Dois meses após o início da segunda fase da Campanha de Vacinação contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano), voltado para jovens de 11 a 13 anos, e embora esse seja um dos assuntos de maior relevância na mídia, um recente estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP apontou que dentre 1.470 mulheres entrevistadas, com idade média de 30 anos, apenas metade delas já tinha ouvido falar em HPV. A pesquisa, publicada na Revista de Medicina (Ribeirão Preto) (vol. 47, n.2) apontou ainda que apenas 41,6% delas sabiam da transmissão sexual e 33,3% da relação do patógeno com o câncer de colo uterino.
Diante disso os pesquisadores defendem o desenvolvimento de ações educativas voltadas para a prevenção da infecção pelo HPV e seu agravamento. Isso porque a maioria das entrevistadas encontra-se na fase reprodutiva, apresenta baixa escolaridade, parceiro fixo e teve iniciação sexual em idade precoce. “Os dados permitiram concluir que o conhecimento sobre HPV é deficiente, necessitando desenvolvimento de ações educativas voltadas para a prevenção da infecção pelo HPV e seu agravamento”, afirma Geraldo Duarte, da FMRP.
Isso porque a falta de conhecimentos adequados sobre o vírus causador do câncer de colo de útero é capaz de produzir informações erradas que podem dificultar ações de prevenção de doenças e promoção de saúde, além de causar medo e prejudicar o bem-estar das portadoras do HPV devido a crenças, mitos e tabus.
O acesso às informações sobre a infecção pelo HPV, bem como a educação da população e dos profissionais de saúde, associados ao processo de vacinação, são de fundamental importância para o controle da transmissão viral da doença e prevenção do câncer de colo de útero. Já que, para os pesquisadores a educação em saúde vai além da informação e capacitação técnica, mas envolve a circulação de conhecimento científico e recomendações normativas para mudança de hábitos.
A segunda fase da Campanha de Vacinação conta o HPV é promovida pelo governo federal, e direcionada à meninas entre 11 e 13 anos e tem como objetivo imunizar até 2016, 80% das 5,2 milhões de brasileiras entre 9 e 13 anos.
E de acordo com um balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo a cobertura da segunda dose da vacinação está acima do percentual nacional, mas ainda não atingiu nem metade do público-alvo do Estado. Desde 1º de setembro foram imunizadas 417,3 mil adolescentes, o que representa cobertura proporcional de 43,75% do grupo no Estado. No País, o índice é de 31,54%. O artigo Conhecimento de mulheres sobre alguns aspectos do papiloma vírus humano pode ser lido neste link.