Novos ataques à dengue

As chuvas abundantes de verão e a temperatura elevada formam uma perigosa combinação que contribui para a explosão populacional do mosquito Aedes aegypti e a conseqüente transmissão do vírus da dengue, doença caracterizada na sua forma clássica por febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo, mas que raramente mata.

Mais grave é a dengue hemorrágica que, além dos sintomas clássicos, também provoca sangramentos, insuficiência circulatória e queda da pressão arterial, podendo levar o doente à morte. A doença atinge mais de uma centena de países em vários continentes e na forma de epidemias que se repetem. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 50 e 100 milhões de pessoas se infectam anualmente, com um saldo de 550 mil internações e 20 mil mortes em decorrência da doença.

No Brasil, o quadro não é muito animador. Depois de enfrentar uma epidemia de dengue em 2002, com quase 800 mil casos notificados, os especialistas temem que ocorra um novo surto neste ano. “Há risco de introdução do sorotipo 4 (no país já existem os sorotipos 1, 2 e 3 do vírus), considerado o mais letal, que se encontra circulando em vários países das Américas”, diz Maria da Glória Teixeira, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autora de um estudo epidemiológico sobre a dengue.

Até hoje não foi descoberto um remédio eficiente contra o vírus da doença. Ela exige acompanhamento médico e é tratada com remédios que atenuam os sintomas, além de repouso. Vacinas para combater a dengue estão sendo estudadas, mas ainda há um longo caminho pela frente, porque para serem eficientes elas terão que imunizar as pessoas, simultaneamente, para os quatro sorotipos do vírus, da família dos flavivirus.

Com tantas dificuldades em derrotar o vírus, o jeito é o combate ao mosquito, que também é transmissor da febre amarela. Em 2006 foram apresentadas novas formas de controle do Aedes, capazes de evitar a proliferação do mosquito. Na linha de frente das novas tecnologias está um sistema de monitoramento do mosquito transmissor da dengue que utiliza armadilhas, software e computadores de mão (palmtops) para captura dos insetos e análise das áreas de risco

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