Os dados de 2006, combinados aos atuais surtos já notificados e a presença do "El Niño", indicam que 2007 poderá ser um dos períodos mais difíceis e complexos para o controle da epidemia de dengue na América do Sul. O Assessor Regional da Organização Pan-Americana da Saúde para dengue, José San Martin explicou que nos últimos 25 anos houve alternância de surtos fortes e moderados na América do Sul. Esses surtos mais fortes se repetem entre três e cinco anos. San Martin acrescentou também que a tendência desses surtos cíclicos é de que se apresentem cada vez com mais intensidade.
Em janeiro, por exemplo, as autoridades sanitárias do Paraguai declaram alerta epidemiológico em todo o país. No começo deste mês o país reportou oficialmente a existência de 2.967 casos de dengue, 18 hemorrágicos e três mortes. Em varias regiões afetadas, o número de casos supera o total do ano passado.
Para responder a esse desafio o especialista da Organização Pan-Americana da Saúde destaca que os esforços e a condenação das ações devem ultrapassar as fronteiras do setor saúde. É preciso à participação ativa e de outros setores, atores e da comunidade, disse San Martin.
A dengue é uma doença febril transmitida pelo mosquito "Stegomya aegypti" ou "Aedes aegypti", que se reproduz com facilidade nas épocas de chuva ou em bairros que carecem de sistemas de saneamento.
Dos quatro tipos de dengue que se conhecem, a hemorrágica é a mais grave e pode ser mortal se não tratada a tempo. Para controlar o mal a população deve estar consciente que este é um problema doméstico, relacionado com o saneamento e com as chuvas fortes. "Os cidadãos têm um papel fundamental. Devem manter suas casas livres de criadouros dos mosquitos que transmitem a doença", afirmou San Martín.
A OPAS alertou as autoridades de saúde pública dos países fronteiriços com o Paraguai, Argentina, Brasil e Bolívia, para que reforcem seus instrumentos de controle.
OPAS prevê ano difícil para o controle do Dengue
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