Criado por lei em Agosto de 2009, o sistema nacional de informação de vigilância epidemiológica (SINAVE) "está na fase de testes e entrará em produção total a partir do início de 2011", adiantou Francisco George.
Sobre os benefícios deste novo sistema, Francisco George disse que são a "produção de novos conhecimentos, um melhor planeamento, na perspectiva de resolução dos problemas identificados".
O SINAVE é um sistema de vigilância em saúde pública para prevenir e conter a propagação das doenças transmissíveis e outros riscos para a saúde pública. Permitirá estimar com rigor a prevalência de determinadas doenças, como a sida, em Portugal.
"Nós temos de conhecer a verdade. Não podemos fazer a saúde pública baseada em mentiras e para isso temos de conhecer cada vez mais a informação", defendeu o coordenador para a infecção do VIH/sida.
Para a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida, a vigilância epidemiológica fornece a informação para a construção de indicadores sem os quais não é possível planear a resposta à infecção e monitorizar o resultado das medidas tomadas.
Para obter estes dados, a Coordenação Nacional tem recolhido periodicamente informação sobre dadores de sangue, utentes das estruturas do Instituto da Droga e da Toxicodependência, parturientes e doentes com sida acompanhados em unidades hospitalares.
Realiza um inquérito anual tendo como base uma amostra aleatória da população geral, recolhendo de forma estandardizada dados sobre conhecimentos, atitudes e comportamentos relacionados com a infecção VIH, e faz inquéritos específicos dirigidos às populações mais vulneráveis: utilizadores de drogas, população prisional, homossexuais e trabalhadores do sexo.
Está em implementação um sistema informático nas unidades hospitalares responsáveis pelo seguimento das pessoas que vivem com o VIH que contribuirá para o conhecimento continuado da infecção e da gestão da infecção.
"Temos de conhecer as causas da mortalidade dos portugueses", salientou Francisco George, avançando que, também no início de 2011, o certificado de óbito será preenchido electronicamente.
O sistema irá recolher, actualizar, analisar e divulgar os dados relativos a doenças transmissíveis e outros riscos em saúde pública, bem como preparar planos de contingência face a situações de emergência ou tão graves como de calamidade pública.