafios no Brasil, enfatizando a segurança sanitária.
Em Implementação de programas multiestratégicos: uma proposta de matriz avaliativa, a pesquisadora da Escola Rosana Magalhães revisitou perspectivas avaliativas tradicionais e discutiu alternativas de programas que buscam alcançar mudanças abrangentes e que envolvam a articulação entre diferentes políticas públicas, a compreensão da diversidade de demandas sociais em cada contexto e a valorização da dinâmica participativa.
Mestrado Profissional em Saúde Pública: do marco legal à experiência em uma instituição de pesquisa e ensino é o título do artigo de Gideon Borges dos Santos, em parceria com Virginia Alonso Hortale, ambos da ENSP/Fiocruz, cujos resultados da pesquisa realizada mostraram que em relação à legislação, a análise da linha histórica permite dizer que as indefinições iniciais vêm progressivamente dando lugar ao entendimento de que a identidade dessa modalidade de formação pressupõe práticas pedagógicas que promovam o estreitamento das relações entre a academia e o mundo do trabalho.
Os pesquisadores Iuri da Costa Leite, Jurema Corrêa da Mota, Joaquim Gonçalves Valente e Joyce Mendes de Andrade Schramm (ENSP/Fiocruz) analisaram, em Estudo da carga de doença das condições orais em Minas Gerais, Brasil, 2004-2006 mostraram que, a partir de um estudo local, a análise da Carga Global de Doença representa um importante aspecto do diagnóstico de saúde, integrando desfechos fatais e não fatais. Além disso, disponibiliza informações de grande relevância na formulação de políticas de prevenção e tratamento.
A íntegra do volume 19, número 7 (julho 2014), da revista Ciência &Saúde Coletiva pode ser acessada aqui.