A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reuniu, no dia 11/04, representantes de operadoras de planos de saúde para uma capacitação sobre cuidados relacionados à depressão. A oficina contou com a participação de médicos, psicólogos e assistentes sociais e faz parte da campanha “Da sua saúde cuidamos juntos”, desenvolvida pela agência em função do Dia Mundial da Saúde. O treinamento reforça o compromisso da ANS com a realização de ações de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças no setor de saúde suplementar.
A diretora de Normas e Habilitação dos Produtos (Dipro) da ANS, Karla Coelho, destacou que a depressão é um problema que merece toda a atenção dos serviços de saúde. Segundo a diretora, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 5,8% da população brasileira sofre com a doença. “A ideia é que a oficina transforme os participantes em multiplicadores nos seus ambientes de trabalho e nas instituições em que atuam”, disse.
A gerente de Monitoramento Assistencial da Dipro, Kátia Audi, ressaltou que a depressão e a obesidade – outro tema tratado pela campanha da ANS – são dois problemas de saúde silenciosos e devastadores não apenas para o beneficiário, mas também para o próprio sistema de saúde.
A oficina foi ministrada por Sandra Fortes, psiquiatra e professora de Psicologia Médica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ela é coordenadora de um laboratório de pesquisa especializado no treinamento de não especialistas em saúde mental e trabalha com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Sociedade Mundial da Medicina de Família em capacitações sobre o tema. Também participaram da oficina a doutora em psicologia Carolina Manso e o mestre em psiquiatria Hélio Rocha.
Segundo Sandra Fortes, “30% dos pacientes internados nos hospitais gerais no mundo tem depressão, mas só 3% dos pacientes são solicitados para avaliação de saúde mental. Muitas das vezes, passa despercebido. É preciso refletir sobre o modelo de cuidado em saúde mental”.
Durante a oficina, o grupo trabalhou com a capacitação de maneira dinâmica, com atividades práticas e exibição de vídeos para falar sobre a avaliação e manejo da depressão, da autoagressão ou suicídio e outras queixas emocionais significativas ou sem explicação médica, além de intervenções psicossociais avançadas. Foi apresentado aos participantes o Manual de Intervenções para transtornos mentais, neurológicos e por uso de álcool e outras drogas na rede de atenção básica à saúde. O grupo também fez exercícios para desenvolver as habilidades comunicacionais com os pacientes.
Um dos pontos abordados durante o treinamento foi a importância da escuta na consulta para identificar o sofrimento psíquico por parte de profissionais de saúde de várias especialidades. Muitas das vezes, o paciente com depressão não terá um tratamento medicamentoso. Há outras maneiras de combater e tratar a doença, como por exemplo, um novo modelo de estilo de vida, com a prática de atividades físicas e outras ações que vão causar bem estar físico e mental. A expectativa é que a depressão e suicídio sejam tratados com mais destaque e que sejam discutidos em fóruns e congressos.