Centro Colaborador da Organização Pan-Americana de Saúde para Políticas Farmacêuticas, o Núcleo de Assistência Farmacêutica da ENSP (NAF) tem consolidado seu papel como centro produtor de conhecimento e informações técnico-científicas estratégicas para expansão do acesso aos medicamentos essenciais, além de ampliar parcerias para fortalecer o campo no continente americano. Prestes a iniciar o recredenciamento junto à Opas, a coordenadora do Núcleo, Vera Lúcia Luiza, participou de dois eventos internacionais no final de agosto, em que abordou o uso racional de medicamentos no âmbito da atenção primária em saúde e apresentou um estudo sobre as prioridades de pesquisa na área de acesso a medicamentos nas Américas.
A primeira atividade foi no México, em Campeche, durante o 3º Congresso Nacional de Uso Racional de Medicamentos. Promovido pela Secretaria de Salud (correspondente ao Ministério da Saúde), o evento reuniu 800 inscritos e contou com a participação de diversos profissionais da área de saúde. "Apesar de o tema ser de interesse multiprofissional, tem chamado mais atenção dos farmacêuticos no Brasil. Já no México, tivemos a participação de diversos profissionais do campo da saúde (entre 60 e 70% dos participantes), e isso enriqueceu bastante o debate".
Ainda de acordo com Vera, apesar de o sistema de saúde mexicano possuir um modelo mais voltado para o atendimento hospitalar, o que também acontece com a Assistência Farmacêutica, a abordagem foi bem aceita. "Uma das minhas missões era falar sobre o uso racional de medicamentos na atenção primária em saúde (APS) e sua relação direta com os usuários. Apesar de estarmos iniciando essa discussão no Brasil, há um grande esforço do departamento de Assistência Farmacêutica para promover e apoiar o debate, além de desenhar políticas e incentivar o uso racional de medicamentos. Possuímos uma série de iniciativas, como a criação de uma comissão nacional multidisciplinar e multi-institucional sobre o tema, a criação do prêmio sobre o uso racional de medicamentos e a atualização do formulário terapêutico atrelado à Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. Talvez por possuir uma política mais atrelada ao atendimento hospitalar, o México está começando a ter esse tipo de iniciativa. A participação de membros da Secretaria de Salud demonstrou a importância do assunto", admitiu.
Prioridade de pesquisa nas Américas
Em seguida, nos Estados Unidos, Vera apresentou o resultado do trabalho sobre as prioridades de pesquisa na área de acesso a medicamentos nas Américas, que consiste na identificação dos principais problemas e pesquisas em curso e na análise das agendas políticas e ações práticas dos países na área. O trabalho, desenvolvido para quatro países do continente, foi apresentado a toda a comunidade da Opas.
"Estamos buscando uma agenda com os parceiros diretos da Opas para apresentar dados e, dessa forma, fechar nosso compromisso com os países. No entanto, houve uma solicitação da Organização para que apresentássemos os resultados lá. O projeto foi apresentado a toda a comunidade e também aos escritórios da Organização em cada país, por meio virtual. Tivemos uma audiência de cerca de trinta pessoas, incluindo membros da equipe de coordenação do projeto no Brasil. Os resultados da pesquisa foram de extrema importância para a organização e o próximo passo é apresentá-los aos países".
NAF marca sua atuação como centro colaborador da Opas
Centro Colaborador da Opas/OMS para Políticas Farmacêuticas há mais de dez anos, o NAF/ENSP está em fase de iniciar seu recredenciamento como parceiro da Organização. Nesse período, de acordo com Vera, o núcleo tem fortalecido a parceria com os países por meio de projetos de cooperação com Argentina, Colômbia e demais países da América Central. O NAF irá para o quarto mandato como parceiro da Opa
