Países africanos recebem Bibliotecas Azuis

Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou 20 Bibliotecas Azuis a cinco países africanos de língua portuguesa. Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe serão beneficiados com quatro unidades.

O Ministério da Saúde do Brasil é parceiro da OMS na versão portuguesa do projeto Biblioteca Azul, que faz parte da iniciativa ePortuguêse. O objetivo é melhorar o acesso à informação de profissionais e agentes comunitários de saúde desses países.

 Esta remessa foi financiada pelo Projeto de Apoio à Capacitação de Recursos Humanos em Saúde nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, da Comissão Europeia. Até o final de 2011, a previsão é que, no total, cada país receba oito.

A coordenadora da rede ePortuguêse na OMS, Regina Ungerer, explica que a grande dificuldade de acesso a qualquer tipo de informação em saúde motivou a OMS a desenvolver bibliotecas com informações básicas em inglês e francês. “Devido ao sucesso das mini-bibliotecas, os países árabes criaram sua própria Biblioteca Azul. Mais recentemente, em 2006, foi desenvolvida em português”, afirma.

Quanto à manutenção do projeto, Ungerer diz que mesmo com a contribuição do Ministério da Saúde, responsável pela maior parte do material enviado, o custo do transporte aos locais de destino é alto. “Isso faz com que a rede e os países envolvidos se empenhem na busca de parcerias, para tornar o envio uma realidade. Para São Tomé e Príncipe, por exemplo, o valor ultrapassa US$ 3 mil (mais de R$ 5,9 mil)”, ressalta.  

A coleção reúne cerca de 170 livros, documentos e manuais sobre saúde pública, sendo que mais de 70% são do ministério. O material, organizado por tema, é colocado em uma caixa de metal azul, condição que permite chegar ao destino em bom estado e conservar por mais tempo.

Saneamento básico, aleitamento materno, nutrição e alimentação, planejamento familiar e vacinação são alguns temas abordados nas publicações cedidas pelo ministério. De 2007 a junho de 2009, foram enviadas mais de 6,7 mil.

 A coordenadora-geral de Documentação e Informação do Ministério da Saúde, Márcia Rollemberg, diz que os resultados da cooperação com a OMS no projeto têm sido muito positivos. “Temos o compromisso de fomentar parcerias para aperfeiçoar a gestão e promover o acesso em saúde nos países de língua portuguesa”, avalia. Para ela, é uma estratégia eficiente de levar informação atualizada e de qualidade a profissionais de saúde e gestores.

As informações básicas em saúde são levadas às áreas rurais, regiões mais distantes dos centros urbanos. Segundo Regina Ungerer, os profissionais de saúde e os agentes comunitários dessas localidades, muitas vezes, têm apenas folhas avulsas, manuais e brochuras como fontes de consulta. “O nosso objetivo é melhorar o acesso à informação em saúde. Em muitos locais, não há energia elétrica e, mesmo quando existe, apresenta problemas, o que dificulta a manutenção de vacinas ou computadores. É muito importante que a informação esteja disponível em papel, pois se torna uma excelente fonte de consulta, ensino e troca de conhecimento entre os profissionais e a população”, destaca.

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