Auxiliar na proteção da biodiversidade de regiões desconhecidas e fornecer dados taxonômicos, biológicos e ecológicos sobre os mamíferos que habitam regiões de restingas e manguezais do país é o principal objetivo do livro Mamíferos de Restingas e Manguezais do Brasil. Lançado na última segunda-feira (7/2) pelo Laboratório de Mastozoologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz), a obra tem como autores o pesquisador do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública (Densp/ENSP/Fiocruz), Salvatore Siciliano e a professora do Instituto de Biologia da UFRJ Leila Pessôa, além de seu aluno de mestrado William Corrêa Tavares.
A publicação, editada pela SBMz, fornecerá informações inéditas e relevantes que auxiliarão de forma decisiva para o conhecimento e a posterior tomada de decisões para proteger essas áreas. De acordo com Salvatore, estima-se que, originalmente, as restingas ocupavam cerca de 70% do litoral brasileiro. "Atualmente, esses ambientes figuram entre os ecossistemas de Mata Atlântica mais alterados devido à sua localização nas planícies litorâneas densamente urbanizadas do país, especialmente no Estado do Rio de Janeiro", explica a autor.
Esses ecossistemas compreendem as comunidades que ocorrem sobre os cordões e depósitos arenosos das planícies litorâneas, geralmente incluindo sistemas de lagoas de água doce ou salobra. Segundo o pesquisador, "apesar de as restingas e manguezais hoje constituírem ambientes praticamente peridomiciliares, as comunidades de mamíferos que ocorrem nesses ecossistemas ainda permanecem pouco estudadas, mesmo em áreas melhor conhecidas do ponto de vista mastozoológico, como o Sudeste do Brasil."
Para Salvatore, umas das premissas básicas para o conhecimento da biodiversidade é que a informação atualizada esteja correta. Este cumprimento é de fundamental importância no subsídio de tomada de decisões políticas, visando ao estabelecimento de estratégias conservacionistas, como a criação de Unidades de Conservação. De acordo com o autor, "em nosso país, uma das prioridades do trabalho do zoólogo é fornecer informações básicas, cumprindo a premissa supracitada, de maneira que possam catalisar ações de conservação e auxiliar na proteção da biodiversidade de regiões desconhecidas, sendo esse um dos objetivos do livro", concluiu.
Serviço:
Os novos inscritos no site da Sociedade Brasileira de Mastozoologia ganharão um exemplar do livro.