A mão que ampara e que ajuda também pode prejudicar os doentes. Na área da saúde, antes de chegar ao doente, o primeiro passo é água e sabão na mão.
É a recomendação da OMS – Organização Mundial da Saúde – ao lançar no dia 13 de outubro, em Genebra (Suíça), a campanha "Para boa higiene, bons cuidados".
Nos últimos 12 meses, mais de cem especialistas em doenças infecciosas do mundo inteiro participaram da elaboração de diretrizes da OMS visando uma higiene adequada para o atendimento à saúde da população.
Concluíram que a higiene das mãos, uma medida extremamente simples, é o principal e mais importante meio para reduzir a incidência de infecções relacionadas com o cuidar da saúde.
E, também, de reduzir a incidência de uma infecção freqüentemente resistente aos antibióticos.
Dados da OMS informam que mais de 1,4 milhão de pessoas são gravemente afetadas pela disseminação de infecções relacionadas ao atendimento médico a cada ano em todo o mundo. Essas infecções atingem de 5% a 10% dos doentes hospitalizados em países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a proporção de doentes afetados por elas pode ultrapassar 25%.
O resultado não é só a perda dos bilhões de dólares gastos na recuperação dos pacientes, mas principalmente o considerável número de mortes decorrentes desse problema.
A simples medida de lavar as mãos, sustenta a OMS, melhora a segurança dos cuidados médicos oferecidos, tanto em um hospital ultramoderno quanto em um simples posto sanitário.
A principal causa da transmissão do vírus em uma epidemia de gripe continua sendo através das gotículas de saliva de portadores dos vírus, que se disseminam no ambiente quando uma pessoa gripada tosse.
Entretanto, para fazer face a uma possível pandemia da gripe aviária que nos ameaça, os peritos da OMS explicam que a transmissão desses vírus por mãos contaminadas também pode vir a ser um fator adicional na corrente de transmissão da gripe.
De qualquer forma, a aplicação dessa estratégia é barata e é o melhor meio de prevenir as infecções relacionadas ao atendimento dos doentes pelas equipes de saúde, afirma o médico Lee Jong-wook, diretor-geral da OMS.