“Eu sempre fui saudável, não era de ficar tomando remédio. Não pensava em ir ao médico, pois não tinha doença e nunca havia sido operada. Até que aos 85 anos caí dentro de casa e fraturei a perna”, conta a irmã Isolda Hollanda, freira de 95 anos, que descobriu a osteoporose só após a fratura.
No último domingo (20), foi o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem da doença. Conhecida por ser silenciosa e atingir principalmente os idosos, ela é mais comum entre as mulheres. É uma doença óssea crônica progressiva que deixa os ossos frágeis, ocasionando a quebra com pouco impacto. É considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública, responsável por altos índices de morbidade e mortalidade de pessoas idosas. Para se ter uma ideia, apenas de fratura do fêmur em idosos foram gastos cerca de R$ 600 milhões em internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre 2003 e 2012.
Apesar de ser uma doença que atinge quase somente os idosos, a prevenção deve começar ainda na infância. Para manter os ossos saudáveis até a velhice, é preciso ter uma alimentação saudável e rica em cálcio – que além do leite e seus derivados está presente nos peixes, sardinha, salmão, brócolis, espinafre, couve-flor, acelga, entre outros -. Além de fazer atividade física, evitar o fumo e álcool, e procurar se expor ao sol – que é fonte de vitamina D.
Segunda fratura – No combate a osteoporose, o Hospital Federal de Ipanema é referência. Ele desenvolve um programa de prevenção de fratura pioneiro no Brasil. O ortopedista e coordenador do Programa de Prevenção a Refraturas (PrevRefrat), Bernardo Stolnick, conta que a segunda fratura decorrente da osteoporose é muito comum para quem não se cuida. “Quem tem osteoporose e teve uma fratura tem muita chance de ter um segundo rompimento, o trabalho que a gente faz busca evitar a refratura”, explica Dr. Bernardo.
Segunda fratura essa que nunca ocorreu à Irmã Isolda Hollanda. Após o susto que teve, ela mudou alguns hábitos. “Comecei a tomar cálcio e nunca mais parei. Também não pego mais ônibus, só saio de casa com carro, além de começar a fazer fisioterapia na água”, conta Isolda, que diz ter aberto os olhos após a fratura decorrente da osteoporose.
O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres, ao entrarem na menopausa, e os homens, ao entrarem na andropausa, ou ao atingirem idade acima de 60 anos, procurem um médico para avaliação. Caso necessário, poderá ser realizado o exame de densitometria óssea, capaz de detectar o desgaste dos ossos.
Conheça algumas ações do Ministério da Saúde para combater a osteoporose:
- Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde realiza, de forma sistemática, Oficinas de Prevenção de Quedas e Osteoporose em parceria com os estados e municípios. Esses eventos têm como objetivo reduzir o número de quedas e fraturas na população idosa brasileira, por meio da capacitação dos profissionais de saúde e outras áreas, acerca da temática, com vistas à sensibilização dos mesmos para a realização de ações de prevenção;
- Ciente de que a prática de atividade física regular para o fortalecimento dos ossos e músculos é um importante aliado no combate a osteoporose, o Ministério da Saúde coordena a implantação de espaços adequados para a prática de atividades físicas, com acompanhamento profissional e vinculação às Unidades Básicas de Saúde (UBS). Trata-se do Programa Academias da Saúde;
- Publicação com foco na temática, com o objetivo de orientar profissionais de saúde e a população dos riscos de quedas, fraturas e a importância da prevenção da osteoporose em pessoas idosas;
- Estimular a formação de equipe multiprofissional por meio dos Núcleos de Apoio de Saúde da Família – NASF para discussão de casos e elaboração de normas de conduta, para o acompanhamento e tratamento dos pacientes com fatores de risco para osteoporose, com risco de quedas e fratura.