Prática de exercícios físicos reduz custos de tratamento da hipertensão arterial

A prática regular de exercícios físicos pode ser responsável pela economia de 36% dos custos com o tratamento da hipertensão arterial, considerada um dos principais fatores de risco de doenças cardiovasculares. A economia para o Sistema Único de Saúde (SUS) seria de estimados R$ 28,8 mil para cada grupo de cem pacientes.

Essa é a conclusão de pesquisa realizada por Sandra Lia do Amaral e Henrique Luiz Monteiro, professores do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus de Bauru, e por Livia de Castro Rolim, pesquisadora do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu, também da Unesp.

O estudo, intitulado Hipertensão e exercício: custos do tratamento ambulatorial, antes e após a adoção da prática regular e orientada de condicionamento físico, reuniu informações sobre o custo do tratamento de hipertensos, que foram acompanhados em ambulatório 12 meses antes e 12 meses após serem submetidos à rotina regular de exercícios físicos.

Os pesquisadores colheram informações dos prontuários clínicos de 31 pacientes do Núcleo de Saúde Otavio Rasi, em Bauru, no interior paulista, que aderiram ao Projeto Hipertensão, programa de condicionamento físico desenvolvido pela Unesp e pela Secretaria de Saúde do Município de Bauru.

Com o auxílio de graduandos do curso de educação física, séries de exercícios físicos foram prescritas aos pacientes. “Eles foram submetidos a exercícios aeróbios, de resistência, de coordenação e alongamentos, duas horas por dia, três vezes por semana”, disse a coordenadora do estudo, Sandra Lia do Amaral, à Agência FAPESP. “Peso, altura, massa corporal, pressão arterial e freqüência cardíaca também foram informações coletadas.”

Os pesquisadores se basearam nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que indicam procedimentos para medição da pressão arterial e freqüência cardíaca.

Antes e após os exercícios físicos foram calculados os recursos financeiros empregados pelo SUS no tratamento dos pacientes, com valores referentes a consultas médicas, exames clínicos laboratoriais e medicamentos prescritos. Os resultados mostraram redução de 28% dos custos relacionados às consultas, de 45% nas despesas com exames e de 25% na distribuição de medicamentos, “devido principalmente à queda da pressão arterial dos indivíduos”, segundo Sandra.

De acordo com informações do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS), cerca de 80% das internações hospitalares por problemas cardiovasculares no país estão relacionadas à hipertensão arterial.

“Há um consenso entre a comunidade científica a respeito da eficácia da atividade física para o tratamento de diversas doenças. A implantação de programas de exercícios em núcleos de saúde é importante tanto para otimizar os gastos como também para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, disse Sandra.

O trabalho será publicado na próxima edição da revista Hipertensão, editada pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

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